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03/01/2006 - 15h23

Medo de violência eleva obesidade em crianças, diz estudo

da BBC Brasil

Crianças que vivem em áreas consideradas menos seguras pelos seus pais têm quatro vezes mais probabilidades de serem obesas do que aquelas que moram nos bairros vistos como mais seguros.

Essa é a conclusão de um Estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que analisou os dados de 768 crianças em dez regiões urbanas e rurais no país que tinham participado do Estudo de Desenvolvimento Humano do Instituto Nacional de Saúde da Criança.

De acordo com os estudiosos, essa relação não é afetada por outros fatores, como formação cultural, estado civil das mães, atividades extra-curriculares das crianças ou grupo étnico.

"De fato, pode muito bem haver uma relação simples e direta entre viver em regiões perigosas e obesidade", afirmou Julie Lumeng, uma das cientistas envolvidas no estudo.

Grupos

Na pesquisa, os pesquisadores pediram para os pais responderem questionários que perguntavam quão segura eles consideravam a área em que moravam quando as crianças tinham seis anos.

A partir dos questionários, o grupo foi dividido em quatro, indo dos que se sentiam mais seguros aos que mais sofriam com a insegurança.

Os cientistas descobriram que 17% das crianças do primeiro grupo (maior percepção de insegurança) estavam acima do peso.

No segundo quarto, os obesos contavam 10% das crianças. No terceiro, eram 13% e no último, que morava em regiões consideradas mais seguras pelos pais, apenas 4%.

De acordo com Julie Lameng, essa relação pode passar pelas mudanças na educação dada pelos pais de acordo com a percepção de segurança.

"Quer dizer, na tentativa de proteger crianças, os pais não só diminuem o tipo de atividades físicas que ocorrem ao se brincar na rua, como, indiretamente, aumentam a probabilidade de atividades sedentárias ligadas a ficar em casa."

Para David Haslam, diretor do Fórum Nacional de Obesidade da Grã-Bretanha, o resultado do estudo é válido, mas ele faz uma ressalva.

"Isso é provavelmente um elemento, e não toda a explicação. Essas áreas (menos seguras) são possivelmente mais carentes, onde se tem menos provisão de bons alimentos e menos locais para brincar nas ruas", afirma Haslam.

O estudo da Universidade de Michigan foi publicado pela revista especializada Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.
 

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