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12/04/2005 - 06h22

Fidel acusa EUA de dar abrigo a 'terrorista'

FERNANDO RAVSBERG
da BBC Brasil, em Havana

O presidente de Cuba, Fidel Castro, acusou o governo americano de dar abrigo a um "terrorista" cubano.

"Faz 19 dias que o indivíduo, que o monstro está lá nos Estados Unidos", afirmou, referindo-se a Luís Posada Carriles.

Procurado pelas autoridades cubanas, ele é acusado da explosão de um avião civil cubano em que morreram quase 100 jovens atletas universitários, entre outros crimes.

Em diferentes entrevistas de imprensa, Carriles admitiu ter organizado uma série de atentados com bombas contra hotéis cubanos que deixaram um turista italiano morto e dezenas de feridos, em 1997.

Segundo o líder cubano, autoridades americanas sabem que Carriles está no país, mas estariam escondendo a informação até que termine a reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU, na qual Washington quer que Cuba seja condenada.

Atentado contra Fidel

Como se estivesse se dirigindo a líderes europeus, Fidel perguntou o que eles achavam do fato de "este infame terrorista" ser recebido nos Estados Unidos de forma "escusa" e "conspiratória" e "esperando que vocês lhe dêem o seu constrangedor apoio em Genebra".

A última ação atribuída a Carriles foi um atentado contra Fidel Castro durante a Cúpula Iberoamericana de 2000, realizada no Panamá. Ele foi capturado pela polícia, julgado e condenado por um tribunal panamenho.

No entanto, Carriles recebeu um indulto da ex-presidente de Panamá, Mireya Moscoso, o que lhe permitiu deixar o país rumo a Honduras. O paradeiro dele era desconhecido até que nos últimos dias o jornal The Miami Herald publicou a informação de que ele estaria em Miami.

O líder cubano pediu satisfações do presidente americano, George W. Bush, e lembrou suas declarações de 2003, quando disse que "se alguém protege um terrorista, se alguém apóia um terrorista, se alguém alimenta um terrorista é tão culpado quanto os terroristas".

Com o seu histórico de ações violentas não só em Cuba como em outros países da região, Luís Posada Carriles se tornou uma "batata quente" para o governo americano.

Por outro lado, acredita-se que ele colaborou com os serviços secretos americanos por anos, lutou contra o governo cubano, e foi uma peça-chave no escândalo dos contras na Nicarágua.

Além disso, o militante está muito ligado aos setores mais radicais da comunidade cubana em Miami, de quem teria recebido dinheiro e apoio logístico para as suas ações, como ele mesmo admitiu numa entrevista ao jornal The New York Times.

Seja como for, a suposta presença de Luís Posada Carriles em Miami tem um custo político para a administração Bush e Fidel Castro está tentando fazer com que ele seja o máximo possível.
 

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