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18/08/2005 - 09h16

Advogados do caso Jean se reúnem com investigadores

da BBC Brasil

Advogados da família do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia de Londres no mês passado, se reúnem nesta quinta-feira com membros da comissão independente da polícia que investiga o caso.

O encontro foi acertado após a divulgação, pela rede de TV britânica ITV News, de informações das investigações sigilosas que contradizem a versão inicial da polícia para a morte de Jean na estação de metrô de Stockwell, em 22 de julho.

Os advogados querem que a Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), mostre a eles suas informações iniciais e os assegure de que a investigação segue seu caminho normal.

Os advogados da família de Jean pediram a renúncia do chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, após a divulgação de informações de que ele teria tentado interromper a investigação.

A família de Jean diz que o atraso em iniciar o inquérito pode ter significado a perda de pistas importantes para o caso.

Contradições

A polícia havia dito ter pensado que Jean carregava uma bomba e estava pronto a se explodir no metrô porque estava usando um casaco pesado e correu ao ser abordado. Mas os documentos divulgados indicam que esta informação era falsa e que ele havia sido dominado pelos policiais antes de ser atingido por oito tiros.

A morte de Jean Charles aconteceu no dia seguinte às tentativas frustradas de ataques a bomba no sistema de transporte de Londres e duas semanas após os ataques do dia 7 de julho, que mataram ao menos 56 pessoas.

A advogada Harriet Wistrich, uma das representantes da família de Jean, pede "a divulgação urgente de toda a verdade que envolve a morte de Jean Charles".

"O interesse público coincide completamente com os interesses da família. Desde o início, as mais altas autoridades da polícia e ministros do governo, incluindo o primeiro-ministro, afirmaram que a morte de Jean Charles foi um acidente infeliz, que ocorreu no contexto de uma política absolutamente legítima, justificável, dentro da lei e necessária."

"No contexto das mentiras reveladas agora, essas afirmações se tornaram ainda mais insustentáveis e até mais alarmantes. É inconcebível que os verdadeiros fatos, revelados ontem, não tenham sido comunicados às mais altas autoridades policiais e aos ministros imediatamente", disse a advogada num comunicado.

Os representantes da família de Jean Charles haviam pedido na quarta-feira a abertura de um novo inquérito sobre o caso --desta vez público e não sigiloso.

Especial
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