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01/12/2006
-
16h19
da BBC Brasil, em Caracas
O bairro 23 de janeiro, uma favela urbanizada onde vivem cerca de 100 mil pessoas não muito distante do centro de Caracas, é um dos mais firmes redutos de simpatizantes e militantes do presidente Hugo Chávez. Ali está instalando um posto de saúde com dois médicos cubanos, e não se vê material de campanha que não seja do presidente.
O jornaleiro Edgar Villamizar, 30 anos, conta que sempre votou em Chávez e vai repetir a escolha no próximo domingo. “Acho que o homem fez muito por aqui”, diz ele. Ele cita o trem, o metrô e o programa Bairro Adentro, que levou milhares de médicos cubanos aos bairros mais pobres de Caracas e de outras cidades do país.
“Antes não tinha”, diz. “Tinha que ir ao seguro social, que era sempre difícil, porque precisava de carteirinha, ou então na clínica privada, que não dá para pagar.”
“No comandante”, diz Manoel Olivero quando é perguntado em quem vai votar neste domingo. “Tenho muitas coisas a agradecer a ele”, afirma. Uma das mais importantes, diz, é que depois de adulto teve a oportunidade de voltar a estudar numa das missões criadas pelo presidente.
“Era motorista de táxi, meu táxi foi roubado há quatro anos, passei por um período difícil, mas agora estou me recuperando e vou ser educador”, conta orgulhoso.
“Queremos que este senhor (Chávez) ganhe. Se ele perder, nem imagino”, diz.
Olivero diz que ele, a mulher e a filha de 22 anos todos votam na reeleição de Chávez, mas outros membros da família vão dar seu voto à oposição.
“Isso não importa. O importante é que estejamos unidos e cada um tem liberdade para fazer o que quiser”, diz, com uma compreensão rara num país onde partidários tanto do governo quanto da oposição têm ambos um discurso cada vez mais radicalizado e dividido.
Economia
As acusações de corrupção que pairam sobre o governo Chávez, que tinha o combate a elas como sua bandeira inicial de governo, não afetam Olivero. “Acho que isso é uma coisa mundial, todos os presidentes fazem. Vai melhorar, mas demora”, afirma.
Do novo governo, ele espera uma melhora na economia, com mais trabalho. Apesar da expansão da economia em 9% ao ano nos últimos dois anos, por causa da receita do petróleo, a indústria do país não cresce, e o consumo é alimentado pelas importações.
“Temos riqueza neste país: petróleo, ferro. São coisas que a longo prazo temos que saber como explorar e administrar. Tanto o governo quanto o povo”, diz.
Ele acha que, nos últimos anos, o povo venezuelano avançou muito, com Chávez. “Eles fez uma série de coisas e o povo se deu conta disso, não vai permitir um retrocesso.”
Favela urbanizada é um dos principais redutos de Chávez
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Caracas
O bairro 23 de janeiro, uma favela urbanizada onde vivem cerca de 100 mil pessoas não muito distante do centro de Caracas, é um dos mais firmes redutos de simpatizantes e militantes do presidente Hugo Chávez. Ali está instalando um posto de saúde com dois médicos cubanos, e não se vê material de campanha que não seja do presidente.
O jornaleiro Edgar Villamizar, 30 anos, conta que sempre votou em Chávez e vai repetir a escolha no próximo domingo. “Acho que o homem fez muito por aqui”, diz ele. Ele cita o trem, o metrô e o programa Bairro Adentro, que levou milhares de médicos cubanos aos bairros mais pobres de Caracas e de outras cidades do país.
“Antes não tinha”, diz. “Tinha que ir ao seguro social, que era sempre difícil, porque precisava de carteirinha, ou então na clínica privada, que não dá para pagar.”
“No comandante”, diz Manoel Olivero quando é perguntado em quem vai votar neste domingo. “Tenho muitas coisas a agradecer a ele”, afirma. Uma das mais importantes, diz, é que depois de adulto teve a oportunidade de voltar a estudar numa das missões criadas pelo presidente.
“Era motorista de táxi, meu táxi foi roubado há quatro anos, passei por um período difícil, mas agora estou me recuperando e vou ser educador”, conta orgulhoso.
“Queremos que este senhor (Chávez) ganhe. Se ele perder, nem imagino”, diz.
Olivero diz que ele, a mulher e a filha de 22 anos todos votam na reeleição de Chávez, mas outros membros da família vão dar seu voto à oposição.
“Isso não importa. O importante é que estejamos unidos e cada um tem liberdade para fazer o que quiser”, diz, com uma compreensão rara num país onde partidários tanto do governo quanto da oposição têm ambos um discurso cada vez mais radicalizado e dividido.
Economia
As acusações de corrupção que pairam sobre o governo Chávez, que tinha o combate a elas como sua bandeira inicial de governo, não afetam Olivero. “Acho que isso é uma coisa mundial, todos os presidentes fazem. Vai melhorar, mas demora”, afirma.
Do novo governo, ele espera uma melhora na economia, com mais trabalho. Apesar da expansão da economia em 9% ao ano nos últimos dois anos, por causa da receita do petróleo, a indústria do país não cresce, e o consumo é alimentado pelas importações.
“Temos riqueza neste país: petróleo, ferro. São coisas que a longo prazo temos que saber como explorar e administrar. Tanto o governo quanto o povo”, diz.
Ele acha que, nos últimos anos, o povo venezuelano avançou muito, com Chávez. “Eles fez uma série de coisas e o povo se deu conta disso, não vai permitir um retrocesso.”
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