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29/09/2005
-
13h24
da BBC Brasil
A família do eletricista Jean Charles de Menezes disse estar "convencida de que a polícia do Reino Unido" mentiu, após ter acesso a imagens do circuito interno de TV da estação de metrô de Stockwell, onde o brasileiro foi morto no dia 22 de julho.
Os pais e o único irmão de Menezes se reuniram na manhã desta quinta-feira, em Londres, com membros da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), o órgão responsável pelo inquérito que apura as circunstâncias da morte do eletricista.
Sua mãe, Maria Otônia de Menezes, disse à BBC Brasil que reconheceu o filho nas imagens e começou a chorar.
Após o encontro, o IPCC divulgou um comunicado no qual diz ter explicado à família e aos advogados que os representam a maneira como o inquérito está sendo conduzido.
O órgão também deu detalhes sobre o progresso da investigação, que espera concluir antes do Natal.
"Abalados"
Em outro comunicado, lido por uma das advogadas da família de Jean, os parentes disseram ter obtido detalhes sobre o que foi investigado até o momento.
"Eles concordaram que para não prejudicar os trâmites legais, as informações que foram confiadas a nós hoje serão mantidas como confidenciais", disse o documento.
"Nós ainda temos muitas perguntas a fazer", segue a carta. "Este foi o primeiro de uma série de encontros."
O comunicado diz ainda: "Nós vimos as únicas imagens disponíveis do circuito interno de TV de Stockwell. Ficamos muito abalados ao ver como Jean aparentava estar tranqüilo e agindo normalmente, especialmente se levando em conta as declarações feitas logo após a sua morte."
O brasileiro foi morto pela polícia britânica no dia 22 de julho, depois de ter sido confundido com um ativista suicida na estação de metrô, localizada no sul da capital britânica.
"Regulation 9"
De acordo com o repórter da BBC que está acompanhando o caso Danny Shaw, a polícia de Londres não comentou as alegações de que os policiais envolvidos na operação que resultou na morte de Menezes vão receber uma espécie de advertência conhecida como "Regulation 9".
A advertência, prevista no processo de investigação de uma ação policial, comunica a um policial que ele se encontra sob investigação e não tem nada a ver com um possível indiciamento.
De acordo com Shaw, se houver motivos para se acreditar que um crime foi cometido por um policial, a questão será tratada separadamente, com o suspeito sendo interrogado.
Dada a natureza do caso Jean, o repórter da BBC diz que é provável que os policiais envolvidos com a morte já tenham sido advertidos de que podem ser indiciados criminalmente.
Ian Blair
O jornal britânico "Daily Mail" diz na sua edição desta quinta-feira que seis policiais podem ser processados por envolvimento no caso, mas que ainda é cedo para saber quais serão as acusações que eles enfrentariam na Justiça.
Na quarta-feira, os familiares de Jean descartaram um encontro frente a frente com Ian Blair, o chefe da polícia de Londres.
Blair disse nesta quinta-feira, contudo, que o convite continua de pé. "Eu sinto muito neste momento por eles terem dito que não irão (se encontrar comigo)".
"Nós vamos continuar trabalhando com o IPCC e esperar pelo resultado do inquérito", completou.
Especial
Leia cobertura completa sobre os ataques em Londres
Leia o que já foi publicado sobre Jean Charles de Menezes
Vídeo mostra que polícia mentiu, diz família de Jean
BRUNO GARCEZda BBC Brasil
A família do eletricista Jean Charles de Menezes disse estar "convencida de que a polícia do Reino Unido" mentiu, após ter acesso a imagens do circuito interno de TV da estação de metrô de Stockwell, onde o brasileiro foi morto no dia 22 de julho.
Os pais e o único irmão de Menezes se reuniram na manhã desta quinta-feira, em Londres, com membros da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), o órgão responsável pelo inquérito que apura as circunstâncias da morte do eletricista.
Sua mãe, Maria Otônia de Menezes, disse à BBC Brasil que reconheceu o filho nas imagens e começou a chorar.
Após o encontro, o IPCC divulgou um comunicado no qual diz ter explicado à família e aos advogados que os representam a maneira como o inquérito está sendo conduzido.
O órgão também deu detalhes sobre o progresso da investigação, que espera concluir antes do Natal.
"Abalados"
Em outro comunicado, lido por uma das advogadas da família de Jean, os parentes disseram ter obtido detalhes sobre o que foi investigado até o momento.
"Eles concordaram que para não prejudicar os trâmites legais, as informações que foram confiadas a nós hoje serão mantidas como confidenciais", disse o documento.
"Nós ainda temos muitas perguntas a fazer", segue a carta. "Este foi o primeiro de uma série de encontros."
O comunicado diz ainda: "Nós vimos as únicas imagens disponíveis do circuito interno de TV de Stockwell. Ficamos muito abalados ao ver como Jean aparentava estar tranqüilo e agindo normalmente, especialmente se levando em conta as declarações feitas logo após a sua morte."
O brasileiro foi morto pela polícia britânica no dia 22 de julho, depois de ter sido confundido com um ativista suicida na estação de metrô, localizada no sul da capital britânica.
"Regulation 9"
De acordo com o repórter da BBC que está acompanhando o caso Danny Shaw, a polícia de Londres não comentou as alegações de que os policiais envolvidos na operação que resultou na morte de Menezes vão receber uma espécie de advertência conhecida como "Regulation 9".
A advertência, prevista no processo de investigação de uma ação policial, comunica a um policial que ele se encontra sob investigação e não tem nada a ver com um possível indiciamento.
De acordo com Shaw, se houver motivos para se acreditar que um crime foi cometido por um policial, a questão será tratada separadamente, com o suspeito sendo interrogado.
Dada a natureza do caso Jean, o repórter da BBC diz que é provável que os policiais envolvidos com a morte já tenham sido advertidos de que podem ser indiciados criminalmente.
Ian Blair
O jornal britânico "Daily Mail" diz na sua edição desta quinta-feira que seis policiais podem ser processados por envolvimento no caso, mas que ainda é cedo para saber quais serão as acusações que eles enfrentariam na Justiça.
Na quarta-feira, os familiares de Jean descartaram um encontro frente a frente com Ian Blair, o chefe da polícia de Londres.
Blair disse nesta quinta-feira, contudo, que o convite continua de pé. "Eu sinto muito neste momento por eles terem dito que não irão (se encontrar comigo)".
"Nós vamos continuar trabalhando com o IPCC e esperar pelo resultado do inquérito", completou.
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