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28/11/2006 - 21h32

Nos EUA, Aécio diz que FHC coordenará renovação do PSDB

BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil, em Washington

O governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, disse nesta terça-feira, na embaixada brasileira em Washington, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso irá comandar o processo de renovação do PSDB.

"Nossa idéia é fazer do presidente Fernando Henrique o coordenador de um amplo processo de renovação do programa do PSDB, que foi construído há mais de 20 anos e precisa ser reciclado", disse Aécio, que viajou à capital americana para fechar acordos com o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O governador afirmou que o projeto das lideranças tucanas prevê que, a partir do ano que vem, o partido realize uma série de seminários coordenados por FHC em "praticamente todos os Estados brasileiros, colhendo sugestões a partir da realidade dessas regiões".

De acordo com Aécio, ele, juntamente com FHC, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o candidato derrotado do partido à presidência, Geraldo Alckmin, vem mantendo discussões sobre o processo que tem o objetivo de "construir um novo PSDB, mais nacional na distribuição de suas forças e mais próximo das pessoas".

Derrota

De acordo com o governador, o insucesso na eleição presidencial torna premente o processo de renovar o PSDB. "Não é concebível que um partido que já tenha trazido tantas contribuições ao país, como a estabilização econômica e a internacionalização da economia, com ganhos reais para todos os níveis da população brasileira, tenha tido um desempenho tão pífio, como o que teve em determinadas regiões do país, como o Nordeste", afirmou.

Segundo Aécio, a derrota "não foi só do candidato Alckmin. Foi uma derrota do partido e nós devemos ter a humildade para reconhecê-lo".

No entender do governador de Minas, a partir desse reconhecimento e dos problemas que forem diagnosticados na série de seminários nacionais administrados por FHC, o PSDB poderá "voltar a se relacionar com setores da vida nacional que estiveram muito próximos a nós, mas que hoje estão distanciados do partido".

Entre esses segmentos, Aécio citou "a academia, movimentos sindicais e setores importantes da classe média". Ele afirmou que a fase atual "é um grande momento para consolidarmos um novo PSDB. Esse será meu trabalho e é a melhor forma de nós ajudarmos nosso país".

Aécio descartou, no entanto, a criação de um novo partido político, mais à esquerda --possibilidade que foi levantada pelo governador eleito de São Paulo, José Serra, em uma entrevista. "Eu vi esse noticiário. Não conversei com meu amigo, o governador Serra, em relação a essa questão especificamente. Mas sinceramente não vejo espaço no Brasil para a construção hoje de um novo partido".

Oposição

Em relação à relação que manterá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio afirmou que "é um governo novo, com esperanças novas. Não vou ficar na contramão".

Lula teria sinalizado que pretende se encontrar em dezembro com Aécio e com José Serra. O governador afirmou que o convite ainda não ocorreu, mas acrescentou: "Venho de uma terra onde se aprende muito cedo que convite do presidente da República se aceita".

Aécio disse que sempre manteve "uma relação cordial, até de amizade, com o presidente Lula". E disse ainda que suas propriedades continuam sendo as mesmas. "Nós estamos na oposição e vamos cobrar temas como metas de crescimento, mas sem virar as costas para o que seja do interesse da população brasileira."

"Não farei oposição do quanto pior melhor, nem oposição como a que o PT fez ao PSDB, quando votou contra o Plano Real e a lei de responsabilidade fiscal. Amanhã, o PSDB quer voltar a governar e não quer um país destroçado."

Cargo no Rio

O governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), também participou da entrevista concedida nesta terça na embaixada.

Assim como seu colega mineiro, o governador eleito também está mantendo encontros com instituições multilaterais de crédito como o BID e o Banco Mundial, com vistas a atrair investimentos e parcerias.

Cabral anunciou ainda que o vice-presidente de administração e finanças do BID, Joaquim Levy, está propenso a aceitar o convite para se tornar o próximo secretário de Fazenda do Rio de Janeiro.
 

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