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16/10/2006 - 13h41

Eleições no Equador vão para o segundo turno

CARLOS CHIRINOS
da BBC Brasil

O candidato conservador à Presidência do Equador, Álvaro Noboa, surpreendeu ao aparecer como o mais votado no primeiro turno das eleições, deixando o favorito Rafael Correa para trás.

A apuração dos votos, que está sendo feita pela empresa brasileira iVote, indica que Noboa teve 26,7% dos votos, enquanto Correa, 22,4%, com 60% das urnas já processadas.

O resultado indica a realização de um segundo turno no dia 26 de novembro.

León Roldós, candidato social-democrata, ficou em terceiro, com 15,81%, seguido por Gilmar Gutiérrez (irmão do presidente deposto, Lúcio Gutiérrez), com 15,18%, enquanto a social-cristã Cynthia Viteri chegou a 10,94%.

Milhares de simpatizantes da candidatura de Noboa foram para os pátios da empresa do candidato, em Guayaquil, para comemorar.

“Como Estados Unidos ou Cuba”

Em Guayaquil, Noboa demonstrou grande satisfação com o resultado, dizendo que “desta vez não tivemos fraude”.

Correligionários de Noboa insistem que ele teria sido vítima de fraude em 1998, quando Jamil Mahuad o venceu no segundo turno.

“Estão claramente definidas duas posturas diferentes (...) A postura de Rafael Correa, que é uma postura comunista e ditatorial, com a imagem de Cuba, e a minha proposta, a de ser como a Espanha, Chile, Estados Unidos ou Itália, onde há liberdade e democracia”, afirmou Noboa.

Esta é a terceira eleição em que Rafael Noboa, empresário do setor de comércio de bananas, chega ao segundo turno de uma eleição presidencial.

Em suas primeiras reações ao saber dos resultados, Rafael Correa criticou os vínculos que as empresas de pesquisas de opinião pública têm com seus adversários políticos.

Apesar de parecer satisfeito, Correa se referiu aos institutos de opinião como “enganadores” e assegurou que suas próprias pesquisas de boca-de-urna lhe dariam vantagem sobre Noboa.

“A candidatura cidadã venceu a oligarquia”, disse Correa, no começo de sua entrevista coletiva.

O candidato disse aos seus seguidores que “qualquer outro resultado é uma fraude ou irregularidade”, a garantiu que seus adversários tentarão manipular os resultados adequando-os às tendências publicadas na imprensa.

“Aids ou câncer”

O candidato social-democrata Leon Roldós agradeceu os seus eleitores, mas lamentou que os equatorianos tenham de decidir entre duas opções ruins.

Roldós descartou a possibilidade de apoiar qualquer um dos dois candidatos que vão ao segundo turno, dizendo que o voto no segundo turno é um “castigo”.

“Não podemos dizer a ninguém para votar na Aids para que não tenha câncer”, disse Roldós, diante de sua residência em Guayaquil.

Noboa, político de tendência populista e empresário milionário, viu sua candidatura crescer nas últimas semanas.

Correa foi ministro das Finanças do atual governo equatoriano por um breve período e se converteu num “fenômeno eleitoral” depois de sua entrada na campanha política, desbancando o candidato social-democrata Roldós.
 

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