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09/10/2006 - 17h48

Presidente da Síria diz que aceita negociar com Israel

da BBC

O presidente da Síria, Bashar al Assad, disse em entrevista à BBC, transmitida nesta segunda-feira, que seu país está disposto a conversar com Israel, desde que haja mediação de um "árbitro imparcial".

Assad disse que os Estados Unidos não mostram sinal de estar preparado para desempenhar esse papel e criticou os americanos por não terem "a vontade nem a visão" para buscar a paz no Oriente Médio.

Na entrevista, o presidente disse reconhecer que Síria e Israel podem conviver lado a lado em paz, aceitando a existência um do outro. Mas criticou o governo de George W. Bush [presidente dos EUA] e afirmou que não é possível estabelecer um diálogo com os EUA.

"Como você pode falar de paz e ao mesmo tempo de isolamento? Como você pode falar de paz, enquanto você adota uma doutrina de guerra preventiva?", perguntou Assad.

Segundo o presidente sírio, a única forma de garantir a paz é por meio da implementação das resoluções das Nações Unidas por todas as partes --Síria, Israel, EUA, Nações Unidas e União Européia.

"Bode expiatório"

O presidente sírio disse que o Ocidente se adianta ao culpar a Síria pelos problemas no Oriente Médio.

Ele disse que a realidade e a percepção que se tem de seu país são duas coisas diferentes, mas que ao mundo exterior é confortável apontar os dedos para a Síria.

Após as invasões lideradas pelos americanos ao Afeganistão e ao Iraque, Assad disse que o Ocidente acusou a Síria de apoiar o terrorismo, tornando o país "um bode expiatório" que "exime (os países ocidentais) de qualquer responsabilidade".

Washington também tem acusado a Síria de apoiar os grupos palestino Hamas e libanês Hizbollah --organizações consideradas terroristas pelos americanos. No entanto, Assad disse que o apoio público a esses grupos precisa ser levado em consideração.

"Enquanto eles (do Hizbollah) são eficientes com as pessoas, você precisa lidar com eles. Quando eles têm o apoio de pessoas, você não pode rotulá-los de terroristas, porque dessa forma você rotula o povo como terrorista."

Hariri

Assad negou que a Síria tenha participado do assassinato do ex-premiê libanês Rafik Hariri --ocorrido em um atentado em Beirute em fevereiro do ano passado--, e disse que qualquer sírio que tenha ligações com o crime será considerado um "traidor" e terá de enfrentar um processo.

Sobre o Iraque, ele insistiu que a Síria não apoiou qualquer ataque de rebeldes, mas acrescentou que "como conceito" a resistência é um direito do povo.

A Síria tem sido considerada pela Casa Branca como integrante do "eixo do mal", termo cunhado para condenar os regimes da Coréia do Norte e do Irã.

A Síria também tem sido acusada de permitir que rebeldes atravessem sua fronteira com o Iraque. Assad negou as acusações.

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