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15/02/2006 - 22h20

Proposta brasileira é "bem recebida" no Haiti, diz embaixador

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Washington

O embaixador brasileiro no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que a proposta brasileira de declarar o candidato René Préval vencedor, mesmo sem a maioria absoluta dos votos, estava sendo "muito bem recebida" no Haiti.

Ele passou o dia em reuniões com embaixadores de outros países envolvidos diretamente com a situação política do Haiti, como Estados Unidos, França, Canadá e Chile, além de autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, chegou a Porto Príncipe no meio da tarde para participar das reuniões. A OEA ajudou a organizar as eleições presidenciais e legislativas da semana passada.

"Estamos aqui como moderadores neste processo político, segundo o mandato da ONU que é para estabilizar a situação no Haiti", afirmou o embaixador brasileiro. Mas ele disse que a decisão da comunidade internacional não será imposta à população haitiana.

"O Haiti é um povo muito nacionalista, nós procuramos ser o mais discretos possível", disse.

Outras propostas

O porta-voz da Minustah, David Wimhurst, disse que além da brasileira, há outras propostas em discussão. Todas ele, segundo ele, desenhadas para evitar o segundo turno.

A informação de que existem outras propostas foi confirmada pela porta-voz de Insulza, mas nem ela nem Wimhurst souberam informar o conteúdo ou os autores dessas propostas.

Segundo Paulo Cordeiro, o presidente interino, Boniface Alexandre, convidou Préval para uma conversa no palácio presidencial.

O candidato também foi convidado para se reunir com o secretário-geral da OEA na residência do chefe da Minustah, Juan Gabriel Valdez, onde estão acontecendo a maioria das negociações.

O governo haitiano ordenou a suspensão da contagem dos votos até que sejam investigadas as acusações de fraude. Com 90% dos votos apurados, Préval, que governou o Haiti entre 1996 e 2001, tinha 48,7% dos votos totais. Em segundo lugar está Leslie Manigat, também ex-presidente do país, com 11,8% dos votos.

Préval disse que houve fraude para evitar que ele fosse eleito no primeiro turno e disse que se recusa a disputar o segundo turno, marcado para 19 de março.

Um dos fatos suspeitos é o elevado número de votos brancos, quase 5% do total. "É um número muito elevado e isso não é comum aqui no Haiti", disse o embaixador brasileiro. O voto não é obrigatório no Haiti e devido à ausência de locais de votação nas áreas mais perigosas, muitos eleitores tinham que caminhar vários quilômetros até um posto de votação."

Existem também relatos de cédulas encontradas no lixo. A possibilidade de fraude está sendo investigada pela Conselho Eleitoral Provisório.

Wimhurst disse que o dia foi mais calmo no Haiti nesta quarta-feira, apesar dos protestos nas ruas. "Cada dia aqui é diferente, cada dia traz uma surpresa", afirmou.
 

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