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01/01/2006 - 09h58

Galápagos tenta resolver problema de leões marinhos 'fedidos'

GEORGINA KENYON
da BBC Brasil

O arquipélago de Galápagos é famoso em todo o mundo por sua flora e por sua fauna. Mas não espere dos moradores locais elogios aos leões marinhos.

“Os leões marinhos são bonitinhos, mas também são bastante fedidos”, diz Roslyn Cameron, gerente de desenvolvimento do Departamento de Desenvolvimento Institucional da Estação de Pesquisa Charles Darwin (CDRS, na sigla em inglês), baseada na ilha de Santa Cruz.

Os residentes estavam tão cansados das mal-cheirosas fezes e urina dos leões marinhos na ilha San Cristobal que resolveram formar um grupo de trabalho para lidar com o problema.

Uma colônia de leões marinhos tem sido o foco principal da iniciativa. Os animais se juntavam na praça do povoado para descansar e tomar sol e aproveitavam para defecar ali também.

Bomba de água

O resultado de anos de frustração foi o desenvolvimento de uma bomba de água de aço inoxidável que empurra os excrementos todos os dias após as 8h, depois que os leões marinhos se dirigiram ao oceano para se alimentar ou se moveram para a praia.

Os moradores e os comerciantes da rua principal de Puerto Baquerizo Morenoa, na ilha de San Cristobal, organizaram-se em um pequeno grupo que oferece pequenos incentivos financeiros para encorajar projetos ambientais locais para limpar as praias.

O programa agora é administrado pela Fundação Charles Darwin, uma divisão da CDRS.

“A limpeza e manutenção da área da praia e da zona de descanso foram consideradas prioridade por conta da degradação e da impossibilidade de que os visitantes aproveitassem a região”, explica Cameron.

“O fator mais importante era o cheiro forte das fezes e da urina deixados na área da praça. As pessoas estavam começando a expulsar os animais ou a evitar este setor da cidade, prejudicando o comércio local”, diz.

Ladrilho

A praça tem um pavimento de ladrilho que impede a filtragem da uréia e dos líquidos fecais, criando fortes odores especialmente quando faz mais calor. Na praia esses líquidos são drenados naturalmente, então não representam um problema tão grande.

O grupo de trabalho decidiu que a melhor resposta ao problema era limpar a área da praça diariamente com jatos de água, eliminando os excrementos e o mau cheiro.

Segundo Cameron, a iniciativa é positiva em muitos aspectos: ela cria empregos, mantém a área pública limpa e permite que os leões marinhos continuem a usar a área junto com os humanos.

O custo do sistema é de US$ 1.960 (cerca de R$ 4.580), que segundo Cameron é um preço baixo a pagar para ajudar a manter limpa uma atração turista e ao mesmo tempo proteger a espécie local.

“Humanos e leões marinhos podem agora viver em harmonia”, diz ela.
 

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