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29/06/2006
-
04h36
da BBC Brasil, na Cidade do México
O candidato de centro-esquerda à presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, da coalizão Bem de Todos, encerrou sua campanha na quarta-feira à noite, prometendo dar prioridade aos pobres caso seja eleito.
"Para o bem de todos, primeiro os pobres", disse o candidato em um comício diante de dezenas de milhares de eleitores em Zócalo, o coração político e financeiro do México.
A quatro dias das eleições que definirão quem será o próximo presidente do país, o ex-prefeito da Cidade do México convocou a população a escolher no próximo domingo entre o seu "projeto alternativo de nação", ou a continuidade das políticas atuais, lideradas pelo presidente Vicente Fox (PAN).
"Nossos adversários defendem o projeto anti-popular e entreguista que estão aplicando (...) nós sustentamos que o país não aguenta mais do mesmo e necessita de uma transformação profunda", afirmou.
Na reta final, o cenário eleitoral é imprevisível e ninguém se arrisca a fazer projeções.
O resultado das últimas pesquisas apontavam a vitória de López Obrador com uma pequena margem de vantagem sobre o candidato da direita, Felipe Calderón (PAN), mas tecnicamente há um empate.
Política econômica
López Obrador, chamado de populista por seus adversários, promete mudar a atual política econômica.
Para o candidato, o baixo crescimento econômico é o principal fator responsável pelo aumento da miséria, do desemprego e, por consequência, do número de imigrantes que diariamente tentam cruzar a fronteira com os Estados Unidos.
Durante o atual governo de Vicente Fox, cerca de 4 milhões de mexicanos deixaram o país.
Em uma clara alusão às estreitas relações entre o atual presidente e o governo americano, López Obrador diz que realizará uma política externa mais autônoma do que a do seu rival político, Felipe Calderón, do partido governista PAN.
O candidato ainda atacou o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), firmado entre México, Estados Unidos e Canadá, e garantiu que, se eleito, não permitirá a entrada em vigor em 2008 de uma cláusula do tratado que prevê a abertura para exportações agrícolas.
"Vamos revisar essa cláusula que afeta o nosso produtor. Temos que garantir a produção nacional do milho e do feijão. Não vamos seguir com isso", disse.
Enquanto acompanhava o discurso, o médico aposentado Juan Bar explicava porque decidiu apoiar López Obrador.
"As propostas dos candidatos são muito parecidas, mas ele (López Obrador) foi o único que vimos governar com honestidade e austeridade", disse.
Junto ao médico, centenas de idosos que foram beneficiados pelas políticas de assistência social à terceira idade implementadas pelo candidato quando era prefeito da Cidade do México animavam o coro de "Sorria, vamos ganhar".
Zapatistas
Andrés Manuel López Obrador, que foi duramente criticado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional por não representar a possibilidade de mudanças reais para o país, se comprometeu em atender a reivindicação dos povos índigenas.
"Vamos pagar a dívida histórica com nossas comunidades, com os povos indígenas (...) Vamos fazer a nossa parte para cumprir o acordo de San Andrés".
O acordo foi firmado em 1996 entre o Movimento Zapatista e o governo do presidente Ernesto Zedillo, e prevê o respeito à autonomia e cultura das comunidades indígenas, mas nunca foi cumprido.
Quanto à política externa, o candidato não fez referência direta à América Latina. "A melhor política exterior é a interior. Se no México há progresso, justiça (...) nos respeitarão fora".
Analistas políticos afirmam que a vitória de López Obrador poderia significar uma virada da política exterior mexicana - atualmente voltada para o Norte - para a integração com os demais países latino-americanos.
Ao encerrar o comício, López Obrador homenageou Emiliano Zapata, Pancho Villa e Lázaro Cárdenas, considerados ícones nacionais, e convocou os mexicanos a levantarem "bem cedo" no próximo domingo para votar.
"Necessitamos ganhar com ampla vantagem para que não duvidem do nosso triunfo", disse o candidato. O voto é facultativo no México.
