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13/10/2006
-
11h20
Comunidades armênias em várias partes do mundo lutam há décadas para que o suposto massacre de seu povo pelos turcos otomanos entre 1915 e 1917 seja reconhecido como o primeiro "genocídio" do século 20.
A BBC explica o que teria acontecido na época e o porquê da controvérsia envolvendo diversos países sobre ao tema.
Por que a Armênia acusa os turcos otomanos de "genocídio"?
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Império Otomano --que enfrentava a Tríplice Entente, formada por Reino Unido, Rússia e França-- convocou todos os seus homens para lutar. O recrutamento não foi bem-recebido por muitas das minorias étnicas e religiosas do império. Os armênios eram um dos grupos que se rebelaram contra a guerra e a opressão de Istambul.
A resposta teria vindo em abril de 1915, quando o governo turco otomano reuniu cerca de 250 líderes da comunidade armênia no império. Alguns deles teriam sido deportados, outros, executados. Nos dois anos seguintes, aproximadamente 1,5 milhão de armênios teriam sido mortos pelos turcos.
Até hoje, muitos armênios acreditam que foi o massacre de seu povo que abriu caminho para o Holocausto. "Afinal, quem se lembra do aniquilamento de armênios?", teria dito Hitler.
O que diz a Turquia a respeito do episódio?
Para a Turquia, as mortes foram o resultado de uma guerra civil, agravada pela fome e por doenças, durante o colapso do Império Otomano, que teria deixado vítimas de todos os lados. Além disso, o governo turco contesta os números armênios, alegando que eles são exagerados.
O que aconteceu com o povo armênio depois do chamado "genocídio"?
O povo armênio se espalhou pelo mundo logo após o "genocídio", num movimento que continuou durante as décadas seguintes. Não há números exatos sobre os armênios da diáspora, mas estima-se que as maiores comunidades fiquem na Rússia, com mais de 2,2 milhões, e Estados Unidos, com 1,2 milhão. Também há grandes comunidades na Geórgia, França e Irã, entre outros. No Brasil, o número de armênios ficaria entre 60 mil e 70 mil.
Logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, foi proclamada a República Independente da Armênia, que durou apenas até o início dos anos 20, quando o país foi incorporado à União Soviética. Em 1991, a Armênia reconquistou sua independência e embarcou num programa de reformas econômicas que trouxeram alguma estabilidade e crescimento ao país, que ainda tem altos índices de pobreza e desemprego.
Até hoje, mais de noventa anos depois do suposto "genocídio", Armênia e Turquia não mantêm relações diplomáticas. A fronteira comum entre os dois países permanece fechada.
Como a polêmica em torno desta questão afeta as chances de a Turquia se unir à União Européia?
Apesar do apelo de diversos países para que a Turquia reconheça o suposto "genocídio" de armênios, especialistas afirmam que essa não é uma pré-condição para a entrada no bloco. No entanto, a possível aprovação de uma lei pelo governo francês considerando crime negar o genocídio poderia criar tensões diplomáticas sérias com a Turquia.
Quais são os interesses da França na controvérsia sobre o "genocídio" armênio?
A comunidade armênia na França tem entre 300 mil e 400 mil pessoas e os críticos dizem que a aprovação da lei que torna crime negar o "genocídio" é uma manobra eleitoreira da oposição ao governo do presidente Jacques Chirac, com vistas à eleição presidencial do ano que vem. Os descendentes de armênios na França defendem a medida e consideram que a lei finalmente faria justiça à memória das vítimas do massacre.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o "genocídio" armênio
Leia o que já foi publicado sobre a Armênia
Leia o que já foi publicado sobre a Turquia
Entenda a polêmica sobre o suposto "genocídio" armênio
da BBCComunidades armênias em várias partes do mundo lutam há décadas para que o suposto massacre de seu povo pelos turcos otomanos entre 1915 e 1917 seja reconhecido como o primeiro "genocídio" do século 20.
A BBC explica o que teria acontecido na época e o porquê da controvérsia envolvendo diversos países sobre ao tema.
Por que a Armênia acusa os turcos otomanos de "genocídio"?
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Império Otomano --que enfrentava a Tríplice Entente, formada por Reino Unido, Rússia e França-- convocou todos os seus homens para lutar. O recrutamento não foi bem-recebido por muitas das minorias étnicas e religiosas do império. Os armênios eram um dos grupos que se rebelaram contra a guerra e a opressão de Istambul.
A resposta teria vindo em abril de 1915, quando o governo turco otomano reuniu cerca de 250 líderes da comunidade armênia no império. Alguns deles teriam sido deportados, outros, executados. Nos dois anos seguintes, aproximadamente 1,5 milhão de armênios teriam sido mortos pelos turcos.
Até hoje, muitos armênios acreditam que foi o massacre de seu povo que abriu caminho para o Holocausto. "Afinal, quem se lembra do aniquilamento de armênios?", teria dito Hitler.
O que diz a Turquia a respeito do episódio?
Para a Turquia, as mortes foram o resultado de uma guerra civil, agravada pela fome e por doenças, durante o colapso do Império Otomano, que teria deixado vítimas de todos os lados. Além disso, o governo turco contesta os números armênios, alegando que eles são exagerados.
O que aconteceu com o povo armênio depois do chamado "genocídio"?
O povo armênio se espalhou pelo mundo logo após o "genocídio", num movimento que continuou durante as décadas seguintes. Não há números exatos sobre os armênios da diáspora, mas estima-se que as maiores comunidades fiquem na Rússia, com mais de 2,2 milhões, e Estados Unidos, com 1,2 milhão. Também há grandes comunidades na Geórgia, França e Irã, entre outros. No Brasil, o número de armênios ficaria entre 60 mil e 70 mil.
Logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, foi proclamada a República Independente da Armênia, que durou apenas até o início dos anos 20, quando o país foi incorporado à União Soviética. Em 1991, a Armênia reconquistou sua independência e embarcou num programa de reformas econômicas que trouxeram alguma estabilidade e crescimento ao país, que ainda tem altos índices de pobreza e desemprego.
Até hoje, mais de noventa anos depois do suposto "genocídio", Armênia e Turquia não mantêm relações diplomáticas. A fronteira comum entre os dois países permanece fechada.
Como a polêmica em torno desta questão afeta as chances de a Turquia se unir à União Européia?
Apesar do apelo de diversos países para que a Turquia reconheça o suposto "genocídio" de armênios, especialistas afirmam que essa não é uma pré-condição para a entrada no bloco. No entanto, a possível aprovação de uma lei pelo governo francês considerando crime negar o genocídio poderia criar tensões diplomáticas sérias com a Turquia.
Quais são os interesses da França na controvérsia sobre o "genocídio" armênio?
A comunidade armênia na França tem entre 300 mil e 400 mil pessoas e os críticos dizem que a aprovação da lei que torna crime negar o "genocídio" é uma manobra eleitoreira da oposição ao governo do presidente Jacques Chirac, com vistas à eleição presidencial do ano que vem. Os descendentes de armênios na França defendem a medida e consideram que a lei finalmente faria justiça à memória das vítimas do massacre.
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