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Policial que matou Jean Charles nunca tinha atirado em suspeito
da BBC
Um dos policiais que mataram Jean Charles de Menezes nunca tinha atirado contra um suspeito antes, disse o próprio agente nesta sexta-feira em depoimento ao inquérito sobre a morte do eletricista pela polícia na estação de metro de Stockwell, em Londres, em 22 de julho de 2005.
O policial, identificado apenas como C12, afirmou em seu depoimento que as instruções antes da ação que levou à morte de Jean Charles foram "muito breves" e que ele acreditava estar diante de um risco imensurável.
Esta é a primeira vez que o agente depõe publicamente sobre o caso, desde que Jean Charles foi morto pela polícia, depois de ter sido confundido com o extremista Hussein Osman. Na véspera, Osman havia tentado cometer um atentado contra a rede de transportes públicos de Londres.
A mãe, Maria Otone de Menezes, e o irmão de Jean Charles, Giovani da Silva, estavam presentes ao depoimento, em Londres.
Única opção
O legista que preside o inquérito, sir Michael Wright, disse ao júri que C12 e o outro policial que atirou contra Jean Charles, identificado como C2, acreditavam que a "morte instantânea" era a única opção.
29.jan.2001/AP |
O brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, morto a tiros pela polícia |
Os dois agentes estariam "convencidos" de que Jean Charles era o suspeito, mas os policiais envolvidos na vigilância de Osman disseram ao inquérito que o eletricista foi identificado como uma "boa possibilidade".
C12 contou que não foi comunicado da "urgência" de seu deslocamento e que havia trabalhado um turno de 14 horas na véspera. Ele disse ter recebido poucos detalhes sobre o suspeito ou sobre a operação, durante dois comunicados pela manhã.
"Eu não consigo lembrar de detalhes específicos, mas a conversa geral envolvia uma operação contra o terrorismo após os atentados frustrados da véspera", disse ele. "Foi um comunicado muito breve um esboço do que nós estávamos fazendo e onde tínhamos de ir imediatamente."
Ele ainda respondeu sobre seu estado mental na hora da ação, com voz trêmula: "O perigo que estávamos enfrentando, ou potencialmente enfrentando, era imensurável".
"Eles eram extremistas suicidas fracassados. Quem sabe o que se passaria na cabeça deles? Eles haviam preparado bombas para alcançar mortes em massa", disse. "Eles estavam determinados, como fomos levados a acreditar, preparados, altamente perigosos, e talvez nós tivéssemos que enfrentá-los."
Incapacitação imediata
O policial contou ter requisitado uma pistola Glock, um rifle e granadas para "estar equipado para qualquer eventualidade".
Ele ainda escolheu munição de 124 gramas, porque teriam lhe dito que era a melhor para "incapacitação imediata". O agente foi admitido na unidade especial de armas de fogo da polícia em 1996.
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primeiro: o cara era ilegal... e aí acabou!!!
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A Inglaterra cometeu um papelão tão ridículo que fica difícil argumentar. O caso de Jean Charles é uma grande vergonha para uma das polícias com o maior ego do mundo, a britânica. É, ego misturado com racismo não vence o terrorismo internacional.
Compreendo o cansaço do pai de Jean com isso tudo,
certamente ele agora quer ser deixado em paz.
O que fica é a vergonha para os ingleses.
Enquanto em filmes hollywoodianos o James Bond salva o mundo, na vida real Mister Blair e seu sucessor Brown afundam tudo.
Onde está a "eficiência britânica"? Seus "valores civilizados"? 7 tiros na cabeça? Pelas costas? Sobre a "civilidade" britânica os indianos tem muito a dizer, assim como a família de Jean Charles.P.S: Sobre as questões coloniais levantadas pela Ellen, quem tiver interesse leia "Holocaustos Coloniais" de Mike Davis.
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