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30/01/2005
-
16h27
da BBC Brasil, no Cairo
O porta-voz da Liga Árabe, Hossan Zaki, disse à BBC Brasil que ainda é muito cedo para uma avaliação profunda das eleições no Iraque, mas que as informações que chegam do país indicam que os iraquianos "estão mostrando muito interesse em participar".
"É importante que as eleições estejam acontecendo, mas isso é só o início de um processo muito complexo. Uma das coisas mais importantes agora é preparar a nova constituição iraquiana para as eleições (diretas para presidente) em dezembro", disse.
Apesar de considerar positiva a participação dos eleitores, Zaki admite que há preocupação com o grande número de iraquianos que não puderam ou não quiseram votar.
"Seria melhor que todos os iraquianos tivessem participado deste processo. Ficou claro que um grande número de pessoas foi impedida de votar ou simplesmente não viu a importância destas eleições, o que é muito preocupante", disse.
Xiitas e sunitas
Relatos do Iraque indicam que, como era esperado, a participação nas eleições foi maior entre curdos e xiitas do que entre os sunitas.
Embora os xiitas sejam maioria no país, o poder sempre esteve nas mãos dos sunitas, situação que poderia mudar pela primeira vez se o resultado destas eleições confirmar o que vêm dizendo analistas.
Atualmente, o Irã é o único país do Oriente Médio onde os xiitas detém o poder e existe o medo entre líderes árabes da influência que os iranianos possam passar a ter no futuro do Iraque.
"Nossa posição é sempre contrária à interferência de uma nação nos assuntos de seus vizinhos. A situação hoje no Iraque é muito delicada e entendemos as preocupações (dos líderes que temem influência iraniana)", disse Zaki.
Zaki disse ainda que a Liga Árabe quer que os os Estados Unidos apresentem um cronograma claro para a retirada das tropas ocidentais que estão em território iraquiano.
"Desde o início da ocupação isto está sendo pedido e até agora não fomos atendidos", disse Zaki.
"Esperamos que o novo governo provisório do Iraque vá reforçar esta necessidade junto às autoridades americanas".
Mídia
Durante todo o dominho, as notícias sobre os ataques ocorridos no dia das eleições no Iraque deram o tom da cobertura dos principais sites jornalísticos e redes de TV do mundo árabe.
Mas apesar dos relatos de violência, o noticiário árabe deste domingo também diz que um número significativo de eleitores foi às urnas para votar.
A rede de TV Al Jazeera, sediada no Qatar, chamou a atenção para as 30 mortes provocadas "pelo aumento das ações dos rebeldes anti-ocupação contra postos de votação."
A Al Jazeera diz que no início do dia pouca gente foi votar esparando para ver como ficaria a situação de segurança no país, mas que apesar dos ataques a participação aumentou a medida em que o dia passou.
'Eleição estranha'
De maneira geral, a mídia e a opinião pública árabes ficaram a favor da realização das eleições no Iraque, e se opuseram ao adiamento delas.
No entanto, há sérias dúvidas a respeito da legitimidade e da representatividade de eleições realizadas em meio a uma ocupação e com boa parte do eleitorado sem votar ou por medo de intimidação ou por não considerar a eleição importante.
"É uma eleição muito estranha, na qual a campanha se concentrou em declarações contra ou a favor de ir as urnas e não nas propostas idéia e propostas dos candidatos", opina o escritor Mohamed al-Ashhab em artigo públicado no jornal Al Hayat deste sábado.
'Iraquianos mostraram interesse em eleição', diz Liga Árabe
PAULO CABRALda BBC Brasil, no Cairo
O porta-voz da Liga Árabe, Hossan Zaki, disse à BBC Brasil que ainda é muito cedo para uma avaliação profunda das eleições no Iraque, mas que as informações que chegam do país indicam que os iraquianos "estão mostrando muito interesse em participar".
"É importante que as eleições estejam acontecendo, mas isso é só o início de um processo muito complexo. Uma das coisas mais importantes agora é preparar a nova constituição iraquiana para as eleições (diretas para presidente) em dezembro", disse.
Apesar de considerar positiva a participação dos eleitores, Zaki admite que há preocupação com o grande número de iraquianos que não puderam ou não quiseram votar.
"Seria melhor que todos os iraquianos tivessem participado deste processo. Ficou claro que um grande número de pessoas foi impedida de votar ou simplesmente não viu a importância destas eleições, o que é muito preocupante", disse.
Xiitas e sunitas
Relatos do Iraque indicam que, como era esperado, a participação nas eleições foi maior entre curdos e xiitas do que entre os sunitas.
Embora os xiitas sejam maioria no país, o poder sempre esteve nas mãos dos sunitas, situação que poderia mudar pela primeira vez se o resultado destas eleições confirmar o que vêm dizendo analistas.
Atualmente, o Irã é o único país do Oriente Médio onde os xiitas detém o poder e existe o medo entre líderes árabes da influência que os iranianos possam passar a ter no futuro do Iraque.
"Nossa posição é sempre contrária à interferência de uma nação nos assuntos de seus vizinhos. A situação hoje no Iraque é muito delicada e entendemos as preocupações (dos líderes que temem influência iraniana)", disse Zaki.
Zaki disse ainda que a Liga Árabe quer que os os Estados Unidos apresentem um cronograma claro para a retirada das tropas ocidentais que estão em território iraquiano.
"Desde o início da ocupação isto está sendo pedido e até agora não fomos atendidos", disse Zaki.
"Esperamos que o novo governo provisório do Iraque vá reforçar esta necessidade junto às autoridades americanas".
Mídia
Durante todo o dominho, as notícias sobre os ataques ocorridos no dia das eleições no Iraque deram o tom da cobertura dos principais sites jornalísticos e redes de TV do mundo árabe.
Mas apesar dos relatos de violência, o noticiário árabe deste domingo também diz que um número significativo de eleitores foi às urnas para votar.
A rede de TV Al Jazeera, sediada no Qatar, chamou a atenção para as 30 mortes provocadas "pelo aumento das ações dos rebeldes anti-ocupação contra postos de votação."
A Al Jazeera diz que no início do dia pouca gente foi votar esparando para ver como ficaria a situação de segurança no país, mas que apesar dos ataques a participação aumentou a medida em que o dia passou.
'Eleição estranha'
De maneira geral, a mídia e a opinião pública árabes ficaram a favor da realização das eleições no Iraque, e se opuseram ao adiamento delas.
No entanto, há sérias dúvidas a respeito da legitimidade e da representatividade de eleições realizadas em meio a uma ocupação e com boa parte do eleitorado sem votar ou por medo de intimidação ou por não considerar a eleição importante.
"É uma eleição muito estranha, na qual a campanha se concentrou em declarações contra ou a favor de ir as urnas e não nas propostas idéia e propostas dos candidatos", opina o escritor Mohamed al-Ashhab em artigo públicado no jornal Al Hayat deste sábado.
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