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10/10/2005
-
20h02
da BBC Brasil
Após duas semanas em Londres, a família do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia em julho numa estação de metrô da capital britânica, diz ainda ter muitas perguntas não respondidas sobre as circunstâncias de sua morte, mas considera que a viagem tenha valido a pena.
“Valeu a pena ter vindo, porque estando no lugar temos uma noção melhor sobre o que aconteceu”, disse à BBC Brasil Giovani da Silva, irmão de Jean. “Agora estamos mais conscientes do erro que a polícia cometeu.”
Giovani e seus pais, Matozinhos e Maria Otônia de Menezes, participaram na noite desta segunda-feira de uma manifestação num auditório da London School of Economics, na Universidade de Londres, para marcar o lançamento oficial de uma campanha pedindo justiça e a verdade sobre as circunstâncias em que Jean foi morto.
A família acusa a polícia londrina de ter mentido sobre as circunstâncias da morte de Jean, dizendo inicialmente ter atirado porque ele, após sair de um prédio sob vigilância no sul de Londres, teria corrido e pulado as catracas da estação de metrô de Stockwell ao ser abordado pelos policiais. As alegações foram negadas posteriormente.
“Erraram em matar uma pessoa inocente sem a pessoa fazer nada e sem ter tido tempo de se defender, sem investigar. Eles não podem sair por aí matando as pessoas”, disse Giovani.
Segundo ele, a família deve retornar ao Brasil na quarta-feira, mas deve deixar a Grã-Bretanha com muitas perguntas ainda sem respostas. “O caso da morte do Jean ainda está em investigação, ainda não tem nada esclarecido ainda”, disse.
Protesto
A manifestação à noite, organizada por ativistas britânicos de direitos humanos e contra a guerra, reuniu cerca de 250 pessoas num auditório da universidade.
A maioria da platéria era formada por estudantes e por simpatizantes e ativistas de grupos políticos e de defesa dos direitos civis.
Em um discurso durante a manifestação, a mãe de Jean Charles pediu a revisão da política policial de atirar para matar no caso de pessoas suspeitas de serem homens-bomba.
“Essa lei precisa ser mudada, porque não pode continuar matando um ser humano inocente, trabalhador, seja ele quem for”, disse Maria Otônia. “(Jean) era um menino que não merecia, como ninguém merece. Queremos justiça”, afirmou.
Segundo ela, além de esclarecer as circunstâncias da morte de Jean a família quer a mudança na política da polícia “para que nenhuma mãe sofra o que eu estou sofrendo”.
A manifestação contou ainda com a presença de políticos, da advogada que está representando a família de Menezes, Gareth Peirce, e de Bianca Jagger, ex-mulher do astro pop Mick Jagger e ativista de direitos humanos.
Bianca Jagger criticou o governo britânico ao dizer que, com a política da polícia de atirar para matar, o governo do premiê Tony Blair “reintroduziu pela porta dos fundos a pena de morte no país, sem discussões públicas, mais de 20 anos depois de sua abolição”.
A advogada Gareth Peirce elogiou a força de vontade da família de Jean, que segundo ela, desde o início vem insistindo em fazer as perguntas que precisam ser respondidas pela polícia no caso.
Ida a Londres valeu a pena, diz irmão de Jean Charles
ROGERIO WASSERMANNda BBC Brasil
Após duas semanas em Londres, a família do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia em julho numa estação de metrô da capital britânica, diz ainda ter muitas perguntas não respondidas sobre as circunstâncias de sua morte, mas considera que a viagem tenha valido a pena.
“Valeu a pena ter vindo, porque estando no lugar temos uma noção melhor sobre o que aconteceu”, disse à BBC Brasil Giovani da Silva, irmão de Jean. “Agora estamos mais conscientes do erro que a polícia cometeu.”
Giovani e seus pais, Matozinhos e Maria Otônia de Menezes, participaram na noite desta segunda-feira de uma manifestação num auditório da London School of Economics, na Universidade de Londres, para marcar o lançamento oficial de uma campanha pedindo justiça e a verdade sobre as circunstâncias em que Jean foi morto.
A família acusa a polícia londrina de ter mentido sobre as circunstâncias da morte de Jean, dizendo inicialmente ter atirado porque ele, após sair de um prédio sob vigilância no sul de Londres, teria corrido e pulado as catracas da estação de metrô de Stockwell ao ser abordado pelos policiais. As alegações foram negadas posteriormente.
“Erraram em matar uma pessoa inocente sem a pessoa fazer nada e sem ter tido tempo de se defender, sem investigar. Eles não podem sair por aí matando as pessoas”, disse Giovani.
Segundo ele, a família deve retornar ao Brasil na quarta-feira, mas deve deixar a Grã-Bretanha com muitas perguntas ainda sem respostas. “O caso da morte do Jean ainda está em investigação, ainda não tem nada esclarecido ainda”, disse.
Protesto
A manifestação à noite, organizada por ativistas britânicos de direitos humanos e contra a guerra, reuniu cerca de 250 pessoas num auditório da universidade.
A maioria da platéria era formada por estudantes e por simpatizantes e ativistas de grupos políticos e de defesa dos direitos civis.
Em um discurso durante a manifestação, a mãe de Jean Charles pediu a revisão da política policial de atirar para matar no caso de pessoas suspeitas de serem homens-bomba.
“Essa lei precisa ser mudada, porque não pode continuar matando um ser humano inocente, trabalhador, seja ele quem for”, disse Maria Otônia. “(Jean) era um menino que não merecia, como ninguém merece. Queremos justiça”, afirmou.
Segundo ela, além de esclarecer as circunstâncias da morte de Jean a família quer a mudança na política da polícia “para que nenhuma mãe sofra o que eu estou sofrendo”.
A manifestação contou ainda com a presença de políticos, da advogada que está representando a família de Menezes, Gareth Peirce, e de Bianca Jagger, ex-mulher do astro pop Mick Jagger e ativista de direitos humanos.
Bianca Jagger criticou o governo britânico ao dizer que, com a política da polícia de atirar para matar, o governo do premiê Tony Blair “reintroduziu pela porta dos fundos a pena de morte no país, sem discussões públicas, mais de 20 anos depois de sua abolição”.
A advogada Gareth Peirce elogiou a força de vontade da família de Jean, que segundo ela, desde o início vem insistindo em fazer as perguntas que precisam ser respondidas pela polícia no caso.
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