Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/12/2005 - 12h14

Policiais de caso Jean Charles podem ser processados por homicídio

da BBC Brasil

O relatório da comissão independente que investiga a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes pela polícia britânica deve incluir a possibilidade de processo dos envolvidos pelo crime de homicídio.

Segundo o chefe da Independent Police Complaints Comission (IPCC, ouvidoria independente da polícia britânica), Nick Hardwick, seu relatório "deve" ser enviado para avaliação da Promotoria.

O diretor de serviços legais do IPCC, John Tate, disse nesta sexta-feira que, se for enviado à Promotoria, o relatório deve conter uma lista de crimes que a comissão julga terem sido cometidos.

O IPCC não deve detalhar a natureza das ofensas que a Promotoria potencialmente deve avaliar, mas acredita-se que elas devem incluir homicídio doloso (intencional) ou culposo (sem intenção).

"Somos obrigados a enviar nossas conclusões à Promotoria, caso haja indícios de que algum crime foi cometido. Posso dizer que existe uma forte possibilidade de isso ocorrer", disse à BBC Brasil David Nicholson, um porta-voz do IPCC.

Nicholson acrescentou que o relatório da comissão deve ser concluído em meados de janeiro de 2006. A previsão anterior era de que ele estaria pronto até o fim deste ano.

Ian Blair

Ainda segundo membros do IPCC, o chefe da polícia Ian Blair não foi interrogado em pessoa.

Há uma investigação à parte sobre a maneira pela qual Ian Blair conduziu o caso.

O eletricista brasileiro Jean Charles Menezes foi morto a tiros em uma estação do metrô de Londres no dia 22 de julho.

Menezes teria sido confundido com um suspeito de participar da tentativa de atentado a bomba na capital britânica no dia 21 de julho.

A possibilidade de que os policiais envolvidos na operação que matou o brasileiro enfrentem processo criminal foi bem recebida pelo primo de Jean Charles Alex Alves Pereira, que vive em Londres.

"A polícia cometeu um crime, tem que pagar por isso", disse.

Ele mantém, porém, um certo ceticismo sobre o possível resultado do inquérito.

"Neste país, as coisas conseguem ser um pouco piores do que no Brasil. Parece um jogo de futebol. Um joga a bola para outro. Pelo menos dessa vez, jogaram a bola para frente", acrescentou o primo do eletricista.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página