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12/12/2006 - 00h04

Lula diz que Brasil não pode trocar democracia por investimentos

DANIEL GALLAS
da BBC Brasil, em São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que o Brasil “não pode e nem deve oferecer” o que outros países concedem na busca por investimentos estrangeiros, ao comentar a competição com a China e com a Índia. Segundo Lula, o Brasil precisa competir no mercado internacional com uma democracia forte.

“Hoje qual é o nosso desafio? Disputar os dólares que existem no mercado internacional aos montes. Só que hoje a nossa disputa não é mais com o México ou com a Argentina (como nos anos 70). Hoje a nossa disputa é com a China e com a Índia”, disse o presidente.

“Mas não podemos e nem devemos oferecer o que esses países oferecem. Temos que fortalecer a nossa democracia, ter sindicatos fortes, uma Justiça forte, uma imprensa livre e um Congresso forte.”

O presidente falou a empresários e políticos em São Paulo ao receber o prêmio de “Brasileiro do Ano”, concedido pela Editora Três, que publica a revista IstoÉ.

Delfim Netto

O presidente arrancou risos da platéia ao comentar que está hoje um pouco mais distante da esquerda tradicional.

“A espécie humana evolui. Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, que é mais de esquerda vai ficando social-democrata. Passei 20 anos criticando o (deputado federal Antonio) Delfim Netto e agora sou amigo dele e ele é meu amigo”, disse Lula.

“Se você conhece uma pessoa idosa que é muito de esquerda, pode ter certeza de que ela está com problemas. Assim como se você conhece uma pessoa jovem que é de direita, ela também tem problemas.”

Sobre a economia, Lula disse que o país não pode crescer com inflação, e citou como exemplo o período do milagre econômico, de 1967 a 1973, em que o Brasil cresceu em ritmo acelerado.

“Nos anos 70, crescemos mais de 10% em alguns anos, mas com inflação de 15% e 20%”, disse Lula. “E eu conheço esse país. Se deixarmos a inflação voltar aos dois dígitos, logo ela vai bater nos três dígitos. Hoje temos como crescer com taxa de 5%, 6%, 7%, mas com inflação baixa.”

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, que recebeu o prêmio de “Brasileiro do Ano na Justiça” no mesmo evento, confirmou a jornalistas que Lula deve ser diplomado no dia 14, mesmo que as contas da campanha do presidente sejam rejeitadas.

Um parecer do TSE emitido na semana passada recomendou que as contas do PT e de Lula sejam rejeitadas devido a irregularidades em repasses de verbas.
 

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