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30/11/2005
-
19h46
da BBC Brasil, em Roma
O caso da primeira-dama brasileira, que também é cidadã italiana e pode votar nas próximas eleições na Itália, foi usado para criticar o abuso na concessão de passaportes para os "oriundi" e para defender o direito de voto dos estrangeiros que moram e trabalham no país.
A crítica teria vindo do ex-premiê Massimo D'Alema, um expoente da coalizão de centro esquerda, muito ligada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi tema de um artigo publicado na edição desta quarta-feira do principal jornal italiano, o "Corriere della Sera".
O título do artigo é "A mulher de Lula vota, a babá de meus filhos não". D'Alema, que é amigo de Lula, é presidente do maior partido da esquerda italiana, o DS (Democráticos da Esquerda).
De acordo com o jornal, ele acha uma disparidade que os italianos residentes no exterior possam votar e os imigrantes que estão no pais há anos não tenham esse direito.
Direito a voto
O presidente do DS teria usado como exemplo o caso da primeira-dama Marisa Letícia, bisneta de italianos, que obteve o passaporte, com direito ao voto. O exemplo foi citado durante uma conferência do partido, segundo o jornal.
O político teria contado que numa de suas viagens ao Brasil, Marisa Letícia contou a ele pessoalmente que tinha recebido o certificado eleitoral.
"Ela fala apenas português, não sabia o que era", teria dito D'Alema, definindo como absurdo que a babá de seus filhos, que vive legalmente há dez anos em sua casa e paga os impostos, não tenha o mesmo direito.
A primeira-dama brasileira obteve o passaporte italiano porque seus bisavós emigraram para o Brasil no início de 1900. Segundo uma lei italiana, aprovada em 1992, isto é suficiente para que o descendente conquiste a cidadania.
Imigrantes
Massimo D'Alema teria citado o caso para criticar a política da direita italiana na concessão da cidadania aos estrangeiros que moram no país. Ele considera que é necessário dar o direito de voto aos imigrantes que trabalham legalmente.
Outro ponto criticado por D'Alema teria sido a facilidade de obter o passaporte para quem mora no exterior. Ele teria definido a Itália como uma espécie de "fábrica de passaportes".
Os cidadãos italianos que vivem no exterior com direito ao voto são cerca de 3 milhões, segundo dados do Ministério para os Italianos no Mundo.
Nas próximas eleições, para renovar o parlamento e eleger o novo primeiro-ministro, pela primeira vez o voto dos italianos no exterior vai ter um peso relevante. E os partidos já estão disputando estes votos.
D'Alema parece confiante de que Marisa Letícia vai ser um voto garantido para seu grupo. "Para nós do centro esquerda, é um voto seguro", teria declarado.
O partido de D'Alema informou que as declarações do presidente não contradizem o apoio da agremiação à legislação sobre os "oriundi", embora considere que de um lado há muita facilidade em distribuir passaportes italianos e, de outro, excessivas limitações para os estrangeiros que vivem no país.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a primeira-dama Marisa Letícia
Cidadania de mulher de Lula vira polêmica na Itália
ASSIMINA VLAHOUda BBC Brasil, em Roma
O caso da primeira-dama brasileira, que também é cidadã italiana e pode votar nas próximas eleições na Itália, foi usado para criticar o abuso na concessão de passaportes para os "oriundi" e para defender o direito de voto dos estrangeiros que moram e trabalham no país.
A crítica teria vindo do ex-premiê Massimo D'Alema, um expoente da coalizão de centro esquerda, muito ligada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi tema de um artigo publicado na edição desta quarta-feira do principal jornal italiano, o "Corriere della Sera".
O título do artigo é "A mulher de Lula vota, a babá de meus filhos não". D'Alema, que é amigo de Lula, é presidente do maior partido da esquerda italiana, o DS (Democráticos da Esquerda).
De acordo com o jornal, ele acha uma disparidade que os italianos residentes no exterior possam votar e os imigrantes que estão no pais há anos não tenham esse direito.
Direito a voto
O presidente do DS teria usado como exemplo o caso da primeira-dama Marisa Letícia, bisneta de italianos, que obteve o passaporte, com direito ao voto. O exemplo foi citado durante uma conferência do partido, segundo o jornal.
O político teria contado que numa de suas viagens ao Brasil, Marisa Letícia contou a ele pessoalmente que tinha recebido o certificado eleitoral.
"Ela fala apenas português, não sabia o que era", teria dito D'Alema, definindo como absurdo que a babá de seus filhos, que vive legalmente há dez anos em sua casa e paga os impostos, não tenha o mesmo direito.
A primeira-dama brasileira obteve o passaporte italiano porque seus bisavós emigraram para o Brasil no início de 1900. Segundo uma lei italiana, aprovada em 1992, isto é suficiente para que o descendente conquiste a cidadania.
Imigrantes
Massimo D'Alema teria citado o caso para criticar a política da direita italiana na concessão da cidadania aos estrangeiros que moram no país. Ele considera que é necessário dar o direito de voto aos imigrantes que trabalham legalmente.
Outro ponto criticado por D'Alema teria sido a facilidade de obter o passaporte para quem mora no exterior. Ele teria definido a Itália como uma espécie de "fábrica de passaportes".
Os cidadãos italianos que vivem no exterior com direito ao voto são cerca de 3 milhões, segundo dados do Ministério para os Italianos no Mundo.
Nas próximas eleições, para renovar o parlamento e eleger o novo primeiro-ministro, pela primeira vez o voto dos italianos no exterior vai ter um peso relevante. E os partidos já estão disputando estes votos.
D'Alema parece confiante de que Marisa Letícia vai ser um voto garantido para seu grupo. "Para nós do centro esquerda, é um voto seguro", teria declarado.
O partido de D'Alema informou que as declarações do presidente não contradizem o apoio da agremiação à legislação sobre os "oriundi", embora considere que de um lado há muita facilidade em distribuir passaportes italianos e, de outro, excessivas limitações para os estrangeiros que vivem no país.
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