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03/12/2006 - 21h17

Eleição na Venezuela tem participação superior a 70%

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Caracas

A eleição presidencial deste domingo na Venezuela teve a participação maciça dos eleitores, de acordo com as autoridades eleitorais do país. A estimativa é de uma participação superior a 70%.

O índice é bem superior às eleições anteriores, quando a abstenção variava entre 35% e 40%, mas o número exato só será conhecido depois do fechamento total das eleições em todo o país. O resultado da votação deve ser conhecido nas próximas horas.

O pleito dividiu o país entre os que apóiam a reeleição do presidente Hugo Chávez e a oposição, cujo principal candidato é o governador do Estado Zulia, Manuel Rosales.

O horário oficial de encerramento da votação era 16 horas (18h de Brasília), mas muitas seções permaneceram abertas bem depois deste horário, para atender aos eleitores que ainda estavam na fila.

Houve também reclamações tanto de pessoas que chegaram depois do horário e não conseguiram entrar nos postos de votação como denúncias por parte da oposição de que os militares estavam impedindo o fechamento de algumas seções onde já não não havia mais eleitores esperando.

Apuração

Às 17h08, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, informou que pelo menos mil mesas eleitorais, de um total de 33 mil, já haviam iniciado a transmissão dos dados para a central de apuração.

Lucena acrescentou, no entanto, que a divulgação do primeiro boletim parcial de apuração depende do fechamento de todas as mesas em todo o país.

O ambiente permaneceu tenso no fim do dia, com muita especulação sobre o resultado das pesquisas de boca-de-urna, que não podem ser divulgadas antes do primeiro boletim oficial de apuração. Apesar disso, os números circularam no boca-a-boca entre os envolvidos nas duas campanhas.

A presidente do CNE disse que a eleição transcorreu normalmente, sem maiores incidentes e que os problemas informados foram rapidamente solucionados durante o dia.

"Queremos chamar a todos para que continuem o comportamento cívico e alegre que houve durante todo o dia", afirmou.

O general Wilfredo Silva, chefe do Comando Unificado das Forças Armadas (Cufan) e coordenador do esquema de segurança das eleições, disse que "o processo foi um êxito".

Longas filas

O dia começou com longas filas, que em muitos locais já se formaram a partir das 4 horas da manhã. A maioria das seções eleitorais não abriu às 6 horas, como previsto.

De acordo com o CNE, o número de seções funcionando só chegou a 100% por volta de 10 horas.

As filas foram diminuindo ao longo do dia e, no início da tarde, a maior parte das zonais eleitorais de Caracas já tinha uma espera pequena.

A dona-de-casa Maria Luiz Lopes se surpreendeu quando foi votar em uma escola no bairro de San Ignacio, por volta das 14 horas, e entrou e saiu em poucos minutos.

"Não esperava que fosse tão rápido. Estava preparada para ficar aqui esperando", disse à BBC Brasil.

Já Miguel Mijares, que chegou às 8 horas em um posto de votação no centro da capital, passou mais de três horas na fila.

"A quantidade de pessoas é muito grande, mas o fluxo está indo bem", afirmou. Ele disse que na última eleição, no ano passado, não conseguiu votar porque, apesar de passar o dia inteiro na fila, não conseguiu chegar até a mesa.

Exterior

Mais de 57 mil venezuelanos votaram nos colégios eleitorais no exterior. De acordo com o CNE, havia 57.667 eleitores registrados para votar fora do país.

O maior colégio eleitoral fora da Venezuela está nos Estados Unidos, com 25.905 eleitores. Em seguida estão Espanha, com 8.850 eleitores, Colômbia, com 3.573, e Cuba, com 3.506. No Brasil, estão 545 eleitores.

Apesar da proibição de campanha e de material de propaganda eleitoral desde a manhã de sexta-feira, várias zonas eleitorais de Caracas e até prédios públicos apresentavam material relacionado à campanha de Hugo Chávez.

Alguns tinham grupos de pessoas vestidos de vermelho e com roupas com slogans da campanha governista.

Em uma zona eleitoral de Petare, um bairro popular do leste de Caracas, alguns eleitores de Chávez que se identificaram como policiais tentaram coibir o trabalho da reportagem da BBC Brasil, que fotografava uma tenda de propaganda de Chávez em frente à entrada da seção eleitoral.
 

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