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05/12/2009 - 08h16

Oposição chega enfraquecida às eleições na Bolívia

MARCIA CARMO
enviada especial da BBC Brasil a La Paz (Bolívia)

Os candidatos da oposição boliviana chegam ao primeiro turno das eleições deste domingo com poucas chances de vitória, segundo pesquisas de opinião.

Os principais opositores ao governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, são da região chamada de "Meia Lua", no leste do país, e criticados por não terem discurso nacional que atraia, sobretudo, as camadas mais pobres da população, reunidas no Altiplano boliviano.

A "Meia Lua" concentra os departamentos (Estados) de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando. Os dois principais candidatos opositores, Manfred Reyes Villa, do Plano Progresso para Bolívia (PPB-CN), e Samuel Medina, da Unidade Nacional (UN), encerraram suas campanhas em Santa Cruz, produtora de gás e petróleo e bastião da oposição ao governo central.

Reyes Villa

Ex-prefeito e ex-governador de Cochabamba, no centro do país, Manfred Reyes Villa, que foi militar, é o principal opositor de Evo neste pleito. Segundo as pesquisas de opinião, como a do instituto Equipos Mori, ele teria cerca de 20% das intenções de voto e Morales pouco mais de 50%.

Na reta final da campanha, o presidente disse que Manfred Reyes seria "preso" depois da eleição por supostos atos de corrupção. Ministros da equipe de Morales disseram que o opositor teria comprado passagens para escapar do país. "Isso não é verdade. Quero ser presidente da Bolívia e não fugir do meu país", afirmou.

Nesta sexta-feira, o ministro de Governo, Alfredo Rada, divulgou uma gravação na qual o opositor ofereceria US$ 150 mil a uma pessoa, cuja identidade não foi revelada, para conseguir votos domingo. Reyes Villa defende maior "segurança jurídica" para as empresas e um país mais "produtivo".

"Com nosso governo e não com o governo do MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Evo, teremos um país mais prospero", disse.

Samuel Medina

A bandeira da campanha do terceiro candidato nesta disputa eleitoral, Samuel Doria Medina, é a de estimular os pequenos empreendimentos. Ele também defendeu aumento da produção e exportação de alimentos.

"São quase os únicos no mundo sem agrotóxicos", disse. Doria Medina é economista e empresário e, como Reyes Villa, crítico do governo Morales.

"Votem em mim e vamos deixar o governo do MAS no passado", declarou. Os dois acusaram Morales de usar a máquina pública para fazer campanha.

Nesta sexta-feira, quando a campanha já tinha, oficialmente, terminado, o presidente entregou tratores a militares, em Cochabamba, e prometeu campos de futebol para os mineiros de Potosí.

"Não estou desrespeitando as regras eleitorais. Pra mim, a campanha terminou. Estou aqui como presidente do país", disse Morales em Potosí.

Dificuldades

Para o analista político José Luis Galvez, a oposição teve dificuldades para eleger seu candidato e acabou se apresentando dividida.

"Mas qualquer um que se apresentasse teria problemas [políticos]. O governo Morales não deixa espaço para a oposição e dificilmente aceitará ideias diferentes às suas", disse.

Setores da oposição ganharam protagonismo na política local, defendendo a autonomia econômica de suas regiões. Foram meses de disputas e conflitos políticos e sociais.

O líder daquele movimento, o ex-prefeito de Santa Cruz, Ruben Costas, não disputa estas eleições. Para Costas e seus aliados, Morales realiza um governo "populista" e "dominado pelas orientações" do presidente Hugo Chávez, da Venezuela.

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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