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03/06/2005
-
08h34
da BBC Brasil, em Lampuuk, Aceh
Cinco meses após o maremoto que deixou devastada grande parte da província indonésia de Aceh, um dos principais vilarejos da região, Lampuuk continua dependendo do abastecimento de água potável de organizações não-governamentais.
Diariamente, carros-pipa vêm e vão pelas ruas George Bush e Bill Clinton --batizadas depois da visita dos dois ex-presidentes americanos em fevereiro-- abastecidos pela água de três reservatórios azuis instalados ao lado de uma mesquita.
Essa água só pode ser usada para cozinhar e beber e é cuidadosamente racionada pelos moradores de Lampuuk, já que nunca se sabe quem ou quando o próximo carro-pipa vai passar.
Antes do maremoto de dezembro, água nunca foi um problema no vilarejo. Quase todas as casas dispunham de poços artesianos, e algumas tinham acesso a fontes de água potável que brotavam nas montanhas.
"A nossa água era muito, muito limpa", afirma Ibu Mariani, inspetora de escolas em Lampuuk. "Até os poços próximos do mar tinham água pura."
Destruição
Todos os poços do vilarejo foram inutilizados pelo tsunami que arrastou escombros, areia e água salgada para dentro deles.
A limpeza dos poços é um trabalho árduo. Segundo Pak Ayum, da Cruz Vermelha, a tarefa pode levar até quatro dias para apenas um poço.
"E estamos tentando reparar 500 deles só em Lampuuk", diz Ayum.
A ONG Oxfam está tocando um projeto para reestabelecer o abastecimento de água no local, tratando as fontes de água pura e reparando e limpando os canos.
"A primeira fase vai ser um ponto de distribuição para a T45, um tanque de armazenamento com capacidade para 45 mil litros d'água", explica Ian Clarke, o coordenador do projeto.
Para complicar ainda mais a situação, as autoridades têm que levar em consideração a geopolítica da região.
A área em que brotam as fontes fica nas montanhas atrás de Lampuuk que, segundo o governo da Indonésia, servem de abrigo para rebeldes separatistas de Aceh.
Estima-se que o vilarejo vá depender de abastecimento externo de água potável pelo menos por mais alguns meses.
A primeira fase do projeto da Oxfam deve levar mais seis semanas para ser concluído.
Após 5 meses do tsunami, partes de Aceh ainda não têm água
BECKY LIPSCOMBEda BBC Brasil, em Lampuuk, Aceh
Cinco meses após o maremoto que deixou devastada grande parte da província indonésia de Aceh, um dos principais vilarejos da região, Lampuuk continua dependendo do abastecimento de água potável de organizações não-governamentais.
Diariamente, carros-pipa vêm e vão pelas ruas George Bush e Bill Clinton --batizadas depois da visita dos dois ex-presidentes americanos em fevereiro-- abastecidos pela água de três reservatórios azuis instalados ao lado de uma mesquita.
Essa água só pode ser usada para cozinhar e beber e é cuidadosamente racionada pelos moradores de Lampuuk, já que nunca se sabe quem ou quando o próximo carro-pipa vai passar.
Antes do maremoto de dezembro, água nunca foi um problema no vilarejo. Quase todas as casas dispunham de poços artesianos, e algumas tinham acesso a fontes de água potável que brotavam nas montanhas.
"A nossa água era muito, muito limpa", afirma Ibu Mariani, inspetora de escolas em Lampuuk. "Até os poços próximos do mar tinham água pura."
Destruição
Todos os poços do vilarejo foram inutilizados pelo tsunami que arrastou escombros, areia e água salgada para dentro deles.
A limpeza dos poços é um trabalho árduo. Segundo Pak Ayum, da Cruz Vermelha, a tarefa pode levar até quatro dias para apenas um poço.
"E estamos tentando reparar 500 deles só em Lampuuk", diz Ayum.
A ONG Oxfam está tocando um projeto para reestabelecer o abastecimento de água no local, tratando as fontes de água pura e reparando e limpando os canos.
"A primeira fase vai ser um ponto de distribuição para a T45, um tanque de armazenamento com capacidade para 45 mil litros d'água", explica Ian Clarke, o coordenador do projeto.
Para complicar ainda mais a situação, as autoridades têm que levar em consideração a geopolítica da região.
A área em que brotam as fontes fica nas montanhas atrás de Lampuuk que, segundo o governo da Indonésia, servem de abrigo para rebeldes separatistas de Aceh.
Estima-se que o vilarejo vá depender de abastecimento externo de água potável pelo menos por mais alguns meses.
A primeira fase do projeto da Oxfam deve levar mais seis semanas para ser concluído.
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