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13/05/2005
-
14h38
da BBC Brasil, em Roma
O papa Bento 16 nomeou o novo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que ele mesmo ocupou por 23 anos até ser eleito sucessor de João Paulo 2°.
É o norte-americano William Joseph Levada, de 69 anos, arcebispo de San Francisco, na Califórnia.
O novo guardião da ortodoxia católica ainda não é cardeal, devendo ser nomeado num dos primeiros consistórios do pontificado de Joseph Ratzinger, ainda sem data marcada.
Definido como um conservador, monsenhor William Levada é considerado um defensor da moral sexual católica.
Chegou a se posicionar abertamente contra o democrata John Kerry e outros políticos norte-americanos que defendem o aborto.
Gays
Na Itália, o arcebispo de San Francisco ficou conhecido durante o jubileu do ano 2000, quando mandou uma carta ao governo italiano pedindo que proibisse a manifestação "Gay Pride" em Roma.
Levada formou-se em Roma, na Universidade Gregoriana, onde também ensinou teologia.
Nomeado arcebispo de San Francisco em 1995, foi também membro da Congregação para a Doutrina da Fé por alguns anos e contribuiu para a preparação do novo catecismo da Igreja Católica.
Em 2002, Levada fez parte de uma comissão composta por representantes da curia romana e do clero norte-americano que tratou do escândalo dos abusos sexuais na Igreja dos Estados Unidos.
A comissão foi encarregada de redigir o programa de ação da Igreja Católica norte-americana para buscar uma solução para o problema.
O documento final surpreendeu pelo tom duro e com o qual pedia "tolerância zero" com os padres suspeitos de envolvimento em abusos sexuais.
Poder
O escândalo dos abusos sexuais foi tratado, de forma indireta, pelo então cardeal Ratzinger durante as meditações que fez na via sacra da última Semana Santa.
Frases como "quanta sujeira há na Igreja.... e justamente entre quem no sacerdócio deveria pertencer completamente a Jesus...." foram interpretadas como a indicação de um dos principais problemas que o próximo pontificado deveria enfrentar.
A Congregação para a Doutrina da Fé é um dos "ministérios" mais poderosos do Vaticano.
Seu responsável é o principal colaborador do papa.
É nesse dicastério que são redigidos alguns dos textos mais importantes da Igreja Católica e também controlados os documentos das outras congregações.
Teologia da Libertação
Conhecida como Santo Ofício, a Congregação para a Doutrina da Fé substituiu a antiga e temida inquisição, que no passado condenou por heresia personagens como Galileu e pelo mesmo motivo mandou para fogueira Giordano Bruno e Joana D'Arc.
Sua função é controlar a aplicação correta da doutrina da Igreja e punir quem não está alinhado a ela.
Nos últimos 23 anos, diversos teólogos foram proibidos de continuar seus estudos e teses por discordarem ou colocarem em discussão a linha doutrinária estabelecida por Roma.
É o caso dos fundadores da teologia da libertação, entre eles o brasileiro Leonardo Boff e o alemão Hans Kung, ex-amigo e colega do atual papa.
Americano conservador é novo guardião da fé
ASSIMINA VLAHOUda BBC Brasil, em Roma
O papa Bento 16 nomeou o novo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que ele mesmo ocupou por 23 anos até ser eleito sucessor de João Paulo 2°.
É o norte-americano William Joseph Levada, de 69 anos, arcebispo de San Francisco, na Califórnia.
O novo guardião da ortodoxia católica ainda não é cardeal, devendo ser nomeado num dos primeiros consistórios do pontificado de Joseph Ratzinger, ainda sem data marcada.
Definido como um conservador, monsenhor William Levada é considerado um defensor da moral sexual católica.
Chegou a se posicionar abertamente contra o democrata John Kerry e outros políticos norte-americanos que defendem o aborto.
Gays
Na Itália, o arcebispo de San Francisco ficou conhecido durante o jubileu do ano 2000, quando mandou uma carta ao governo italiano pedindo que proibisse a manifestação "Gay Pride" em Roma.
Levada formou-se em Roma, na Universidade Gregoriana, onde também ensinou teologia.
Nomeado arcebispo de San Francisco em 1995, foi também membro da Congregação para a Doutrina da Fé por alguns anos e contribuiu para a preparação do novo catecismo da Igreja Católica.
Em 2002, Levada fez parte de uma comissão composta por representantes da curia romana e do clero norte-americano que tratou do escândalo dos abusos sexuais na Igreja dos Estados Unidos.
A comissão foi encarregada de redigir o programa de ação da Igreja Católica norte-americana para buscar uma solução para o problema.
O documento final surpreendeu pelo tom duro e com o qual pedia "tolerância zero" com os padres suspeitos de envolvimento em abusos sexuais.
Poder
O escândalo dos abusos sexuais foi tratado, de forma indireta, pelo então cardeal Ratzinger durante as meditações que fez na via sacra da última Semana Santa.
Frases como "quanta sujeira há na Igreja.... e justamente entre quem no sacerdócio deveria pertencer completamente a Jesus...." foram interpretadas como a indicação de um dos principais problemas que o próximo pontificado deveria enfrentar.
A Congregação para a Doutrina da Fé é um dos "ministérios" mais poderosos do Vaticano.
Seu responsável é o principal colaborador do papa.
É nesse dicastério que são redigidos alguns dos textos mais importantes da Igreja Católica e também controlados os documentos das outras congregações.
Teologia da Libertação
Conhecida como Santo Ofício, a Congregação para a Doutrina da Fé substituiu a antiga e temida inquisição, que no passado condenou por heresia personagens como Galileu e pelo mesmo motivo mandou para fogueira Giordano Bruno e Joana D'Arc.
Sua função é controlar a aplicação correta da doutrina da Igreja e punir quem não está alinhado a ela.
Nos últimos 23 anos, diversos teólogos foram proibidos de continuar seus estudos e teses por discordarem ou colocarem em discussão a linha doutrinária estabelecida por Roma.
É o caso dos fundadores da teologia da libertação, entre eles o brasileiro Leonardo Boff e o alemão Hans Kung, ex-amigo e colega do atual papa.
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