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19/04/2005
-
02h07
da BBC Brasil, em Lisboa
O cardeal patriarca de Lisboa, d. José Policarpo, apontado como um dos favoritos para ser o novo papa, defende que o escolhido seja alguém com idéias próprias e capaz de enfrentar novos tempos e novas circunstâncias.
Ele se notabilizou em Portugal por defender os direitos dos trabalhadores e dos imigrantes, e, no campo doutrinário, tem se mostrado aberto a discutir temas como a ordenação de homens casados.
No domingo, ao rezar uma missa em Roma, d. José disse que o próximo pontífice deve saber ouvir.
Esta é uma posição que, para muitos, contrasta com a reafirmação da doutrina defendida pelo cardeal Joseph Ratzinger, tido como guardião da ortodoxia do Vaticano.
Intelectual
Dentro da Igreja Católica, o patriarca de Lisboa, de 69 anos, é considerado um intelectual.
Grande parte de seu percurso foi ligada ao ensino, especialmente na Universidade Católica de Portugal.
Doutorado em Teologia em Roma, em sua tese defende que a Igreja tem que estar atenta à história dos homens e, ao mesmo tempo, "captar os sinais positivos do Reino de Deus".
Na linha do Concílio Vaticano 2º, afirma que a Igreja deveria "reconquistar a pobreza, tanto exterior como interior".
Também diz que a Igreja deveria ser o lugar onde os pobres se sentissem em casa.
Descentralizador moderado
D. José também tem a seu favor a forma como tem gerido o patriarcado.
Ele é considerado um descentralizador moderado, um líder que sabe delegar decisões.
Sem estar ligado aos movimentos mais à esquerda da Igreja, tem no currículo uma atuação a favor dos direitos humanos, especialmente no papel que a Igreja portuguesa teve na luta pela independência de Timor Leste.
Entre as posições políticas que assumiu enquanto patriarca, estão a condenação às mudanças nas leis trabalhistas que facilitam as demissões de trabalhadores e o apoio a iniciativas de legalização de imigrantes em Portugal.
Na área religiosa, foi um dos lançadores do Movimento da Nova Evangelização, que busca levar as populações urbanas de volta à Igreja.
No campo da doutrina, é aberto à discussão sobre a ordenação de homens casados, mas não aceita mudanças em relação ao aborto.
Dentro do conclave, ele pode perder votos pelo fato de ser um fumante.
Em um momento em que o mundo faz campanha contra o fumo, talvez pareça ser pouco correto ver um papa tragando um cigarro.
Patriarca de Lisboa quer novo papa com idéias próprias
JAIR RATTNERda BBC Brasil, em Lisboa
O cardeal patriarca de Lisboa, d. José Policarpo, apontado como um dos favoritos para ser o novo papa, defende que o escolhido seja alguém com idéias próprias e capaz de enfrentar novos tempos e novas circunstâncias.
Ele se notabilizou em Portugal por defender os direitos dos trabalhadores e dos imigrantes, e, no campo doutrinário, tem se mostrado aberto a discutir temas como a ordenação de homens casados.
No domingo, ao rezar uma missa em Roma, d. José disse que o próximo pontífice deve saber ouvir.
Esta é uma posição que, para muitos, contrasta com a reafirmação da doutrina defendida pelo cardeal Joseph Ratzinger, tido como guardião da ortodoxia do Vaticano.
Intelectual
Dentro da Igreja Católica, o patriarca de Lisboa, de 69 anos, é considerado um intelectual.
Grande parte de seu percurso foi ligada ao ensino, especialmente na Universidade Católica de Portugal.
Doutorado em Teologia em Roma, em sua tese defende que a Igreja tem que estar atenta à história dos homens e, ao mesmo tempo, "captar os sinais positivos do Reino de Deus".
Na linha do Concílio Vaticano 2º, afirma que a Igreja deveria "reconquistar a pobreza, tanto exterior como interior".
Também diz que a Igreja deveria ser o lugar onde os pobres se sentissem em casa.
Descentralizador moderado
D. José também tem a seu favor a forma como tem gerido o patriarcado.
Ele é considerado um descentralizador moderado, um líder que sabe delegar decisões.
Sem estar ligado aos movimentos mais à esquerda da Igreja, tem no currículo uma atuação a favor dos direitos humanos, especialmente no papel que a Igreja portuguesa teve na luta pela independência de Timor Leste.
Entre as posições políticas que assumiu enquanto patriarca, estão a condenação às mudanças nas leis trabalhistas que facilitam as demissões de trabalhadores e o apoio a iniciativas de legalização de imigrantes em Portugal.
Na área religiosa, foi um dos lançadores do Movimento da Nova Evangelização, que busca levar as populações urbanas de volta à Igreja.
No campo da doutrina, é aberto à discussão sobre a ordenação de homens casados, mas não aceita mudanças em relação ao aborto.
Dentro do conclave, ele pode perder votos pelo fato de ser um fumante.
Em um momento em que o mundo faz campanha contra o fumo, talvez pareça ser pouco correto ver um papa tragando um cigarro.
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