Publicidade
Publicidade
14/02/2006
-
09h22
da BBC Brasil, em São Paulo
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou nesta segunda-feira com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e sugeriu que o Conselho de Segurança da ONU se reúna para avaliar a situação no Haiti.
De acordo com o Itamaraty, Amorim recebeu pela manhã um telefonema de Rice em Brasília, e os dois conversaram sobre diversos assuntos, incluindo o processo eleitoral no Haiti.
Em seguida, o ministro teria instruído o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg, a consultar representantes de outros países sobre a possibilidade de que uma reunião sobre o assunto seja realizada no Conselho de Segurança.
Amorim também conversou nesta segunda-feira com o bispo sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984, que está em Porto Príncipe, onde acompanha a apuração dos votos da eleição haitiana, realizada na última terça-feira.
Segundo assessores, o chanceler brasileiro pediu que o bispo utilize sua reputação internacional para fazer um apelo aos haitianos pela paz no país.
'Firmeza e prudência'
Amorim afirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro tem acompanhado com atenção o clima de tensão que cerca o processo eleitoral haitiano.
De acordo com o ministro, a comunidade internacional precisa trabalhar "com uma combinação de firmeza e prudência" para ajudar o Haiti a superar o atual momento de instabilidade.
"Estamos vendo tudo com muita prudência", disse Amorim. "Houve um grande esforço de todos, e principalmente dos próprios haitianos, para chegar a estas eleições."
Com quase 90% dos votos das eleições no Haiti apurados, o candidato René Préval é o primeiro colocado, com 48,7% dos votos.
Para que seja declarado vencedor, sem a necessidade de um segundo turno, Préval precisa de 50% mais um dos votos válidos. O resultado final é esperado ainda nesta segunda-feira.
A apuração tem sido realizada em meio a alegações de fraude, apesar de observadores internacionais terem dito que a votação transcorreu sem problemas.
Outro ex-líder, Leslie Manigat, tem 11,8% dos votos, enquanto o industrial Charles Henri Baker teria 7,9% dos votos.
Forças políticas
Partidários de Préval, que já foi aliado do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, fizeram barricadas nas ruas de Porto Príncipe nesta segunda-feira para exigir que ele seja declarado o vencedor da eleição presidencial.
Para o ministro Celso Amorim, a escalada de tensão e as manifestações que acompanharam a apuração dos votos no Haiti criaram uma "situação preocupante" no país.
"Se há alguma margem de dúvida quanto à vitória ou não de Préval, é necessário reforçar os chamados para que todas as forças políticas se mantenham em paz", afirmou o chanceler brasileiro.
O Brasil comanda as tropas da missão de estabilização da ONU no Haiti desde 2004, quando uma revolta popular no país derrubou o então presidente Jean Bertrand Aristide.
Entre os dias 3 e 10 de fevereiro, o Haiti viveu a sua semana mais pacífica dos últimos meses com apenas quatro seqüestros ocorridos no país, contra os quase 60 que foram registrados nas semanas de dezembro.
Analistas dizem que a relativa calma se deve justamente ao favoritismo de Préval, que teria o apoio de líderes de gangues que estão por trás da violência no país.
Conflito
Pelo menos uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas nesta segunda-feira em confrontos no Haiti, como resultados da crescente tensão em torno do resultado das eleições presidenciais da última terça-feira.
Partidários do candidato favorito, René Préval, fizeram barricadas nas ruas da capital, Porto Príncipe, para exigir que ele seja declarado o vencedor da eleição presidencial.
Testemunhas afirmam que os soldados das forças de paz da ONU abriram fogo contra os manifestantes, mas as tropas dizem que atiraram para o ar.
Além do presidente, o Haiti, que é o país mais pobre das Américas, também está escolhendo 129 membros para o Parlamento.
