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17/11/2005 - 15h50

Aids pode ajudar a espalhar gripe aviária, diz perito

ROLAND PEASE
da BBC Brasil

Um especialista em gripe advertiu nesta quinta-feira que o vírus da gripe aviária pode rapidamente sofrer uma mutação para uma forma mais contagiosa se infectar pessoas com Aids.

Robert Webster, falando em uma conferência organizada pelo Conselho de Relações Exteriores em Nova York, disse que, ao contaminar pessoas com Aids, que têm seus sistemas imunológicos mais vulneráveis, o vírus poderia se adaptar e se tornar mais perigoso para os humanos.

Até hoje, não existe nenhum caso confirmado em que a gripe aviária foi transmitida de uma pessoa para outra. A doença já foi registrada em cerca de 125 pessoas no sudeste da Ásia, mas elas tiveram contato com aves contaminadas.

Especialistas temem que uma contaminação generalizada de aves na região, aliada à convivência próxima das pessoas com os animais, possa levar o vírus a evoluir para uma forma que poderia ser transmitida de pessoa para pessoa.

Forma ameaçadora

Mas Webster, do St. Jude Children's Research Hospital da cidade de Memphis, disse que o perigo surgirá no momento em que o H5N1 chegue ao leste da África, onde a contaminação pelo vírus HIV é abundante.

Ele disse que a experiência em seu hospital com pacientes de câncer com sistemas imunológicos comprometidos mostrou que eles não são capazes de se livrar do vírus da gripe comum, que proliferam rapidamente em seus organismos.

Segundo ele, o mesmo pode ser esperado de pacientes com Aids. “Estamos todos preocupados com essa perspectiva”, disse ele à BBC.

A reprodução do vírus por um longo período dentro do corpo humano poderia criar as condições ideais para que outras formas mais contagiosas do vírus se desenvolvam.

Pássaros migratórios

O H5N1 ainda não foi registrado no leste da África, mas este é o destino final de muitos pássaros migrando atualmente de áreas infectadas.

Funcionários da FAO (o fundo da Organização das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação) estimam que o vírus deve chegar em breve à região.

Eles acreditam que, como as condições sociais e práticas de criação de aves na região são similares às da Ásia, o vírus poderia atingir as aves como aconteceu no Vietnã, na Tailândia, na Indonésia e na China.

A especialista em saúde Laurie Garrett disse que com malária, tuberculose e Aids já espalhados pela África, será difícil identificar os sintomas da gripe aviária, febre alta e náusea, em novas vítimas.

O cenário piora devido ao estado precário dos sistemas de saúde pública no continente.

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