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25/04/2007 - 07h22

Lula tenta aumentar influência brasileira no Chile e Argentina

da MÁRCIA CARMO
da BBC, em Buenos Aires

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta quarta-feira ao Chile e parte para a Argentina, na quinta-feira, com objetivo de aumentar a influência e peso brasileiros nestes dois parceiros do Brasil no Mercosul ampliado.

Lula permanecerá menos de 24 horas na capital chilena, Santiago, e menos tempo ainda na capital argentina, Buenos Aires, de onde retorna sexta-feira para o Brasil.

Em Santiago, Lula assinará cinco acordos --o mais esperado na área de biocombustíveis-- e uma declaração conjunta com a presidente Michelle Bachelet.

Na capital argentina, nada de assinaturas de documentos, segundo diplomatas dos dois países, reforçando a tese, como afirmou o analista argentino Rosendo Fraga, de que com esta viagem, Lula pretende "conter a influência regional do presidente venezuelano Hugo Chávez e sem ter que confrontar com ele".

Para Fraga, talvez o presidente brasileiro esteja tentando "reativar" a aliança que ficou conhecida como "ABC" (Argentina, Brasil e Chile, quando os três aceleraram a integração no século 21).

A viagem de Lula ocorre poucos dias depois da reunião da Cúpula Sul-Americana de Energia na Venezuela e ainda após dois encontros sucessivos de Lula com o colega dos Estados Unidos, George W. Bush, e a viagem paralela de Chávez pelos países por onde o líder americano não passou, entre eles, a Argentina.

Integração

Na opinião de interlocutores do governo brasileiro, Lula desembarca no Chile e na Argentina com uma "agenda positiva", que pode "facilitar e acelerar a integração".

É um raro momento em que a Argentina não está criticando o Brasil pela "invasão" de produtos brasileiros, por exemplo.

"Com esta viagem, o presidente confirma a prioridade do Brasil pelo Mercosul e manda um recado, principalmente, aos Estados Unidos sobre a importância desta integração", interpreta Roberto Bacman, do Centro de Estudos de Opinião Pública.

Ao mesmo tempo, destaca Bacman, Chile e Argentina estão voltados para questões internas.

A Argentina vive dias de campanha pré-eleitoral, para o pleito presidencial de outubro.

No Chile, a presidente Bachelet vive um dos momentos mais difíceis desde sua posse, há pouco mais de um ano. Popularidade em queda, problemas num sistema de transporte de Santiago e ainda os reflexos de um terremoto que deixou mortos e feridos, numa região afastada do país.

No governo chileno, a presença do presidente Lula é vista com simpatia e pode chegar a "aliviar", mesmo que por poucas horas, como disse um assessor oficial, esta "onda de críticas" à Bachelet.

Em Santiago, além de acordo de cooperação na área de biocombustíveis --os chilenos estão decididos a aprender com o Brasil e investir neste setor--, Lula e Bachelet assinarão acordos na área de turismo e de ciência e tecnologia.

Os dois presidentes vão se reunir com empresários brasileiros e chilenos e discursar no Fórum Econômico Mundial sobre América Latina.

O presidente Lula estará acompanhado por cinco ministros, entre eles, Celso Amorim, das Relações Exteriores, e Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Energia e Banco do Sul

Na Argentina, a visita é interpretada, principalmente, como "gesto político" do presidente Lula. Mas a questão energética e o Banco do Sul devem estar na conversa com o presidente argentino Néstor Kirchner.

"Tudo que seja para intensificar a integração, mas sem perder de vista o que o Brasil espera do Banco do Sul, por exemplo", disse um interlocutor brasileiro, de Brasília.

A Argentina, como o Brasil, importa gás da Bolívia e, na semana passada, também foi afetada com a redução do envio do produto.

Lula e Kirchner reúnem-se num momento em que assessores do presidente boliviano Evo Morales informam que ele deverá fazer "fortes anúncios", na área energética, no próximo dia primeiro de maio. E por isso mesmo, a previsão é de que a energia será tema do encontro.

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