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01/06/2006
-
17h05
da BBC Brasil, em Lima
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se transformou em um dos principais temas na reta final da campanha presidencial no Peru.
O apoio declarado de Chávez ao candidato Ollanta Humala, da União Pelo Peru (UPP), partido que se define de esquerda, virou arma nas mãos do social-democrata Alan García, do Partido Aprista (APRA).
A última peça da campanha televisiva de García, que começou a ser veiculada nesta semana, mostra a importância que o presidente venezuelano ganhou na disputa por eleitores.
"Chávez ou Peru?", questiona o slogan, referindo-se à "interferência" do presidente da Venezuela no processo eleitoral peruano.
"Fico com vergonha de ver a forma como Chávez trata Evo Morales (presidente da Bolívia), e, se não nos cuidarmos, ele fará o mesmo com Ollanta Humala e o Peru", atacou García durante uma entrevista nesta semana.
"Sem-vergonha"
No primeiro turno das eleições, Chávez deixou clara sua preferência pelo candidato adversário de García, dizendo: "Tem que ganhar Humala. Humala para o bem do Peru".
"Alan García é um sem-vergonha", acrescentou Chávez.
"Chávez virou peça importante nessa campanha. Mas ao defender Humala, ele está ajudando García porque os peruanos, pelo menos os de Lima, não gostam de interferência externa", afirmou o professor de ciências políticas Rolando Ames, da universidade Católica de Lima.
A influência de Chávez acabou atraindo o presidente Alejandro Toledo para a polêmica.
Em um pronunciamento à nação, na noite de quarta-feira, ele mandou um recado a Chávez. "Sou um apaixonado pela integração latino-americana, mas rebelde contra qualquer voz estrangeira, venha de onde venha", afirmou Toledo.
Segundo a imprensa peruana, Alejandro Toledo disse que apelará para que a Organização de Estados Americanos (OEA) para que coloque um "freio nas intervenções" de Hugo Chávez.
O professor de economia, Carlos Aquino, da Universidade São Marco, de Lima, lembra que outros políticos, que não participam diretamente desta eleição, também tem acabaram ganhado destaque na disputa entre os dois candidatos
"Esse candidato (García) é ligado a Fujimori e a Montesinos. Ele é o passado", disse Humala, referindo-se ao ex-presidente do Peru, que vive no Chile, onde cumpriu prisão, e Vladimiro Montesinos, ex-braço forte do ex-presidente peruano, que está preso no Peru, por diferentes acusações de corrupção.
"Fujimori e Montesinos têm péssima imagem no Peru e, ao citá-los, Humala tenta tirar votos de García", disse Carlos Aquino.
Na contagem regressiva para a votação, os cerca de 16 milhões de eleitores peruanos (de uma população nacional de aproximadamente 27 milhões) acompanham o clima tenso entre os candidatos.
No fim de semana, García foi atingido com um ovo cozido e passou três dias com um hematoma no rosto, num episódio confuso com troca de tiros.
Os seguidores de Humala reclamaram que os seguranças de García tinham disparado tiros contra os manifestantes. O embate inclui troca de insultos quase diários.
Em uma simulação da votação, divulgada no último fim de semana, García recebeu 52% das intenções de voto e seu adversário 48%.
Chávez vira tema de destaque nas eleições do Peru
MÁRCIA CARMOda BBC Brasil, em Lima
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se transformou em um dos principais temas na reta final da campanha presidencial no Peru.
O apoio declarado de Chávez ao candidato Ollanta Humala, da União Pelo Peru (UPP), partido que se define de esquerda, virou arma nas mãos do social-democrata Alan García, do Partido Aprista (APRA).
A última peça da campanha televisiva de García, que começou a ser veiculada nesta semana, mostra a importância que o presidente venezuelano ganhou na disputa por eleitores.
"Chávez ou Peru?", questiona o slogan, referindo-se à "interferência" do presidente da Venezuela no processo eleitoral peruano.
"Fico com vergonha de ver a forma como Chávez trata Evo Morales (presidente da Bolívia), e, se não nos cuidarmos, ele fará o mesmo com Ollanta Humala e o Peru", atacou García durante uma entrevista nesta semana.
"Sem-vergonha"
No primeiro turno das eleições, Chávez deixou clara sua preferência pelo candidato adversário de García, dizendo: "Tem que ganhar Humala. Humala para o bem do Peru".
"Alan García é um sem-vergonha", acrescentou Chávez.
"Chávez virou peça importante nessa campanha. Mas ao defender Humala, ele está ajudando García porque os peruanos, pelo menos os de Lima, não gostam de interferência externa", afirmou o professor de ciências políticas Rolando Ames, da universidade Católica de Lima.
A influência de Chávez acabou atraindo o presidente Alejandro Toledo para a polêmica.
Em um pronunciamento à nação, na noite de quarta-feira, ele mandou um recado a Chávez. "Sou um apaixonado pela integração latino-americana, mas rebelde contra qualquer voz estrangeira, venha de onde venha", afirmou Toledo.
Segundo a imprensa peruana, Alejandro Toledo disse que apelará para que a Organização de Estados Americanos (OEA) para que coloque um "freio nas intervenções" de Hugo Chávez.
O professor de economia, Carlos Aquino, da Universidade São Marco, de Lima, lembra que outros políticos, que não participam diretamente desta eleição, também tem acabaram ganhado destaque na disputa entre os dois candidatos
"Esse candidato (García) é ligado a Fujimori e a Montesinos. Ele é o passado", disse Humala, referindo-se ao ex-presidente do Peru, que vive no Chile, onde cumpriu prisão, e Vladimiro Montesinos, ex-braço forte do ex-presidente peruano, que está preso no Peru, por diferentes acusações de corrupção.
"Fujimori e Montesinos têm péssima imagem no Peru e, ao citá-los, Humala tenta tirar votos de García", disse Carlos Aquino.
Na contagem regressiva para a votação, os cerca de 16 milhões de eleitores peruanos (de uma população nacional de aproximadamente 27 milhões) acompanham o clima tenso entre os candidatos.
No fim de semana, García foi atingido com um ovo cozido e passou três dias com um hematoma no rosto, num episódio confuso com troca de tiros.
Os seguidores de Humala reclamaram que os seguranças de García tinham disparado tiros contra os manifestantes. O embate inclui troca de insultos quase diários.
Em uma simulação da votação, divulgada no último fim de semana, García recebeu 52% das intenções de voto e seu adversário 48%.
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