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14/05/2007
-
17h06
A ministra para os Povos Indígenas da Venezuela, Nizia Maldonado, criticou nesta segunda-feira a declaração que o papa Bento 16 fez, durante a visita ao Brasil, sobre a catequização dos povos indígenas da América Latina.
Bento 16 afirmou, no domingo, que a evangelização não foi imposta aos índios pelos conquistadores e não alienou os povos indígenas da região.
"O anúncio de Jesus e de seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estrangeira", disse o papa, em Aparecida (SP).
"A invasão imperial trouxe o maior genocídio da América Latina. Gostaria que um sacerdote saísse e dissesse que se envergonha ao ouvir que dizem que os povos indígenas estavam esperando a evangelização", rebateu a ministra, em entrevista a uma emissora estatal venezuela.
Nizia Maldonado, que pertence a uma etnia da região amazônica, também questionou o fato de o Vaticano "não se pronunciar sobre o genocídio dos povos indígenas americanos".
A ministra disse ainda que o objetivo de impor uma religião estrangeira como o cristianismo à cultura de povos indígenas não acabou e que a prova são "os missionários que seguem atuando nas regiões de fronteira".
Ataque
Durante a visita ao Brasil, o papa Bento 16 disse ainda que existem "motivos de preocupação" quanto à democracia na América Latina devido a "formas de governo autoritárias ou sujeitas a ideologias que se acreditava superadas".
Em entrevista a uma agência de notícias venezuelana, o monsenhor Nelson Torrealba, membro do Conselho Eclesiástico da embaixada da Venezuela no Vaticano, negou que a observação do pontífice tenha sido um ataque ao governo de Hugo Chávez.
"As declarações do papa Bento 16 com respeito à existência de critérios autoritários em governos da América Latina não devem ser tomadas como um ataque contra a Venezuela ou seu governo constitucionalmente constituído", disse Torrealba.
"Em nenhum momento, o papa fez uma alusão direta à Venezuela", acrescentou. "Pensar que foi isso seria seguir o jogo de setores interessados em colocar em conflito o governo venezuelano e a autoridade eclesiástica."
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Venezuela critica discurso do papa sobre catequese de índios
da BBCA ministra para os Povos Indígenas da Venezuela, Nizia Maldonado, criticou nesta segunda-feira a declaração que o papa Bento 16 fez, durante a visita ao Brasil, sobre a catequização dos povos indígenas da América Latina.
Bento 16 afirmou, no domingo, que a evangelização não foi imposta aos índios pelos conquistadores e não alienou os povos indígenas da região.
"O anúncio de Jesus e de seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estrangeira", disse o papa, em Aparecida (SP).
"A invasão imperial trouxe o maior genocídio da América Latina. Gostaria que um sacerdote saísse e dissesse que se envergonha ao ouvir que dizem que os povos indígenas estavam esperando a evangelização", rebateu a ministra, em entrevista a uma emissora estatal venezuela.
Nizia Maldonado, que pertence a uma etnia da região amazônica, também questionou o fato de o Vaticano "não se pronunciar sobre o genocídio dos povos indígenas americanos".
A ministra disse ainda que o objetivo de impor uma religião estrangeira como o cristianismo à cultura de povos indígenas não acabou e que a prova são "os missionários que seguem atuando nas regiões de fronteira".
Ataque
Durante a visita ao Brasil, o papa Bento 16 disse ainda que existem "motivos de preocupação" quanto à democracia na América Latina devido a "formas de governo autoritárias ou sujeitas a ideologias que se acreditava superadas".
Em entrevista a uma agência de notícias venezuelana, o monsenhor Nelson Torrealba, membro do Conselho Eclesiástico da embaixada da Venezuela no Vaticano, negou que a observação do pontífice tenha sido um ataque ao governo de Hugo Chávez.
"As declarações do papa Bento 16 com respeito à existência de critérios autoritários em governos da América Latina não devem ser tomadas como um ataque contra a Venezuela ou seu governo constitucionalmente constituído", disse Torrealba.
"Em nenhum momento, o papa fez uma alusão direta à Venezuela", acrescentou. "Pensar que foi isso seria seguir o jogo de setores interessados em colocar em conflito o governo venezuelano e a autoridade eclesiástica."
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