Publicidade
Publicidade
02/02/2006
-
12h50
da BBC Brasil, em Washington
O presidente americano, George W. Bush, disse que os Estados Unidos são "viciados em petróleo" e propôs um programa para reduzir em 75% o volume do combustível importado do Oriente Médio até 2025 e aumentar as pesquisas para desenvolver formas de energia mais limpas.
"Os Estados Unidos são viciados em petróleo, que é geralmente importado de partes instáveis do mundo. A melhor forma de quebrar esse vício é por meio da tecnologia", afirmou Bush, no discurso do Estado da União, nesta terça-feira à noite.
O presidente também voltou a dizer que os Estados Unidos querem "o fim da tirania no mundo" e que o país "não vai abandonar seus compromissos e recuar para dentro de suas fronteiras".
O discurso, no Senado, é o mais importante do ano e lança a agenda do governo para os próximos 12 meses. Na área doméstica, o presidente voltou a pedir que o Congresso crie uma comissão para examinar uma reforma na Previdência e apóie um plano que permita a redução dos custos dos planos de saúde.
Bush disse ainda que o país precisa investir mais em educação para manter a sua competitividade. Bush também defendeu o programa de escuta telefônica em território americano sem autorização específica da Justiça dizendo que ele é necessário para proteger o país e está dentro da lei.
Política externa
No campo externo, Bush reafirmou que o país não pode abandonar o Iraque de repente e que o número de tropas vai diminuir de acordo com a orientação dos comandantes em campo. "Uma redução repentina das tropas do Iraque abandonaria nossos aliados iraquianos à morte e à prisão", afirmou o presidente.
Bush também citou Síria, Myanmar, Zimbábue, Coréia do Norte como países que "não serão esquecidos" pelos Estados Unidos na busca do país pela democracia. E criticou duramente o governo iraniano, um país segundo ele "que foi feito refém por uma uma pequena elite de clérigos que está isolando e reprimindo o povo".
"O governo do Irã está desafiando o mundo com suas ambições nucleares. E as nações do mundo não podem permitir que o regime iraniano consiga armas nucleares", afirmou.
O presidente americano também disse que os líderes do Hamas - que venceram as eleições palestinas no fim de semana - "devem agora reconhecer Israel, se desarmar, rejeitar o terrorismo e trabalhar para a paz duradoura".
Bush disse que os Estados Unidos "são o país que resgatou a liberdade na Europa e liberou campos de morte e ajudou a democracias a se levantar e enfrentou um império do mal". "Mais uma vez nós aceitamos o apelo da história para ajudar aos oprimidos e levar o mundo em direção à paz", afirmou.
Ele disse que o país deve liderar o mundo - tanto na economia como na luta pela disseminação da democracia - mas deve resistir ao isolacionismo.
Durante os 51 minutos de discurso, Bush foi aplaudido 60 vezes, em algumas ocasiões por todo o plenário e outras apenas pelos correligionários republicanos.
Resposta democrata
A tradicional resposta dos democratas, também transmitida pela televisão, foi dada neste ano pelo governo do Estado da Virgínia, Tim Kaine, eleito no fim do ano passado e uma das novas estrelas do partido.
"Há uma maneira melhor", foi a frase mais repetida pelo governador, ao citar vários pontos do discurso de Bush e comparar com exemplos de medidas que está tomando em seu Estado.
"O governo federal deveria servir ao povo americano. Mas esta missão foi frustrada pelas escolhas mal feitas e pela má gestão desta administração", afirmou.
Sobre a guerra no Iraque, Kaine disse que é preciso perguntar se as políticas do presidente são a melhor maneira de vencer a guerra. "Sabemos que o povo americano recebeu informação incorreta sobre as razões para invadir o Iraque. E agora sabemos que nossas tropas no Iraque não receberam os melhores coletes à prova de balas", afirmou Kaine.
O presidente voltou a apresentar propostas que não prosperaram no ano passado, de reformas na Previdência e nas leis de imigração, para permitir a entrada de trabalhadores temporários.
"O Congresso não atuou no ano passado em relação à minha proposta para salvar a Previdência", reclamou Bush, sendo aplaudido por parlamentares democratas.
Ele disse que com a aposentadoria da geração do baby boom nos próximos anos, a situação só vai piorar. "Eu peço que vocês se juntem a mim na criação de uma comissão para examinar o impacto da aposentadoria dos baby boom na Previdência, Medicare e Medicaid (os programas públicos de saúde para pobres e idosos)", afirmou.
Sobre a imigração, Bush voltou a dizer que se opõe a uma anistia para os imigrantes ilegais que já estão no país - estima-se que são cerca de 11 milhões - mas que é preciso criar um sistema para permitir que trabalhadores estrangeiros tenham um espaço na economia americana.
"Nós ouvimos alegações de que os imigrantes são ruins para a economia, embora a economia não possa funcionar sem eles."
Bush disse ainda que a economia está saudável, com o mais rápido crescimento entre os países industrializados, mas rejeitou o protecionismo e pediu que o Congresso torne permanente a redução de impostos aprovada no primeiro mandato. O corte foi muito criticado por ter reduzido impostos justamente entre a parte mais rica da população.
