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14/09/2006 - 07h49

A 18 dias das eleições, campanha provoca sono, diz jornal

da BBC Brasil

A 18 dias do pleito, a campanha presidencial brasileira somente consegue provocar sono, diz reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal argentino La Nación.

Entre os fatores que levam ao tédio na campanha, o diário cita o fato de as pesquisas eleitorais mostrarem uma estabilidade nos índices de intenção de voto e a percepção de muitos analistas de que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno está praticamente garantida.

Além disso, relata a reportagem, “não há cartazes nem pixações nas ruas, não há shows musicais como havia antes e a discussão política parece ter sido eliminada das conversas diárias”.

“Exatamente o contrário do que acontecia há quatro anos, quando a seis meses antes da votação, a luta eleitoral já estava em carne viva pela possível vitória de Lula”, diz o texto.

O jornal ouviu o jornalista político Ricardo Noblat, para quem a situação é também decorrente de uma competição entre “um voto envergonhado e um voto sem entusiasmo”.

Segundo ele, o voto envergonhado é o do eleitor de Lula, após tantas denúncias de corrupção contra o governo, e o voto sem entusiasmo é o do eleitor que não quer Lula e por isso vota em Alckmin, “um candidato cinza”.

O jornal questiona então se é positivo esse cenário eleitoral "que faz com que o Brasil pareça a uma ‘democracia nórdica’".

Carlos Sarmento, sociólogo da Fundação Getúlio Vargas, respondeu ao repórter que “mais que uma civilidade elogiável, o que há é uma perda de carisma da política”. “Parece que as pessoas perderam o interesse”, diz.

Brasil retardatário

Os investidores internacionais começam a se preocupar com a falta de controle de gastos na economia brasileira, segundo artigo publicado nesta quinta-feira pelo diário britânico Financial Times.

O jornal avalia que a previsão de que os chamados BRICs (termo cunhado pelo banco de investimentos Goldman Sachs para denominar o grupo de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China) ultrapassariam as economias dos seis países mais ricos do mundo em conjunto seria cumprida mais rapidamente “se sua média de crescimento não estivesse sendo freada pelo Brasil”.

Após comparar o crescimento chinês de 11,3% no segundo trimestre do ano, contra 1,2% do Brasil, o jornal diz que a previsão de aumento do PIB brasileiro de 3% neste ano faz do país “o retardatário não somente entre os BRICs, mas entre todos os mercados emergentes do mundo”.

“Até recentemente, os investidores vinham ignorando esse problema. Agora eles estão se preocupando, com implicações de longo alcance para os mercados tanto de dívida quanto de ações”, diz o jornal.

O artigo afirma que a atual situação positiva da economia brasileira pode chegar ao fim se o crescimento do país não for acelerado. “E os economistas são unânimes em dizer que o Brasil não vai crescer a menos que o próximo governo realize cortes de gastos politicamente difíceis”, afirma o jornal.

Para o artigo, que cita a liderança folgada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto à Presidência, há poucas razões para acreditar que esses cortes de gastos necessários ocorrerão.

“Na atual situação – e de acordo com o programa de governo do sr. Lula da Silva para 2007-2010, há pouca chance de que isso ocorra.”

MSI sob investigação

O diário britânico The Guardian traz nesta quinta-feira uma reportagem de capa na qual relata as investigações no Brasil sobre a MSI, empresa de investimentos que controlava o departamento de futebol do Corinthians e que foi responsável pela transferência dos argentinos Carlos Tevez e Javier Mascherano do clube paulista para o West Ham, de Londres.

Segundo um documento oficial a que o Guardian teve acesso, “há indícios suficientes de que a parceria entre a MSI e o Corinthians está sendo usada para praticar lavagem de dinheiro”. O jornal diz que a empresa está sendo investigada em duas frentes por suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o oligarca russo Boris Berezovsky.

A reportagem diz que também há suspeitas sobre a transferência dos dois jogadores argentinos ao West Ham, clube o qual a MSI tentou comprar no ano passado, sem sucesso.

Ouvido pelo jornal, o iraniano Kia Joorabchian nega envolvimento em lavagem de dinheiro e diz ter sido inocentado pelas investigações no Brasil. Além disso, ele nega que Berezovsky seja o responsável pelo dinheiro investido pela MSI.

Ele afirma ainda ter cortado seus laços com a empresa e que não pode mais fazer comentários sobre ela.

Advogados da empresa, por sua vez, disseram que a investigação foi provocada por rivalidades políticas dentro do Corinthians e que ela não chegou a nenhuma conclusão por falta de materiais e indícios de qualquer irregularidade.
 

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