López Obrador encerra campanha e promete mudanças
CLAUDIA JARDIMda BBC Brasil, na Cidade do México
O candidato de centro-esquerda à presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, da coalizão Bem de Todos, encerrou sua campanha na quarta-feira à noite, prometendo dar prioridade aos pobres caso seja eleito.
"Para o bem de todos, primeiro os pobres", disse o candidato em um comício diante de dezenas de milhares de eleitores em Zócalo, o coração político e financeiro do México.
A quatro dias das eleições que definirão quem será o próximo presidente do país, o ex-prefeito da Cidade do México convocou a população a escolher no próximo domingo entre o seu "projeto alternativo de nação", ou a continuidade das políticas atuais, lideradas pelo presidente Vicente Fox (PAN).
"Nossos adversários defendem o projeto anti-popular e entreguista que estão aplicando (...) nós sustentamos que o país não aguenta mais do mesmo e necessita de uma transformação profunda", afirmou.
Na reta final, o cenário eleitoral é imprevisível e ninguém se arrisca a fazer projeções.
O resultado das últimas pesquisas apontavam a vitória de López Obrador com uma pequena margem de vantagem sobre o candidato da direita, Felipe Calderón (PAN), mas tecnicamente há um empate.
Política econômica
López Obrador, chamado de populista por seus adversários, promete mudar a atual política econômica.
Para o candidato, o baixo crescimento econômico é o principal fator responsável pelo aumento da miséria, do desemprego e, por consequência, do número de imigrantes que diariamente tentam cruzar a fronteira com os Estados Unidos.
Durante o atual governo de Vicente Fox, cerca de 4 milhões de mexicanos deixaram o país.
Em uma clara alusão às estreitas relações entre o atual presidente e o governo americano, López Obrador diz que realizará uma política externa mais autônoma do que a do seu rival político, Felipe Calderón, do partido governista PAN.
O candidato ainda atacou o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), firmado entre México, Estados Unidos e Canadá, e garantiu que, se eleito, não permitirá a entrada em vigor em 2008 de uma cláusula do tratado que prevê a abertura para exportações agrícolas.
"Vamos revisar essa cláusula que afeta o nosso produtor. Temos que garantir a produção nacional do milho e do feijão. Não vamos seguir com isso", disse.
Enquanto acompanhava o discurso, o médico aposentado Juan Bar explicava porque decidiu apoiar López Obrador.
"As propostas dos candidatos são muito parecidas, mas ele (López Obrador) foi o único que vimos governar com honestidade e austeridade", disse.
Junto ao médico, centenas de idosos que foram beneficiados pelas políticas de assistência social à terceira idade implementadas pelo candidato quando era prefeito da Cidade do México animavam o coro de "Sorria, vamos ganhar".
Zapatistas
Andrés Manuel López Obrador, que foi duramente criticado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional por não representar a possibilidade de mudanças reais para o país, se comprometeu em atender a reivindicação dos povos índigenas.
"Vamos pagar a dívida histórica com nossas comunidades, com os povos indígenas (...) Vamos fazer a nossa parte para cumprir o acordo de San Andrés".
O acordo foi firmado em 1996 entre o Movimento Zapatista e o governo do presidente Ernesto Zedillo, e prevê o respeito à autonomia e cultura das comunidades indígenas, mas nunca foi cumprido.
Quanto à política externa, o candidato não fez referência direta à América Latina. "A melhor política exterior é a interior. Se no México há progresso, justiça (...) nos respeitarão fora".
Analistas políticos afirmam que a vitória de López Obrador poderia significar uma virada da política exterior mexicana - atualmente voltada para o Norte - para a integração com os demais países latino-americanos.
Ao encerrar o comício, López Obrador homenageou Emiliano Zapata, Pancho Villa e Lázaro Cárdenas, considerados ícones nacionais, e convocou os mexicanos a levantarem "bem cedo" no próximo domingo para votar.
"Necessitamos ganhar com ampla vantagem para que não duvidem do nosso triunfo", disse o candidato. O voto é facultativo no México.
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