Bush diz que EUA são 'viciados' em petróleo
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
O presidente americano, George W. Bush, disse que os Estados Unidos são "viciados em petróleo" e propôs um programa para reduzir em 75% o volume do combustível importado do Oriente Médio até 2025 e aumentar as pesquisas para desenvolver formas de energia mais limpas.
"Os Estados Unidos são viciados em petróleo, que é geralmente importado de partes instáveis do mundo. A melhor forma de quebrar esse vício é por meio da tecnologia", afirmou Bush, no discurso do Estado da União, nesta terça-feira à noite.
O presidente também voltou a dizer que os Estados Unidos querem "o fim da tirania no mundo" e que o país "não vai abandonar seus compromissos e recuar para dentro de suas fronteiras".
O discurso, no Senado, é o mais importante do ano e lança a agenda do governo para os próximos 12 meses. Na área doméstica, o presidente voltou a pedir que o Congresso crie uma comissão para examinar uma reforma na Previdência e apóie um plano que permita a redução dos custos dos planos de saúde.
Bush disse ainda que o país precisa investir mais em educação para manter a sua competitividade. Bush também defendeu o programa de escuta telefônica em território americano sem autorização específica da Justiça dizendo que ele é necessário para proteger o país e está dentro da lei.
Política externa
No campo externo, Bush reafirmou que o país não pode abandonar o Iraque de repente e que o número de tropas vai diminuir de acordo com a orientação dos comandantes em campo. "Uma redução repentina das tropas do Iraque abandonaria nossos aliados iraquianos à morte e à prisão", afirmou o presidente.
Bush também citou Síria, Myanmar, Zimbábue, Coréia do Norte como países que "não serão esquecidos" pelos Estados Unidos na busca do país pela democracia. E criticou duramente o governo iraniano, um país segundo ele "que foi feito refém por uma uma pequena elite de clérigos que está isolando e reprimindo o povo".
"O governo do Irã está desafiando o mundo com suas ambições nucleares. E as nações do mundo não podem permitir que o regime iraniano consiga armas nucleares", afirmou.
O presidente americano também disse que os líderes do Hamas - que venceram as eleições palestinas no fim de semana - "devem agora reconhecer Israel, se desarmar, rejeitar o terrorismo e trabalhar para a paz duradoura".
Bush disse que os Estados Unidos "são o país que resgatou a liberdade na Europa e liberou campos de morte e ajudou a democracias a se levantar e enfrentou um império do mal". "Mais uma vez nós aceitamos o apelo da história para ajudar aos oprimidos e levar o mundo em direção à paz", afirmou.
Ele disse que o país deve liderar o mundo - tanto na economia como na luta pela disseminação da democracia - mas deve resistir ao isolacionismo.
Durante os 51 minutos de discurso, Bush foi aplaudido 60 vezes, em algumas ocasiões por todo o plenário e outras apenas pelos correligionários republicanos.
Resposta democrata
A tradicional resposta dos democratas, também transmitida pela televisão, foi dada neste ano pelo governo do Estado da Virgínia, Tim Kaine, eleito no fim do ano passado e uma das novas estrelas do partido.
"Há uma maneira melhor", foi a frase mais repetida pelo governador, ao citar vários pontos do discurso de Bush e comparar com exemplos de medidas que está tomando em seu Estado.
"O governo federal deveria servir ao povo americano. Mas esta missão foi frustrada pelas escolhas mal feitas e pela má gestão desta administração", afirmou.
Sobre a guerra no Iraque, Kaine disse que é preciso perguntar se as políticas do presidente são a melhor maneira de vencer a guerra. "Sabemos que o povo americano recebeu informação incorreta sobre as razões para invadir o Iraque. E agora sabemos que nossas tropas no Iraque não receberam os melhores coletes à prova de balas", afirmou Kaine.
O presidente voltou a apresentar propostas que não prosperaram no ano passado, de reformas na Previdência e nas leis de imigração, para permitir a entrada de trabalhadores temporários.
"O Congresso não atuou no ano passado em relação à minha proposta para salvar a Previdência", reclamou Bush, sendo aplaudido por parlamentares democratas.
Ele disse que com a aposentadoria da geração do baby boom nos próximos anos, a situação só vai piorar. "Eu peço que vocês se juntem a mim na criação de uma comissão para examinar o impacto da aposentadoria dos baby boom na Previdência, Medicare e Medicaid (os programas públicos de saúde para pobres e idosos)", afirmou.
Sobre a imigração, Bush voltou a dizer que se opõe a uma anistia para os imigrantes ilegais que já estão no país - estima-se que são cerca de 11 milhões - mas que é preciso criar um sistema para permitir que trabalhadores estrangeiros tenham um espaço na economia americana.
"Nós ouvimos alegações de que os imigrantes são ruins para a economia, embora a economia não possa funcionar sem eles."
Bush disse ainda que a economia está saudável, com o mais rápido crescimento entre os países industrializados, mas rejeitou o protecionismo e pediu que o Congresso torne permanente a redução de impostos aprovada no primeiro mandato. O corte foi muito criticado por ter reduzido impostos justamente entre a parte mais rica da população.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice