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14/11/2008 - 00h32

Lula diz que Dilma tem potencial para 2010, mas não confirma escolha

FERNANDA NIDECKER
da BBC Brasil, em Roma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira em Roma que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, "tem o potencial" para ser escolhida como candidata da base aliada para sua sucessão em 2010.

Mas o presidente não confirmou ter afirmado que já escolhera sua candidata e que essa candidata seria a ministra, como sugerido por relatos de jornais italianos de uma entrevista concedida por Lula à imprensa local.

"Não, na verdade, não", disse Lula, quando confrontado por um jornalista com a afirmação feita pelos jornais italianos. "Eu tenho que construir uma candidatura junto à base aliada ligada ao governo federal".

Segundo reportagem do jornal La Repubblica publicada nesta quinta-feira, Lula teria afirmado querer "que o Brasil seja governado por uma mulher. E a pessoa certa é Dilma Rousseff".

De acordo com o Corriere Della Sera, Lula disse já ter "um nome em mente: o de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil."

"Ainda não falei com ela, mas acredito que possa ser uma boa candidata", teria dito Lula, segundo o Corriere.

Antes de embarcar para Washington, onde participa de reunião do G20, Lula expôs a jornalistas brasileiros sua versão da entrevista aos jornais italianos.

"Eu disse que o partido tem de apresentar candidato e que a Dilma pode ser uma boa candidata para o Brasil", disse Lula.

"Entretanto, sequer conversei com a ministra. Mas quem conhece a Dilma sabe que ela tem potencial e poderia ser escolhida pelos partidos da base inclusive, não apenas pelo PT", acrescentou.

Crise

O presidente também disse que o governo vai acompanhar a atual crise financeira internacional "diariamente" e, à medida que for necessário, agirá para ajudar "este ou aquele setor" da economia até que o "medo psicológico" deixe de tomar conta e as pessoas voltem a comprar.

"Se a gente parar, a crise chega de verdade", disse o presidente. "Eu vou encontrar com o companheiro Guido (Mantega, ministro da Fazenda), amanhã em Washington. Certamente, teremos horas para conversar sobre novas medidas que o governo pode tomar."

"Eu não sei quais são, e nós vamos tomar na medida em que os segmentos da economia brasileira apresentem concretamente os problemas que estão sentindo", acrescentou.

Segundo Lula, os setores considerados prioritários para o governo são a indústria automobilística, pelo peso que representa na cadeia produtiva do PIB industrial (24%), a indústria da construção civil, pequenas e médias empresas, por causa da quantidade de empregos que geram, e a agricultura.

O presidente ressaltou o que já foi feito até o momento, como a disponibilização de capital de giro para pequenas e médias empresas, a injeção de R$ 5 bilhões para financiamento da indústria automobilística e a devolução de mais de R$ 10 bilhões do compulsório para que o sistema financeiro tenha dinheiro para irrigar o crédito na economia.

"Portanto, se depender das ações do governo, das empresas brasileiras, a economia vai continuar funcionando bem, até porque nós queremos continuar fortalecendo o mercado interno brasileiro", afirmou.

Pacotes estaduais

Sobre os pacotes anunciados recentemente pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais, Lula disse que tem pedido a todos os governadores que puderem contribuir que o façam, porque ajudarão a manter o crescimento do seu próprio Estado.

"Esta é uma lógica, e eu acho que os Estados que tiverem recursos devem fazer para ajudar na manutenção do crescimento de seu Estado e do Brasil", afirmou.

O presidente voltou a dizer que, no Brasil, a crise é bem diferenciada porque o país tem um mercado interno forte. Mas admitiu que se há uma crise na principal economia do mundo e na Europa, seus efeitos "chegarão à China, ao Brasil, à África porque são grandes exportadores".

"Para nos contrapormos a isso, vamos fortalecer o mercado interno brasileiro, não vamos paralisar obras do PAC e (vamos) atrair novos investimentos", acrescentou Lula.

"Se os empresários italianos têm problemas com investimentos aqui na Itália, o Brasil é um porto mais do que seguro para os investimentos deles", completou.

Reunião do G20

Sobre a reunião dos chefes de Estado do G20 no sábado, em Washington, Lula disse acreditar na possibilidade de uma posição comum entre os emergentes.

"Temos muita afinidade com a China, os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) vão se reunir, o Guido (Mantega) já fez reunião com o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Então, eu penso que temos uma posição uniforme", afirmou.

"Mas é a primeira reunião, em que cada presidente vai ter apenas sete minutos para fazer sua exposição."

Para Lula, é certo que o sistema financeiro precisa de uma regulação e a reunião será importante para começar a estabelecer essas bases.

"É preciso reformular o FMI (Fundo Monetário Internacional), que foi criado para atender a uma determinada demanda dos países. Mas hoje o FMI não representa mais nada", afirmou. "Então, é preciso reformular totalmente as instituições."

"A ONU tem que ter um papel mais importante (regulatório), como tem a FAO (Agência das Nações Unidas para a Alimentação), o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)", completou.

Após a entrevista com os jornalistas na embaixada brasileira, Lula embarcou para Washington.

Na sexta-feira, o presidente tem uma série de encontros bilaterais com vários líderes, como a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o primeiro-ministro do Japão, Taro Aso.

Comentários dos leitores
petra fan (32) 02/02/2010 21h26
petra fan (32) 02/02/2010 21h26
o sindicato que está no poder passou 20 anos jurando que queria governar para mudar "tudo isso que está aí".
hoje, tem uma escumalha a compor sua base de governo, institutos de pesquisa amigos que lhe conseguem amostras sortudas, e uma tropa de tonton macoutes a demonstrar sua verve "democrática" na internet.
é impressionante.
sem opinião
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Claudio Rocha (434) 02/02/2010 20h00
Claudio Rocha (434) 02/02/2010 20h00
Quando governo é atuante os desastres provocados pela natureza são diminuidas. O que ocorre em SP com as enchentes é igual ao que ocorreu no governo Bush em New Orleans, USA, com o KATRINA. onde o governo, todos sabiam a quem defendia e a quem representava. O que permitiu que um fenomeno da natureza devastasse a cidade, mostrando o sofrimento e a miseria que os poderosos tanto se empenham em esconder....São Paulo uma cidade triste, população se sente abandonada por aqueles no qual confiou seu voto.... Esse deveria ser o lema do PSDB: Brasil um Pais para poucos 5 opiniões
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Você sabia que no Paraguai (que não tem nenhum poço de petróleo) a gasolina custa R$ 1,45 o litro e sem adição de álcool . Na Argentina, Chile e Uruguai que juntos (somados os 3) produzem menos de 1/5 da produção brasileira, o preço da gasolina gira em torno de R$ 1,70 o litro e sem adição de álcool. Você sabia, que já desde o ano de 2007 e conforme anunciado aos "quatro ventos" pelo LULA e sua Ministra DILMA... o Brasil já é AUTO-SUFICIENTE em petróleo e possui a TERCEIRA maior reserva de petróleo do MUNDO.
Realmente, só tem uma explicação para pagarmos R$ 2,67 o litro: a GANÂNCIA do Governo com seus impostos e a busca desenfreada dos lucros exorbitantes da nossa querida e estimada estatal brasileira que refina o petróleo por ela mesma explorado nas "terras tupiniquins", então o "velho PT", lembram-se deles, quando oposição???Vão ao MP,contra o Serra devido as enchentes........e dá para entender???
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