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11/09/2006
-
11h48
O aniversário de cinco anos dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos é destaque em toda a imprensa mundial nesta segunda-feira.
Em seu editorial, o New York Times lamenta o que considera uma oportunidade perdida após o sentimento de união nacional gerado pelos ataques e que esse sentimento não teria sido aproveitado positivamente pelo governo.
"Aquele foi um momento em que a nação estava esperando para saber o que deveria fazer, para ser chamada ao trabalho que daria um significado especial à tragédia pela qual havia passado. Mas esse chamado nunca veio" , diz o jornal.
"Se aquele sentido de união ocorresse hoje, poderíamos olhar para trás para 11 de setembro de 2006 como mais que um dia para lembrar de memórias ruins e chances perdidas", conclui o editorial.
O Washington Post, por sua vez, traz um artigo assinado pelo jornalista paquistanês Ahmed Rashid, autor de um livro sobre o Talebã, no qual ele diz que os militantes extremistas estão hoje mais bem equipados do que há cinco anos para combater “aparatos tecnológicos devastadores que os Exércitos modernos podem dispor para lutar contra guerrilhas”.
“Os extremistas islâmicos estão ganhando a guerra ao não perdê-la, e eles estão constantemente expandindo para criar novas frentes de batalha”, diz o artigo.
'Anos fúteis'
O diário britânico Financial Times traz em sua edição desta segunda-feira um artigo com o título “Cinco anos cheios e fúteis”, no qual afirma que os Estados Unidos devem mudar suas táticas para “aliar objetivos e realidade”.
Segundo um analista ouvido pelo jornal, isso significaria “tratar o extremismo islâmico não como uma ameaça existencial na escala do fascismo ou do comunismo, mas como um adversário perigoso que pode ser controlado usando meios militares, diplomáticos, de inteligência e de aplicação da lei comuns”.
O diário The Guardian, por sua vez, traz uma estimativa comparando o número de mortes provocadas por ataques terroristas desde 11 de setembro de 2001 e pela guerra ao terror para concluir que esse último número é mais de 20 vezes maior que o primeiro.
Segundo as contas do diário britânico, 92.469 pessoas morreram na guerra ao terror, enquanto os ataques terroristas – incluindo os de 11 de setembro de 2001 – mataram 4.319.
O diário nacionalista árabe Al-Quds Al-Arabi, publicado em Londres, diz que “o 11 de setembro será lembrado como o fim do império americano”. “Isso é porque todos os impérios colapsaram quando perseguiram a arrogância do poder, e eles colapsaram nas mãos de pequenas nações ou pequenos movimentos, conforme expandiram suas guerras e invasões além de suas capacidades”.
Sem fim à vista
O italiano La Stampa observa que a guerra gerada pelos ataques de 2001 já dura mais do que a Primeira Guerrra Mundial, sem dar sinais de que vai terminar.
“E não há uma vitória à vista, nenhuma indicação sobre como isso poderia terminar”, diz o jornal. “Em vez disso, uma proliferação de guerras étnico-religiosas, de ataques terroristas em várias partes do globo”.
O francês Libération, por sua vez, diz que enquanto o impacto do 11 de setembro não diminuiu, os últimos cinco anos mudaram nossa percepção dos eventos.
“O governo Bush conseguiu a proeza de reduzir a enorme onda de compaixão e solidariedade que apareceram em todo o mundo a nada”, diz o jornal.
“O presidente americano está ajudando a transformar o planeta em um vasto campo de batalha, precipitando o choque de civilizações que os mais radicais jihadistas aspiram”, afirma o texto.
Divisão
O alemão Frankfurter Rundschau comenta que “a lógica ligeira da guerra” perseguida pelos Estados Unidos é responsável pelo fato de que a solidariedade foi seguida por “uma divisão sem precedentes no Ocidente”,
Para o jornal belga De Standaard, a reação americana foi equivocada por “jogar o jogo de Osama Bin Laden”, “tornar o mundo mais perigoso” e “insuflar o ódio”.
O diário La Razón, da Espanha, diz que o mundo assiste ao início de uma “conflagração de escala planetária”, na qual as nações ocidentais estão sendo “assombradas por inimigos internos e externos”.
Já o russo Kommersant diz que “as guerras que seguiram os eventos do 11 de setembro provocaram mais mortes de americanos do que os próprios ataques”.
“A atitude em direção aos Estados Unidos no mundo também mudou drasticamente nos últimos cinco anos: de vítima do terrorismo os Estados Unidos se tornaram para muitos em um país responsável pela sua disseminação”, diz o jornal.
