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05/06/2006 - 10h04

Imprensa internacional repercute vitória de García no Peru

da BBC

O jornal argentino "La Nación" afirma que o resultado das eleições no Peru, que deram a vitória ao candidato e ex-presidente Alan García sobre Ollanta Humala, reflete "uma profunda divisão entre os peruanos".

O diário acrescenta que a sociedade peruana "ficou mais polarizada após uma violenta acampanha, apresentada como sendo uma eleição entre "democracia e ditadura", "Chávez ou Estados Unidos" e "o continuísmo ou a mudança radical".

Segundo o "La Nación", "o medo de um salto no escuro", que seria representando pela vitória de Humala, acabou sendo mais forte do que "a lembrança nefasta do primeiro governo de Alan García".

O jornal diz que o pleito foi apresentado como sendo um plebiscito sobre o candidato esquerdista Humala e, "por extensão", sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Segundo o "La Nación", "o mandatário venezuelano perdeu sua oportunidade de estender ao Peru seu "eixo antiimperialista" contra os Estados Unidos, ao qual já acrescentou seu colega boliviano, Evo Morales".

O diário acrescenta que muitos peruanos votaram no candidato do partido Apra apenas porque, nas palavras do próprio García, ele representava "um mal menor".

"Egocêntrico"

O também argentino "Clarín" traz um perfil de García, a quem qualifica de "líder egocêntrico que tenta rechaçar seu passado".

De acordo com o jornal, o primeiro governo do provável vencedor da eleição, entre 1985 e 1990, terminou em "violência e hiperinflação". O Clarín afirma que, no período, o Peru "caiu no tobogã da hiperinflação --de 7000%" e enfrentou crises de abastecimento, a violência guerrilheira e a corrupção.

Em sua edição eletrônica, o jornal peruano "El Comercio" traz dados curiosos relativos aos votos para a eleição presidencial registrados na Venezuela e na Bolívia.

O "Comercio" informa que García venceu a disputa entre os peruanos radicados na Venezuela "apesar das orações de Hugo Chávez", em referência ao pronunciamento de rádio do líder venezuelano no qual ele rezou um Pai Nosso e disse que "era preciso pedir a Deus pelo povo peruano, pela democracia no Peru, pelo futuro do povo peruano e pela integração de nosso povo".

A maior parte dos eleitores peruanos na Bolívia contrariou a tendência vitoriosa em seu país natal e optou por Ollanta Humala, que foi o primeiro colocado entre os peruanos registrados para votar em La Paz, com 570 votos (53,1%), contra 504 de García (46,9%).

O jornal americano "New York Times" afirma que "16 anos após sua Presidência haver terminado em um colapso econômico" Alan García "fez uma das mais impressionantes ressurreições políticas já vistas na América Latina".

De acordo com o jornal, "os eleitores viram a disputa como uma escolha pouco atraente entre um ex-presidente cuja primeira administração foi um completo desastre e um ex-oficial do Exército que comandou uma rebelião militar".

O "New York Times" comenta que o atual discurso de García "contrasta fortemente" com o de seu passado, citando os dizeres do candidato de que "a prosperidade só se dará através de comércio e investimentos", mas o jornal frisa que o candidato também se comprometeu a auxiliar fazendeiros contra os efeitos de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos e a estimular pequenos negócios.

O jornal conclui dizendo que o ex-presidente peruano "ainda exibe toques do populismo que fez dele um queridinho da esquerda internacional nos anos 80, despertendo dúvidas sobre qual Alan García irá emergir quando ele tomar posse no final de julho".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Ollanta Humala
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