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13/12/2005 - 07h58

Candidatos iniciam campanha para o 2º turno no Chile

MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Santiago

Os presidenciáveis chilenos, Michelle Bachelet, candidata da situação, e Sebastián Piñera, da oposição, já começaram a fazer campanha para o segundo turno das eleições, no dia 15 de janeiro.

No dia seguinte às eleições, Bachelet reuniu-se com os parlamentares eleitos da base governista e Piñera com o ex-candidato Lavín.

Eles já acertaram com seus auxiliares e aliados a estratégia para conquistar os votos da maioria.

Nos dois casos, a idéia é aumentar o contato direto com os eleitores. E Bachelet já começou a fazer isso, nessa segunda, dia seguinte às eleições.

Congresso

A primeira mulher com chances de chegar à Presidência do país teve cerca de 20% mais votos do que o segundo colocado.

Ainda assim, ela pediu aos seguidores da frente governista, que é de centro-esquerda, que trabalhem "mais e mais" nestas quase cinco semanas que faltam para a eleição.

"Nossa aliança já existe, é madura e capaz de manter a governabilidade do país", disse ela.

Foi uma clara referência a Piñera que tem repetido que formará uma "nova aliança", com os votos que recebeu, mais os votos de centro e dos independentes.

"Alianza" é o nome da coalizão de direita que, pela primeira vez em sua história, apresentou dois candidatos à disputa eleitoral – Piñera e Lavín.

Se Bachelet for eleita governará com um Congresso Nacional que, pela primeira vez, tem maioria da Concertación.

Se Piñera chegar ao Palácio La Moneda, terá que negociar com o Parlamento para aprovar projetos da sua gestão.

O país mudou

Ao mesmo tempo, analistas decifram os resultados de domingo, mostrando que, como destacam, o Chile mudou.

"Os chilenos não votam mais no passado" afirmou o professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann

" Eles querem melhorias para suas vidas. E aqueles que não perceberam mudanças, nestes últimos dezesseis anos de democracia, não sabem em quem votar ou poderiam transferir para Piñera o voto que antes depositava na Concertación", .

"Os chilenos querem trabalho, educação, saúde. Uma vida melhor para eles e os filhos."

Segundo ele, existem 15% ou 20% dos eleitores que não perceberam melhorias, apesar dos elogios e reconhecimento de "avanços, econômicos e sociais, nestes tempos da Concertación".

Infidelidade partidária

O professor destacou ainda o nascimento do "voto cruzado" no Chile, onde a fidelidade partidária mostrou que já não é mais tão forte como antes.

A Concertación, formada pelo Partido Socialista e pela Democracia Cristã, governa o país desde o retorno da democracia e teve 51% dos votos para o Congresso Nacional.

Mas Bachelet, candidata desta frente, recebeu 45,95%.

O mesmo ocorreu com Piñera e o candidato derrotado Joaquín Lavín. Juntos, os dois presidenciáveis tiveram cerca de 48% dos votos. Mas os partidos aos quais pertencem – RN e UDI – aproximadamente 34% para a Câmara dos Deputados e o Senado.

Solidariedade feminina

Entrevistados pela BBC Brasil, Holzmann e a cientista política María de los Angeles Fernández, diretora dessa cátedra da Universidade Diego Portales, deram opiniões diferentes sobre esta nova etapa eleitoral – e do Chile.

Para ela, o voto a Bachelet teve, claramente, o apoio feminino e dos mais jovens.

"A sociedade chilena é muito machista. Mas se Bachelet chegar à Presidência poderá trabalhar por essa mudança cultural", disse.

Ela ressalva que essa "mudança" já está instalada nas novas gerações e que é muito difícil convencer aos homens e mulheres, de mais de cinqüenta anos, especialmente das classes menos favorecidas, que uma mulher poderá governar o país.

"Eu acredito que muitas mulheres preferem votar numa mulher e esse sentimento de solidariedade poderá ajudar na eleição da candidata".
 

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