Publicidade
Publicidade
Cativeiro fez França "adotar" Ingrid Betancourt
HUGH SCHOFIELD
da BBC, em Paris
Pergunte a qualquer francês de onde é Ingrid Betancourt e eles vão responder que ela é metade colombiana e metade francesa.
"Franco-Colombienne" é como ela é qualificada na mídia da França. Mas isso não é verdade. A ex-candidata presidencial de 46 anos é 100% colombiana, e tem passaporte francês só por causa de um casamento que já foi desfeito.
O que acontece é que, por um curioso processo de osmose nacional, em seus mais de seis anos de cativeiro, Betancourt se tornou francesa. Os franceses a reclamam para si mesmos.
Há uma explicação perfeitamente racional para isto. Ingrid Betancourt passou boa parte da sua juventude em Paris, onde o pai dela foi embaixador da Colômbia na Unesco (o fundo das Nações Unidas para a cultura).
Depois ela estudou ciências políticas na França e fez amizade com o futuro premiê Dominique de Villepin. Ingrid Betancourt casou-se com o primeiro marido --um diplomata-- e teve dois filhos --Melanie e Lorenzo-- na França.
Como ela disse ao descer de uma aeronave em Bogotá, seu coração está "compartilhado entre Colômbia e França".
Mas o fascínio da França com Ingrid Betancourt tem raízes psicológicas mais profundas.
Durante o seu período de cativeiro, Betancourt foi transformada de uma ambientalista obscura mas bem relacionada de um país distante em um símbolo do heroísmo dos dias de hoje.
Foram criados comitês de apoio em várias partes da França, que realizaram uma rodada constante de eventos de conscientização. Em disputas esportivas, pediu-se a multidões que dessem aplausos de cinco minutos em homenagem a ela.
Foram realizadas vigílias noturnas; ela se tornou cidadã de Paris; e uma grande fotografia dela foi colocada na fachada do Hotel de Ville.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, percebeu essa tendência e fez da libertação de Betancourt uma prioridade política.
O chefe de Estado fez um forte lobby em favor de Betancourt em fóruns internacionais e, embora ele não tenha tido nenhum envolvimento direto na sua libertação, certamente conseguirá reclamar algum crédito político.
Era como se Ingrid Betancourt respondesse a algum anseio no povo francês por um ícone para representar os valores que eles acreditam serem seus: consciência social, ativismo, coragem, independência.
Também não foi contraproducente o fato de ser esta uma mulher que obviamente ama a França e acredita que sua mensagem para o mundo ainda conta.
Falando em francês no aeroporto de Bogotá, Betancourt disse que mal podia esperar para redescobrir o que chamou de "ma douce France" ("minha doce França", em tradução livre).
É uma expressão antiga que conjura todo o tipo de sentimento bom. Ela não poderia ter feito um elogio maior ao país que a adotou.
Leia mais
- Dois dias após ser libertada, Ingrid Betancourt chega à França
- Rádio suíça diz que Farc receberam milhões para liberar Betancourt
- Ingrid Betancourt viaja à França onde será recebida por Sarkozy
- Especialistas israelenses assessoraram resgate na Colômbia, diz imprensa
- Rebeldes capturados em resgate podem ser extraditados aos EUA
- Betancourt conta que ficou acorrentada 24 horas por dia durante três anos
- "Tinha me preparado para mais 4 anos na selva", diz Betancourt
- Betancourt pede que Chávez e Correa restabeleçam vínculos com Uribe
- Após seis anos, Ingrid Betancourt reencontra filhos na Colômbia
Livraria da Folha
- Obras da série "Folha Explica" discutem política e eleições
- Agente que viveu infiltrado apresenta perspectiva única do terrorismo
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
Bom natal e feliz 2010 - que será um otimo ano apesar da dilma, que com a maquina lula a favor, acho que teremos que engolir. Ma que ela fique esperta, aqui não é Venezuela, nem honduras.... Continua como o lula, economia nos moldes ortodoxos do tempo do FHC.
avalie fechar
Podemos notar o seguinte, quanto mais vc combate o narcotráfico mais ele se fortalece, e incrível, o maior consumidor de Cocaina do mundo é os EUA, e o maior fornecer de "Pasta de Coca" é a Colómbia.
EUA oefreceram milhões de dolares pelo Bin laden, e já se pasaram quasi 9 anos, agora Uribe acha que quasi R$ 1 milhão vai convencer alguém????
Não dúvido que o Premio Nóbel da Paz YES WE CAN, venha a público culpar o Hugo Chaves por este atentado.
avalie fechar