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05/04/2007 - 09h35

Dez anos após crise, Ásia é exemplo de prosperidade, diz Bird

MARINA WENTZEL
da BBC Brasil, em Hong Kong

Um estudo do Banco Mundial divulgado nesta quinta-feira reconhece o sucesso econômico do Sudeste Asiático, dez anos após a crise financeira de 1997, e conclui que a região está mais próspera do que antes da turbulência.

Liderados pela China, os países emergentes da região têm hoje uma produção agregada anual de US$ 5 trilhões, o dobro do que às vésperas da crise de dez anos atrás.

No ano passado, eles registraram um crescimento médio de 8,1%.
Segundo o relatório, Hong Kong, Cingapura, Taiwan e Coréia do Sul já conseguiram ascender ao "clube dos países ricos" e agora servem de exemplo a outros emergentes da região.

O economista-chefe da representação do Banco Mundial em Pequim, Bert Hofman, elogia a performance dos quatro "Tigres Asiáticos" e aponta a Indonésia, a Tailândia, a Malásia e o Vietnã como exemplos de países de renda média que devem prosperar em breve se fizerem "seu dever de casa".

Pobreza e ascenção

O Banco Mundial estima que a renda per capita em termos reais aumentou em 75% nesta década, e a parcela da população que vive com menos de dois dólares por dia caiu em 21%.

Somente nos últimos cinco anos, 228 milhões de pessoas saíram da pobreza --mais que toda a população do Brasil.

O relatório prevê que neste ano as economias emergentes da região vão crescer, em média, 7,3%. "Parte do desafio está em prover um ambiente bom para investimentos estrangeiros e ser globalmente competitivo" explica Hofman.

Segundo o economista, administrar a desigualdade social, manter alto crescimento econômico e extinguir a volatilidade no mercado de capitais devem ser prioridades.

Reformas

O relatório elogia as medidas pragmáticas adotadas pelos "Tigres" no pós-1997 e conclui que o acúmulo de reservas, o fortalecimento do sistema financeiro e a promoção de reformas macroeconômicas foram os ingredientes fundamentais desta receita do sucesso.

Para que os novos emergentes possam atingir a ambiciosa meta de se tornarem ricos, o estudo sugere a manutenção das mesmas políticas pragmáticas nas áreas fiscal e monetária, bem como uma regulamentação ainda maior do mercado de capitais e o aumento do investimento em infra-estrutura.

O documento aconselha também um maior combate à corrupção, a adoção de novas leis de imigração interna, a criação de sistemas de proteção social e a promoção de educação básica.

Influência chinesa

A China desempenhou um papel de destaque nesta década, reconhece o estudo.
"Por não ter um câmbio livre, o yuan não foi atacado em 1997," explica o professor Hugh Thomas, especialista em finanças da Universidade Chinesa de Hong Kong. "Com isso o país se recuperou mais rapidamente ajudando a região toda a se reerguer."

O Banco Mundial avalia que a relação da China com os vizinhos nestes dez anos resultou em uma nova ordem de trabalho, na qual componentes manufaturados em toda a Ásia convergem para o país, onde são finalizados e exportados.

"A relação da China com a região é uma faca de dois gumes. Por um lado, o crescimento dela foi benéfico para os outros países, mas ela também emergiu como um competidor muito mais forte", avalia Peter Morgan, economista-chefe do banco HSBC para a Ásia.

Morgan acredita que a presença da China não é unicamente benéfica, pois ela ofusca os vizinhos atraindo mais investimentos externos.

"Há um enorme deslocamento de capital direcionado para a China e certamente ela foi a maior beneficiada na última década" conclui.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre os Tigres Asiáticos
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