Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/01/2006 - 12h02

Túneis, muros e as visões de Tancredo

da BBC Brasil

Havia muitos anos, os americanos não se assombravam com nada que viesse do México. Estavam acostumados com drogas e imigrantes ilegais. O túnel da maconha deu prestígio à engenharia mexicana.

Quase um quilômetro de comprimento, com trechos 30 metros abaixo da superfície, sólido, 1,70 m de altura, bem iluminado, refrigerado e secreto.

Se não fosse um dedo-duro, a obra de engenharia mexicana talvez continuasse secreta por muito tempo.

O túnel entre Tijuana e San Diego representa um grande avanço em comparação aos 15 túneis construídos pelos traficantes na década de 90. Esses tinham menos de 200 metros de comprimento, eram baixos e sufocantes.

Representa também, um farto oxigênio político para o deputado federal antiimigrante Tom Tancredo, republicano do Colorado. Para o deputado, pelo mesmo túnel que entra droga, entram imigrante e terrorista.

Há dois anos, Tom Tancredo era considerado um troglodita em questões de imigração, mas as propostas dele a cada dia encontram mais ressonância no Congresso.

Bombas em Meca

A mais radical delas é uma lei que transforma qualquer imigrante ilegal em criminoso comum. A lei, se for aprovada, proibirá também que qualquer Estado ou organização ofereça empregos, educação ou assistência a imigrantes ilegais, sob pena de sofrer cortes nas verbas federais.

Em grande parte, graças aos esforços do deputado Tancredo, os americanos já construíram ou estão construindo cinco muros na fronteira com o México. Ele gostaria de murar toda a fronteira.

O deputado ainda não conseguiu convencer a Câmara a aprovar um muro na fronteira com o Canadá, mas conseguiu derrubar a proposta do presidente Bush de legalizar temporariamente os imigrantes clandestinos que já estão nos Estados Unidos.

Tancredo é persona non grata no Executivo. Sobre a possibilidade de uma visita ao presidente, Karl Rove, um dos principais assessores de Bush, disse a ele que " não fosse escurecer o portão de entrada da Casa Branca ".

Tom Tancredo é neto de imigrantes italianos, mas a fobia dele não é só contra latinos. Em 2002, ele sugeriu que os Estados Unidos bombardeassem Meca. Apesar das pressões, nunca se retratou.

Hoje, o troglodita da imigração discute a possibilidade de ser candidato a presidência em 2008.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página