Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/07/2009 - 14h42

Reino Unido propõe papel político para o Taleban no Afeganistão

da BBC

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Miliband, propôs, nesta segunda-feira, uma mudança na estratégia de estabilização política do Afeganistão e pediu que o governo do país negocie com membros moderados do grupo islâmico Taleban. Em um discurso na sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas, Miliband afirmou que, além da ofensiva militar, uma solução política é fundamental para a estabilização do Afeganistão.

Segundo o chanceler britânico, esta solução inclui dar a oportunidade para que alguns insurgentes moderados que atualmente lutam contra as tropas da coalizão e do governo afegão possam ser reintegrados à sociedade, exercendo, inclusive, cargos na política.

Arte/Folha Online

"Isto significa, a longo prazo, um ajuste político inclusivo no Afeganistão, separando aqueles que querem que a lei islâmica seja aplicada em nível local daqueles comprometidos com a violenta jihad global, e dando a eles [moderados] um papel suficiente na política local de modo que eles possam abandonar o caminho de confronto com o governo", disse.

Miliband ainda afirmou que é necessário fazer uma distinção entre os "ideólogos linha-dura" e "terroristas jihadistas" dentro do Taleban e outros grupos, "que devem ser combatidos e derrotados", daqueles que podem ser "atraídos para o processo político".

Para o chanceler, caso estes moderados abandonem a violência, a oportunidade de participar do processo político deve ser dada a eles. "Estes afegãos devem ter a oportunidade de escolher um caminho diferente", afirmou.

Os oposicionistas do Partido Conservador da Reino Unido, no entanto, afirmam que não há nada de novo na proposta de Miliband, já que negociações entre o governo de Cabul e o Taleban acontecem há anos.

Também nesta segunda-feira, o comandante das tropas britânicas no Afeganistão, o general de brigada Tim Radford, afirmou que a primeira fase da operação Garra de Pantera, que acaba de ser finalizada, foi um "sucesso". A operação, que tem como objetivo aumentar a segurança na Província de Helmand antes das eleições de agosto, resultou na morte de nove britânicos. Outros 11 morreram em operações separadas durante o mês de julho.

Apesar das mortes, Radford reiterou que a operação foi bem sucedida. "Estou absolutamente certo de que a operação foi um sucesso. Nós conseguimos atingir de maneira significativa o Taleban nesta região, tanto em termos de sua capacidade [militar] quanto em termos morais".
Acordo

A pouco menos de um mês das eleições presidenciais de 20 de agosto, o governo afegão anunciou, nesta segunda-feira, ter feito um acordo temporário de cessar-fogo com insurgentes do Taleban na Província de Badghis, no noroeste do país.

De acordo com o governo, os insurgentes teriam se comprometido em não atacar postos eleitorais na Província e permitir o trabalho de tropas do governo. Pouco após o anúncio, no entanto, um porta-voz do Taleban desmentiu esta informação, afirmando que nenhum acordo pode ser alcançado e uma única Província, enquanto confrontos ocorrem no restante do país.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
avalie fechar
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
avalie fechar
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (335)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página