Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/11/2009 - 08h44

Para "El País", visita de líder iraniano pode tirar prestígio de Lula

da BBC Brasil

Um editorial do jornal espanhol "El País" nesta terça-feira diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de "perder parte do prestígio internacional que colheu", ao receber o colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

"Ahmadinejad pretende buscar fora [de seu país] a legitimidade que dentro continua sendo contestada. Mas a visita ao Brasil também está relacionada às sanções que a comunidade internacional imporá a Teerã após o bloqueio das negociações sobre seu programa atômico", diz o jornal.

O artigo parte do princípio de que a visita de Ahmadinejad a Brasília amplia "o cenário internacional onde se dá a disputa sobre o programa nuclear iraniano".

Para o diário espanhol, ainda que o Irã tenha relações com a Venezuela, a Bolívia, o Equador e a Nicarágua, e seja ainda um observador na Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) --o bloco de países criado e incentivado pelo presidente venezuelano Hugo Chávez--, "nada disso tem o profundo significado da nova escada latino-americana de Ahmadinejad".

"O Brasil decidiu ocupar o novo papel que lhe corresponde, e isso passa por desenvolver uma política própria para as questões mais contenciosas, em particular, as do Oriente Médio e do programa nuclear iraniano."

"É uma aposta arriscada para o presidente Lula que, antes de Ahmadinejad, recebeu o presidente israelense Shimon Peres e o da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, forçado pelo dominó de equilíbrios que deve respeitar após mover a primeira peça."

Na opinião do "El País", "a visita de Ahmadinejad ao Brasil não admitiria outro desenlace senão o que um jogo que termina em zero a zero".

"Ou Lula fica em evidência por debilitar em troca de nada a frente internacional contra o programa nuclear iraniano, ou o Irã tem de fazer ante Lula concessões que até agora tentou evitar por todos os meios."

"Talvez um meio caminho, como ganhar tempo antes das sanções [internacionais], fosse aceitável para Ahmadinejad. Lula, por outro lado, perderia uma parte do prestígio internacional que colheu merecidamente."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página