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16/04/2005 - 05h30

Disputa esquenta, mas trabalhistas devem ficar no poder no Reino Unido

SILIO BOCCANERA
da BBC Brasil

Faltam menos de três semanas para a decisão do público britânico sobre o próximo governo que vai eleger.

Todas as cadeiras do parlamento, mais de seiscentas, estão em disputa, inclusive a de Tony Blair, como deputado do pequeno distrito de Sedgefield, no norte da Inglaterra.

Mas, apesar do calor da disputa entre trabalhistas, conservadores e liberais-democratas, as pesquisas de opinião deixam pouca dúvidas de que o atual governo vai continuar no poder.

Na pior das hipóteses, os trabalhistas deverão sofrer uma redução na maioria que têm no parlamento. Mas ela é tão vasta hoje, que um corte fará pouca diferença.

A não ser que haja uma grande surpresa, Tony Blair, portanto, deverá permanecer como primeiro-ministro, pois é o líder do partido.

Só que não deverá permanecer no cargo durante muito tempo, pois já anunciou que vai pendurar as chuteiras.

Oficialmente, só vai fazer isso ao fim do próximo mandato parlamentar --ou seja, depois de cinco anos.

Mas os conhecedores das tradições na política britânica e aqueles que frequentam os corredores do poder apostam que, bem antes dos cinco anos, Blair já terá se afastado.

Hoje, o sucessor seria Gordon Brown, atual ministro das Finanças, político que há oito ano no comando da economia ganhou a confiança de eleitores e empresários.

E confiança é um bem que Tony Blair perdeu entre setores do eleitorado, sobretudo por causa da guerra no Iraque.

Parte dos tradicionais eleitores trabalhistas o acusam de ter exagerado a ameaça de Saddam Hussein e ter se aproximado demais do governo americano de George Bush.

Apesar dos resultados previstos, a campanha eleitoral prossegue, com discussões calorosas sobre os temas que os partidos julgam relevantes.

Ou que possam render votos. Imigração, por exemplo, é um dos mais fortes e os conservadores batem fundo nesta tecla, insinuando que o país está sendo invadido por estrangeiros em situação ilegal e que eles se aproveitam dos benefícios sociais, como seguro-desemprego e tratamento médico gratuito.

Apesar de ser difícil sustentar a afirmação com estatísticas, o tema sensibiliza o eleitor.

Crime é outro tema que excita o público e está no centro da campanha dos conservadores.

Apesar de os índices de criminalidade na Grã-Bretanha serem baixos, na comparação com outros países ricos, e insignificantes frente aos do Brasil, pesquisas mostram que a "percepção de insegurança" das pessoas subiu.

Os liberais-democratas, liderados por Charles Kennedy, são e deverão continuar sendo o terceiro partido no país.

Longe do poder, tentam crescer e aumentar a sua influência relembrando que votaram contra a guerra no Iraque e o envio de tropas britânicas. O público agradece, mas vota nos outros.
 

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