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07/02/2006
-
22h13
da BBC Brasil, em Porto Príncipe
Pelo menos três pessoas morreram nesta terça-feira durante a votação nas eleições do Haiti – as primeiras desde a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide, dois anos atrás.
Um homem foi morto, durante um tumulto, por um policial, que em seguida foi atacado e morto pela multidão, segundo o porta-voz da Minustah (Missão de
Estabilização da ONU no Haiti, em francês), David Wimhurst.
Em outro local de Porto Príncipe, a capital haitiana, um eleitor de 75 anos morreu, aparentemente sufocado, em meio ao empurra-empurra das pessoas que se aglomeravam para votar.
Problemas de organização e atrasos marcaram as primeiras horas da votação, que começou mais de uma hora depois do previsto.
Ao longo do dia, porém, as longas filas foram diminuindo e os ânimos se acalmaram.
Supresa
O chefe da missão de observadores da União Européia no Haiti, Johann Van Hecke, diz ter sido surpreendido pelo alto comparecimento às urnas.
Ele estima que o índice tenha ficado entre 75% e 80%, o que ultrapassaria, com grande margem, as expectativas da ONU, de 50%.
"É um milagre. Apesar de tudo o que deu errado, os problemas acabaram sendo corrigidos e quase todo mundo pode votar", afirmou Van Hecke.
A votação, que deveria ter sido encerrada as 16h do horário local (19h de Brasília) foi prorrogada em alguns centros.
Segundo as autoridades eleitorais, esses locais ficarão abertos ate que a última pessoa da fila conseguir votar.
O vice-presidente da Internacional Crisis Group, outra organização internacional que enviou observadores ao Haiti, também fez uma avaliação menos positiva da votação.
"Houve problemas nos grandes centros de votação, mas foi melhor do que o previsto", disse Mark Schneider.
Além das três mortes, houve incidentes violentos como o que eleitores revoltados destruíram uma estação eleitoral, que, cinco horas depois do início previsto da votação, ainda não havia aberto.
Para Van Hecke, no entanto, os incidentes foram poucos diante dos temores que existiam em relação à violência.
O representante da UE admite que chegou a pensar a retirar a sua missão de observadores no começo do dia, quando a votação estava ainda muito tumultuada.
"Em um momento, consideramos retirar os nossos observadores porque a tensão estava muito alta", disse Van Hecke.
Apesar das reclamações, os eleitores haitianos entrevistados pela BBC Brasil mostraram-se esperançosos de que a eleição vai melhorar a situação do país, assolado pela violência e pela miséria.
A população, que não é obrigada a votar no Haiti, parece ter atendido aos apelos das autoridades nacionais e da ONU para ir às urnas nas primeiras eleições desde a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em 2004.
Cerca de 3,5 milhões de pessoas, 80% do eleitorado, estavam registradas para votar nas eleições desta terça-feira.
Eleição no Haiti deixa pelo menos três mortos
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Porto Príncipe
Pelo menos três pessoas morreram nesta terça-feira durante a votação nas eleições do Haiti – as primeiras desde a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide, dois anos atrás.
Um homem foi morto, durante um tumulto, por um policial, que em seguida foi atacado e morto pela multidão, segundo o porta-voz da Minustah (Missão de
Estabilização da ONU no Haiti, em francês), David Wimhurst.
Em outro local de Porto Príncipe, a capital haitiana, um eleitor de 75 anos morreu, aparentemente sufocado, em meio ao empurra-empurra das pessoas que se aglomeravam para votar.
Problemas de organização e atrasos marcaram as primeiras horas da votação, que começou mais de uma hora depois do previsto.
Ao longo do dia, porém, as longas filas foram diminuindo e os ânimos se acalmaram.
Supresa
O chefe da missão de observadores da União Européia no Haiti, Johann Van Hecke, diz ter sido surpreendido pelo alto comparecimento às urnas.
Ele estima que o índice tenha ficado entre 75% e 80%, o que ultrapassaria, com grande margem, as expectativas da ONU, de 50%.
"É um milagre. Apesar de tudo o que deu errado, os problemas acabaram sendo corrigidos e quase todo mundo pode votar", afirmou Van Hecke.
A votação, que deveria ter sido encerrada as 16h do horário local (19h de Brasília) foi prorrogada em alguns centros.
Segundo as autoridades eleitorais, esses locais ficarão abertos ate que a última pessoa da fila conseguir votar.
O vice-presidente da Internacional Crisis Group, outra organização internacional que enviou observadores ao Haiti, também fez uma avaliação menos positiva da votação.
"Houve problemas nos grandes centros de votação, mas foi melhor do que o previsto", disse Mark Schneider.
Além das três mortes, houve incidentes violentos como o que eleitores revoltados destruíram uma estação eleitoral, que, cinco horas depois do início previsto da votação, ainda não havia aberto.
Para Van Hecke, no entanto, os incidentes foram poucos diante dos temores que existiam em relação à violência.
O representante da UE admite que chegou a pensar a retirar a sua missão de observadores no começo do dia, quando a votação estava ainda muito tumultuada.
"Em um momento, consideramos retirar os nossos observadores porque a tensão estava muito alta", disse Van Hecke.
Apesar das reclamações, os eleitores haitianos entrevistados pela BBC Brasil mostraram-se esperançosos de que a eleição vai melhorar a situação do país, assolado pela violência e pela miséria.
A população, que não é obrigada a votar no Haiti, parece ter atendido aos apelos das autoridades nacionais e da ONU para ir às urnas nas primeiras eleições desde a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em 2004.
Cerca de 3,5 milhões de pessoas, 80% do eleitorado, estavam registradas para votar nas eleições desta terça-feira.
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