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11/04/2007 - 08h00

Jornais estrangeiros repercutem a violência no Rio

da BBC

O pedido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, pelo envio das Forças Armadas para combater a criminalidade no Estado foi destacado por reportagem do diário argentino "La Nación" nesta quarta-feira.

O jornal informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "disse que atenderá ao pedido por tropas do governador do Estado", mas observa que "a possibilidade de ver militares nas ruas provoca inquietação em muitos setores, que consideram que não é o método mais apropriado para combater a delinqüência".

A reportagem comenta que "a 'cidade maravilhosa' tem sido um cenário convulsionado no qual se viram recentemente pessoas carbonizadas em ônibus e um menino de seis anos arrastado até a morte em um carro roubado".

O assunto também é tema de reportagem do espanhol "El País", que comenta que "o governador, que já havia pedido a ajuda da Força Nacional para atuar especialmente nas favelas, se deu conta de que, apesar da boa vontade expressa durante a campanha eleitoral e suas promessas de acabar com a criminalidade organizada na cidade, a tarefa se apresenta muito mais difícil do que parecia".

O jornal avalia que Lula está "entre a cruz e a espada", por sua amizade com Cabral e também com o ministro da Justiça, Tarso Genro, que se declarou contrário à presença do Exército nas ruas do Rio.

Para a reportagem, Lula "é consciente de que a opinião pública, cansada de tanta violência, está a favor da presença do Exército" e que por isso "anunciou que vai estudar o assunto para 'ajudar o amigo Cabral'".

Torturado antes de nascer

Outro diário espanhol, "El Mundo", traz reportagem relatando o caso de João Carlos Grabois, que em fevereiro obteve da Justiça brasileira uma indenização de R$ 39 mil por conta das torturas sofridas por sua mãe em 1972, quando estava grávida dele.

"Torturado antes de nascer -- O Estado brasileiro de São Paulo indeniza com quase 15 mil euros o filho de uma ex-guerrilheira que há 35 anos foi torturada durante sua gravidez", diz a chamada da reportagem.

"Criméia Grabois tinha 25 anos quando foi presa por agentes do CODI, a temida polícia política da ditadura militar brasileira. Apesar da gravidez avançada, não tiveram piedade com ela", relata o jornal.

"Ela foi encarcerada, interrogada e torturada durante meses. Os métodos foram os habituais naquela época de ditaduras no Cone Sul: eletrodos nos genitais e no ânus, barras de ferro, luxações e ameaças. E apesar de seu horror, seu filho nasceu, nas dependências do Exército, com vida", diz o texto.

Segundo relato de Criméia ao jornal, o filho foi levado pelos torturadores logo após o nascimento e recebia tranqüilizantes para parar de chorar, o que provocava diarréias e vômitos e que o levou a perder um quilo e ficar desnutrido no primeiro mês de vida.

Em outro texto que acompanha a reportagem, o jornal observa que a ditadura brasileira ficou marcada pela impunidade e que ninguém nunca foi julgado pelos crimes cometidos pelas forças de segurança no período.

"As vítimas, em sua maioria pertencentes a grupos de esquerda, esperavam que, com a chegada de Lula ao poder fosse feita justiça. Vários membros de seu governo participaram de ações de guerrilha e foram torturados. Mas os julgamentos aos torturadores ainda não aconteceram", observa o jornal.

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