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05/10/2006 - 00h50

Fundação oferece US$ 10 milhões para quem decodificar genomas

MATTHEW DAVIS
da BBC Brasil, em Washington

A fundação americana X-Prize está oferecendo um prêmio de US$ 10 milhões para a primeira equipe de cientistas que conseguir decodificar cem genomas humanos em dez dias.

Batizado de Archon X-Prize for Genomics, o prêmio foi apresentado como o maior já dedicado à comunidade médica.

Os organizadores do prêmio dizem que a rapidez no seqüenciamento genético é o próximo grande desafio da ciência, que deverá dar início a uma nova era da medicina personalizada, permitindo que médicos determinem a suscetibilidade dos pacientes a problemas de sáude, além de estabelecerem a origem genética de doenças como o câncer e o mal de Alzheimer.

Este é o segundo grande desafio proposto pela fundação, que em 2004 ofereceu US$ 10 milhões aos primeiros que conseguissem enviar uma nave particular ao espaço. A instituição acabou premiando a equipe responsável pelo lançamento da nave espacial SpaceShipOne.

Atualmente a decodificação do genoma de um indivíduo leva vários meses e custa milhões de dólares.

Bando de dados

Testes de determinados genes já estão ajudando médicos a selecionar tratamentos e terapias específicos para pacientes.

Cientistas dizem, entretanto, que os verdadeiros benefícios para a humanidade só se concretizarão quando houver uma amostragem muito maior de informações genéticas para ajudar a decifrar os aspectos hereditários e ambientais da doença.

"Nós precisamos de um banco de dados com milhões de genomas humanos para nos ajudar a decifrar completamente o que é natureza e o que é resultado da influência do ambiente na existência humana", disse Craig Venter, um dos cientistas por trás do primeiro seqüenciamento do código genético humano.

Ainda assim, como a própria fundação reconhece, essa área de pesquisa é potencialmente polêmica, por causa das implicações legais, éticas e sociais que envolve.

As preocupações com invasão de privacidade e possibilidade de discriminação baseada nas características genéticas de uma pessoa já estariam freando o ritmo de pesquisas na área.

Debate

O diretor do Instituto de Pesquisas do Genoma Humano, Francis Collins, defende que é preciso assegurar proteções às pessoas e que, para tanto, o debate sobre as políticas a serem adotadas deve envolver a sociedade.

Quase três anos atrás, o Senado americano aprovou uma legislação proibindo expressamente empregadores e seguradoras de discriminar pessoas com base nos resultados de testes genéticos.

Mas a lei está atualmente parada na Câmara dos Representantes e há esperanças de que o X-Prize ajude no seu avanço.

Pelas regras da competição, o time que vencer será pago para mapear as seqüências genéticas do "Genoma 100" - um grupo de celebridades, benfeitores e representantes do público.

O grupo já inclui Stephen Hawking, o apresentador da CNN Larry King e Anousheh Ansari, a primeira turista espacial mulher, cuja família financiou o primeiro prêmio oferecido pela X-Prize, para a nave particular.

Por causa do êxito do prêmio original, a fundação pretende lançar dois prêmios por ano. O próximo lançamento está previsto para o início de 2007.

A fundação se apresenta como um instituto educativo sem fins lucrativos voltado para proporcionar "conquistas radicais nas áreas do espaço e da tecnologia para o benefício da humanidade".

O principal patrocinador do prêmio Archon X-Prize for Genomics foi a empresa Archon Minerals, cujo presidente, Stewart Blusson, fez uma doação milionária.

Estão escritos no DNA entre 20 mil e 25 mil genes, que as células humanas usam como bases para produzir proteínas. São essas complexas moléculas que compõem e mantêm os nossos corpos.
 

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