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24/08/2005 - 07h21

Retirada pode pôr Israel e EUA em rota de colisão

JONATHAN MARCUS
da BBC Brasil

A retirada de Israel da Faixa de Gaza e de parte da Cisjordânia pode fornecer bases para um confronto diplomático entre o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e o presidente americano, George W. Bush.

Apesar dos elogios de Bush ao "passo histórico" tomado por Sharon ao esvaziar 25 assentamentos em territórios palestinos, a visão americana em relação ao processo unilateral de retirada israelense não está clara.

O governo Bush quer retomar o chamado Plano de Paz, apoiado também por União Européia, ONU e Rússia e que prevê o congelamento da construção de assentamentos.

Sharon, no entanto, não faz segredo sobre os seus planos de expandir os assentamentos da Cisjordânia --apesar da retirada de quatro pequenos assentamentos na região.

Forças israelenses mal tinham terminado de retirar os colonos dos dois últimos assentamentos incluídos no seu plano, e o primeiro-ministro já reafirmava o seu compromisso de aumentar os assentamentos de Ariel e Maale Adumim, na Cisjordânia, e de pôr em prática o seu polêmico projeto de construir subúrbios que liguem os assentamentos a Jerusalém.

Sharon acredita que Washington não vai forçar Israel a congelar os assentamentos. Ele se baseia numa carta enviada por Bush em abril de 2004 na qual o presidente americano menciona "novas realidades" na região.

Um dos testes para esse relacionamento ocorrerá com a decisão sobre o que será feito com os 24 postos avançados israelenses na Cisjordânia --considerados ilegais até pela lei israelense-- que Sharon prometeu desmantelar logo depois da retirada parcial dos colonos.

Muito depende também do que acontecer em Gaza.

Os palestinos vão se focar na reconstrução pacífica ou grupos radicais vão tentar usar os assentamentos abandonados como base de lançamento de ataques contra Israel?

A violência vai simplesmente se transferir de Gaza para a Cisjordânia, onde o Exército israelense continuará patrulhando a área dos assentamentos evacuados?

Tanto Sharon como o líder palestino Mahmoud Abbas estão entrando em período eleitoral.

É de se esperar, portanto, que o foco seja a política doméstica e as suas ações e declarações devem ser vistas por esse prisma.

Os americanos, por sua vez, podem relutar em exercer muita pressão em um momento tão delicado. Mas o risco de choque está no horizonte.
 

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