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12/05/2007
-
10h49
Uma matéria publicada neste sábado no jornal italiano "La Repubblica" avalia que o papa Bento 16 demonstrou "extraordinário pessimismo" ao se reunir com bispos brasileiros em São Paulo.
Em um discurso de "tintas escuras", na definição do jornal, o papa "pintou o mundo mau que agride a fé e atenta contra o celibato sacerdotal".
"Uma sombria tormenta balança a Igreja. Terríveis leis atacam a santidade da família, e as uniões civis a desintegram. Os jornais e a TV fazem graça do casamento e da virgindade", seria o cenário desenhado por Bento 16, no entender do "La Repubblica".
"A culpa é da sociedade moderna e seus quatro cavaleiros do apocalipse: o agnosticismo, o relativismo, o laicismo e o consumismo, destruidores dos valores morais e da tradição bíblica. E há um quinto: os meios de comunicação em massa."
Segundo o jornal, "o papa falou ao episcopado brasileiro, mas o seu discurso vai mais além. Vale para a América Latina, a Europa, a Itália, onde a hierarquia eclesiástica se empenha em evitar a aprovação de uma lei que trate de casais de fato".
"Puxão de orelha"
Outros jornais da imprensa internacional notaram a dureza do discurso do papa. O espanhol "El País" disse que o pontífice deu "um verdadeiro puxão de orelhas" nos bispos brasileiros que o escutaram em São Paulo.
"Joseph Ratzinger foi direto e ordenou aos mais de 300 prelados que formam a Conferência Episcopal Brasileira que defendam a família, deixem questões ideológicas de lado e contenham o avanço das seitas evangélicas que disputam espaço nos grandes focos de pobreza que existem no Brasil", diz a matéria.
O também espanhol "El Mundo" destacou que o "furioso discurso" de Bento 16 instou a Igreja brasileira "a se voltar para a ajuda (não apenas espiritual, mas também material) aos pobres, e para a promoção de uma sociedade mais equilibrada em termos de distribuição de riqueza".
Mas o "Diário de León", da Província central espanhola, avaliou que o papa terá dificuldades em ser obedecido "no país mais sensual da América".
"A julgar pelos discursos oficiais e pesquisas de opinião sobre a sexualidade, o sermão papal pode ter caído em um saco furado", disse o jornal, que descreve o Brasil como um país "onde a sexualidade está presente 24 horas por dia".
Disputa
O americano "Washington Post" também sublinhou o desafio do papa, que tenta reduzir "o maior abismo entre a hierarquia da Igreja e um país com reputação de tolerância (sexual)".
O jornal afirma, entretanto, que tal reputação "tem pouco a ver" com a perda de fiéis por parte do catolicismo.
"Uma onda crescente de pentecostalismo evangélico é fortemente responsável (pela perda de fiéis católicos), e os membros destas Igrejas são normalmente mais conservadores em questões sexuais que os Católicos", observa o "Post".
É no contexto da disputa por fiéis que o "The New York Times" enxerga a canonização do Frei Galvão.
"Os grupos pentecostais que têm crescido com força desaprovam o foco nos santos, que percebem como uma idolatria proibida pela Bíblia", disse o jornal.
Nesse sentido, a canonização de Frei Galvão teria sido "uma maneira de marcar um tradicional território católico e diferenciar a igreja de suas rivais".
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Jornais do mundo vêem firmeza e pessimismo em discurso do papa
da BBCUma matéria publicada neste sábado no jornal italiano "La Repubblica" avalia que o papa Bento 16 demonstrou "extraordinário pessimismo" ao se reunir com bispos brasileiros em São Paulo.
Em um discurso de "tintas escuras", na definição do jornal, o papa "pintou o mundo mau que agride a fé e atenta contra o celibato sacerdotal".
"Uma sombria tormenta balança a Igreja. Terríveis leis atacam a santidade da família, e as uniões civis a desintegram. Os jornais e a TV fazem graça do casamento e da virgindade", seria o cenário desenhado por Bento 16, no entender do "La Repubblica".
"A culpa é da sociedade moderna e seus quatro cavaleiros do apocalipse: o agnosticismo, o relativismo, o laicismo e o consumismo, destruidores dos valores morais e da tradição bíblica. E há um quinto: os meios de comunicação em massa."
Segundo o jornal, "o papa falou ao episcopado brasileiro, mas o seu discurso vai mais além. Vale para a América Latina, a Europa, a Itália, onde a hierarquia eclesiástica se empenha em evitar a aprovação de uma lei que trate de casais de fato".
"Puxão de orelha"
Outros jornais da imprensa internacional notaram a dureza do discurso do papa. O espanhol "El País" disse que o pontífice deu "um verdadeiro puxão de orelhas" nos bispos brasileiros que o escutaram em São Paulo.
"Joseph Ratzinger foi direto e ordenou aos mais de 300 prelados que formam a Conferência Episcopal Brasileira que defendam a família, deixem questões ideológicas de lado e contenham o avanço das seitas evangélicas que disputam espaço nos grandes focos de pobreza que existem no Brasil", diz a matéria.
O também espanhol "El Mundo" destacou que o "furioso discurso" de Bento 16 instou a Igreja brasileira "a se voltar para a ajuda (não apenas espiritual, mas também material) aos pobres, e para a promoção de uma sociedade mais equilibrada em termos de distribuição de riqueza".
Mas o "Diário de León", da Província central espanhola, avaliou que o papa terá dificuldades em ser obedecido "no país mais sensual da América".
"A julgar pelos discursos oficiais e pesquisas de opinião sobre a sexualidade, o sermão papal pode ter caído em um saco furado", disse o jornal, que descreve o Brasil como um país "onde a sexualidade está presente 24 horas por dia".
Disputa
O americano "Washington Post" também sublinhou o desafio do papa, que tenta reduzir "o maior abismo entre a hierarquia da Igreja e um país com reputação de tolerância (sexual)".
O jornal afirma, entretanto, que tal reputação "tem pouco a ver" com a perda de fiéis por parte do catolicismo.
"Uma onda crescente de pentecostalismo evangélico é fortemente responsável (pela perda de fiéis católicos), e os membros destas Igrejas são normalmente mais conservadores em questões sexuais que os Católicos", observa o "Post".
É no contexto da disputa por fiéis que o "The New York Times" enxerga a canonização do Frei Galvão.
"Os grupos pentecostais que têm crescido com força desaprovam o foco nos santos, que percebem como uma idolatria proibida pela Bíblia", disse o jornal.
Nesse sentido, a canonização de Frei Galvão teria sido "uma maneira de marcar um tradicional território católico e diferenciar a igreja de suas rivais".
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