O segundo turno seria realizado no próximo dia 19 de março, mas a possibilidade de que ele seja necessário pode criar instabilidade, de acordo com analistas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre as eleições no Haiti
Leia cobertura completa sobre as eleições no Haiti
Amorim quer que ONU discuta situação no Haiti
DIEGO TOLEDOda BBC Brasil, em São Paulo
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou nesta segunda-feira com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e sugeriu que o Conselho de Segurança da ONU se reúna para avaliar a situação no Haiti.
De acordo com o Itamaraty, Amorim recebeu pela manhã um telefonema de Rice em Brasília, e os dois conversaram sobre diversos assuntos, incluindo o processo eleitoral no Haiti.
Em seguida, o ministro teria instruído o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg, a consultar representantes de outros países sobre a possibilidade de que uma reunião sobre o assunto seja realizada no Conselho de Segurança.
Amorim também conversou nesta segunda-feira com o bispo sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984, que está em Porto Príncipe, onde acompanha a apuração dos votos da eleição haitiana, realizada na última terça-feira.
Segundo assessores, o chanceler brasileiro pediu que o bispo utilize sua reputação internacional para fazer um apelo aos haitianos pela paz no país.
'Firmeza e prudência'
Amorim afirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro tem acompanhado com atenção o clima de tensão que cerca o processo eleitoral haitiano.
De acordo com o ministro, a comunidade internacional precisa trabalhar "com uma combinação de firmeza e prudência" para ajudar o Haiti a superar o atual momento de instabilidade.
"Estamos vendo tudo com muita prudência", disse Amorim. "Houve um grande esforço de todos, e principalmente dos próprios haitianos, para chegar a estas eleições."
Com quase 90% dos votos das eleições no Haiti apurados, o candidato René Préval é o primeiro colocado, com 48,7% dos votos.
Para que seja declarado vencedor, sem a necessidade de um segundo turno, Préval precisa de 50% mais um dos votos válidos. O resultado final é esperado ainda nesta segunda-feira.
A apuração tem sido realizada em meio a alegações de fraude, apesar de observadores internacionais terem dito que a votação transcorreu sem problemas.
Outro ex-líder, Leslie Manigat, tem 11,8% dos votos, enquanto o industrial Charles Henri Baker teria 7,9% dos votos.
Forças políticas
Partidários de Préval, que já foi aliado do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, fizeram barricadas nas ruas de Porto Príncipe nesta segunda-feira para exigir que ele seja declarado o vencedor da eleição presidencial.
Para o ministro Celso Amorim, a escalada de tensão e as manifestações que acompanharam a apuração dos votos no Haiti criaram uma "situação preocupante" no país.
"Se há alguma margem de dúvida quanto à vitória ou não de Préval, é necessário reforçar os chamados para que todas as forças políticas se mantenham em paz", afirmou o chanceler brasileiro.
O Brasil comanda as tropas da missão de estabilização da ONU no Haiti desde 2004, quando uma revolta popular no país derrubou o então presidente Jean Bertrand Aristide.
Entre os dias 3 e 10 de fevereiro, o Haiti viveu a sua semana mais pacífica dos últimos meses com apenas quatro seqüestros ocorridos no país, contra os quase 60 que foram registrados nas semanas de dezembro.
Analistas dizem que a relativa calma se deve justamente ao favoritismo de Préval, que teria o apoio de líderes de gangues que estão por trás da violência no país.
Conflito
Pelo menos uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas nesta segunda-feira em confrontos no Haiti, como resultados da crescente tensão em torno do resultado das eleições presidenciais da última terça-feira.
Partidários do candidato favorito, René Préval, fizeram barricadas nas ruas da capital, Porto Príncipe, para exigir que ele seja declarado o vencedor da eleição presidencial.
Testemunhas afirmam que os soldados das forças de paz da ONU abriram fogo contra os manifestantes, mas as tropas dizem que atiraram para o ar.
Além do presidente, o Haiti, que é o país mais pobre das Américas, também está escolhendo 129 membros para o Parlamento.
O segundo turno seria realizado no próximo dia 19 de março, mas a possibilidade de que ele seja necessário pode criar instabilidade, de acordo com analistas.
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice