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03/11/2006
-
09h35
Em entrevista a jornais estrangeiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil não quer assumir um papel de liderança no continente latino-americano.
"Eliminamos do nosso dicionário o verbete 'hegemonia'", disse Lula, em entrevista ao italiano La Repubblica, o espanhol El País e o francês Le Figaro.
"O Brasil não quer liderar nada, quer ser sócio de todos os países e trabalhar em harmonia para que o povo possa ver nosso continente crescer".
O espanhol El País destacou que Lula quer uma "relação privilegiada com os Estados Unidos", ainda que a diplomacia brasileira tenha demonstrado afinidades com lideres contrários a Washington no plano internacional, como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales.
"A relação da Venezuela com os Estados Unidos não é a do Brasil. Cada presidente governa em função da cultura política de seus país. Quando se trata de política externa na América do Sul, pensamos igual, mas quando se trata de relações estratégicas, ele (Chávez) pode pensar uma coisa e eu outra", argumentou Lula.
O presidente prosseguiu, afirmando que "Chávez é bom para a Venezuela. É o presidente que nos últimos 30 anos mais se preocupou com os pobres, e o mesmo ocorre com Evo Morales".
Mãos Limpas
O presidente também disse aos jornais europeus que o país precisa de uma "operação Mãos Limpas", em referência ao processo que nos anos 90 debelou um esquema de corrupção que mudou o cenário político italiano.
O presidente falava da necessidade de uma reforma política para eliminar a corrupção.
"Não acredito que a reforma política resolverá tudo. Precisamos do trabalho da Justiça para acabar com a impunidade", disse o presidente, em trecho destacado pelo La Repubblica.
Lula se disse "orgulhoso" do que chamou de "batalha contra a corrupção" em seu governo. De acordo com o presidente, a Polícia Federal realizou 300 operações anti-corrupção entre 2003 e 2006, contra 48 nos oito anos anteriores.
O presidente qualificou de "golpe duríssimo" o envolvimento de membros do PT em denúncias de corrupção, mas afirmou que o dever do governo é ser "intransigente". "Todos os que estão envolvidos em acusações de corrupção devem ser processados, nenhum deles terá proteção do meu governo", declarou.
Ainda assim, Lula defendeu mudanças na legislação para evitar que doações de particulares possam "condicionar a escolha dos parlamentares".
Esquerda moderada
Em editorial, o francês Le Figaro elogia o projeto de integração e a postura "moderada" de Lula. Para os editorialistas, o Brasil está correto ao promover a integração sul-americana, sem ceder à "tentação da hegemonia".
"(O Brasil) sabe que seu tamanho e seus 190 milhões de habitantes fazem dele um interlocutor indispensável tanto para os Estados Unidos quanto para a Europa. Mas outros gigantes emergentes são ainda maiores. Para se medir à Índia ou à China, o Brasil precisa de seus vizinhos."
O diário francês disse que, "de metalúrgico, Lula se igualou aos grandes do mundo". "A voz de Lula pesará ainda mais ao longo dos quatro próximos anos."
'Brasil não quer liderar nada', diz Lula a jornais europeus
da BBC BrasilEm entrevista a jornais estrangeiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil não quer assumir um papel de liderança no continente latino-americano.
"Eliminamos do nosso dicionário o verbete 'hegemonia'", disse Lula, em entrevista ao italiano La Repubblica, o espanhol El País e o francês Le Figaro.
"O Brasil não quer liderar nada, quer ser sócio de todos os países e trabalhar em harmonia para que o povo possa ver nosso continente crescer".
O espanhol El País destacou que Lula quer uma "relação privilegiada com os Estados Unidos", ainda que a diplomacia brasileira tenha demonstrado afinidades com lideres contrários a Washington no plano internacional, como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales.
"A relação da Venezuela com os Estados Unidos não é a do Brasil. Cada presidente governa em função da cultura política de seus país. Quando se trata de política externa na América do Sul, pensamos igual, mas quando se trata de relações estratégicas, ele (Chávez) pode pensar uma coisa e eu outra", argumentou Lula.
O presidente prosseguiu, afirmando que "Chávez é bom para a Venezuela. É o presidente que nos últimos 30 anos mais se preocupou com os pobres, e o mesmo ocorre com Evo Morales".
Mãos Limpas
O presidente também disse aos jornais europeus que o país precisa de uma "operação Mãos Limpas", em referência ao processo que nos anos 90 debelou um esquema de corrupção que mudou o cenário político italiano.
O presidente falava da necessidade de uma reforma política para eliminar a corrupção.
"Não acredito que a reforma política resolverá tudo. Precisamos do trabalho da Justiça para acabar com a impunidade", disse o presidente, em trecho destacado pelo La Repubblica.
Lula se disse "orgulhoso" do que chamou de "batalha contra a corrupção" em seu governo. De acordo com o presidente, a Polícia Federal realizou 300 operações anti-corrupção entre 2003 e 2006, contra 48 nos oito anos anteriores.
O presidente qualificou de "golpe duríssimo" o envolvimento de membros do PT em denúncias de corrupção, mas afirmou que o dever do governo é ser "intransigente". "Todos os que estão envolvidos em acusações de corrupção devem ser processados, nenhum deles terá proteção do meu governo", declarou.
Ainda assim, Lula defendeu mudanças na legislação para evitar que doações de particulares possam "condicionar a escolha dos parlamentares".
Esquerda moderada
Em editorial, o francês Le Figaro elogia o projeto de integração e a postura "moderada" de Lula. Para os editorialistas, o Brasil está correto ao promover a integração sul-americana, sem ceder à "tentação da hegemonia".
"(O Brasil) sabe que seu tamanho e seus 190 milhões de habitantes fazem dele um interlocutor indispensável tanto para os Estados Unidos quanto para a Europa. Mas outros gigantes emergentes são ainda maiores. Para se medir à Índia ou à China, o Brasil precisa de seus vizinhos."
O diário francês disse que, "de metalúrgico, Lula se igualou aos grandes do mundo". "A voz de Lula pesará ainda mais ao longo dos quatro próximos anos."
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