EUA desperdiçaram união pós-ataques, diz NYT
da BBC BrasilO aniversário de cinco anos dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos é destaque em toda a imprensa mundial nesta segunda-feira.
Em seu editorial, o New York Times lamenta o que considera uma oportunidade perdida após o sentimento de união nacional gerado pelos ataques e que esse sentimento não teria sido aproveitado positivamente pelo governo.
"Aquele foi um momento em que a nação estava esperando para saber o que deveria fazer, para ser chamada ao trabalho que daria um significado especial à tragédia pela qual havia passado. Mas esse chamado nunca veio" , diz o jornal.
"Se aquele sentido de união ocorresse hoje, poderíamos olhar para trás para 11 de setembro de 2006 como mais que um dia para lembrar de memórias ruins e chances perdidas", conclui o editorial.
O Washington Post, por sua vez, traz um artigo assinado pelo jornalista paquistanês Ahmed Rashid, autor de um livro sobre o Talebã, no qual ele diz que os militantes extremistas estão hoje mais bem equipados do que há cinco anos para combater “aparatos tecnológicos devastadores que os Exércitos modernos podem dispor para lutar contra guerrilhas”.
“Os extremistas islâmicos estão ganhando a guerra ao não perdê-la, e eles estão constantemente expandindo para criar novas frentes de batalha”, diz o artigo.
'Anos fúteis'
O diário britânico Financial Times traz em sua edição desta segunda-feira um artigo com o título “Cinco anos cheios e fúteis”, no qual afirma que os Estados Unidos devem mudar suas táticas para “aliar objetivos e realidade”.
Segundo um analista ouvido pelo jornal, isso significaria “tratar o extremismo islâmico não como uma ameaça existencial na escala do fascismo ou do comunismo, mas como um adversário perigoso que pode ser controlado usando meios militares, diplomáticos, de inteligência e de aplicação da lei comuns”.
O diário The Guardian, por sua vez, traz uma estimativa comparando o número de mortes provocadas por ataques terroristas desde 11 de setembro de 2001 e pela guerra ao terror para concluir que esse último número é mais de 20 vezes maior que o primeiro.
Segundo as contas do diário britânico, 92.469 pessoas morreram na guerra ao terror, enquanto os ataques terroristas – incluindo os de 11 de setembro de 2001 – mataram 4.319.
O diário nacionalista árabe Al-Quds Al-Arabi, publicado em Londres, diz que “o 11 de setembro será lembrado como o fim do império americano”. “Isso é porque todos os impérios colapsaram quando perseguiram a arrogância do poder, e eles colapsaram nas mãos de pequenas nações ou pequenos movimentos, conforme expandiram suas guerras e invasões além de suas capacidades”.
Sem fim à vista
O italiano La Stampa observa que a guerra gerada pelos ataques de 2001 já dura mais do que a Primeira Guerrra Mundial, sem dar sinais de que vai terminar.
“E não há uma vitória à vista, nenhuma indicação sobre como isso poderia terminar”, diz o jornal. “Em vez disso, uma proliferação de guerras étnico-religiosas, de ataques terroristas em várias partes do globo”.
O francês Libération, por sua vez, diz que enquanto o impacto do 11 de setembro não diminuiu, os últimos cinco anos mudaram nossa percepção dos eventos.
“O governo Bush conseguiu a proeza de reduzir a enorme onda de compaixão e solidariedade que apareceram em todo o mundo a nada”, diz o jornal.
“O presidente americano está ajudando a transformar o planeta em um vasto campo de batalha, precipitando o choque de civilizações que os mais radicais jihadistas aspiram”, afirma o texto.
Divisão
O alemão Frankfurter Rundschau comenta que “a lógica ligeira da guerra” perseguida pelos Estados Unidos é responsável pelo fato de que a solidariedade foi seguida por “uma divisão sem precedentes no Ocidente”,
Para o jornal belga De Standaard, a reação americana foi equivocada por “jogar o jogo de Osama Bin Laden”, “tornar o mundo mais perigoso” e “insuflar o ódio”.
O diário La Razón, da Espanha, diz que o mundo assiste ao início de uma “conflagração de escala planetária”, na qual as nações ocidentais estão sendo “assombradas por inimigos internos e externos”.
Já o russo Kommersant diz que “as guerras que seguiram os eventos do 11 de setembro provocaram mais mortes de americanos do que os próprios ataques”.
“A atitude em direção aos Estados Unidos no mundo também mudou drasticamente nos últimos cinco anos: de vítima do terrorismo os Estados Unidos se tornaram para muitos em um país responsável pela sua disseminação”, diz o jornal.
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