Publicidade
Publicidade
Lula diz que visita a Museu do Holocausto em Israel é "quase obrigatória"
GUILA FLINT
e SILVIA SALEK
enviadas especiais da BBC Brasil a Jerusalém
Em visita ao Museu do Holocausto, em Jerusalém, nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que conhecer o local era "quase obrigatório" para qualquer chefe de Estado do mundo.
Em seu último dia de viagem oficial a Israel, Lula esteve no centro que foi erguido na capital israelense para homenagear os 6 milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra (1939-1945).
"Eu acredito que a visita ao Museu do Holocausto deveria ser quase obrigatória a todo ser humano que quer governar uma nação", disse o presidente na saída do local.
"A humanidade deve repetir todos os dias, quantas vezes for necessário, "nunca mais", "nunca mais", "nunca mais"", enfatizou Lula.
Depois da visita ao museu, o presidente brasileiro participou de um plantio de uma árvore no Bosque de Jerusalém. O próximo passo de sua agenda é um encontro com representantes das sociedades civis israelense e palestina.
Recusa polêmica
A ida ao museu ocorreu no mesmo dia em que a chancelaria israelense havia programado uma visita ao túmulo de Theodor Herzl, fundador do movimento sionista cujo aniversário de 150 anos está sendo celebrado pelo governo de Israel.
O fato de a comitiva brasileira ter rejeitado o convite gerou duras críticas de alguns setores da sociedade israelense.
Segundo a imprensa local, por causa da recusa de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, teria boicotado o discurso que o presidente brasileiro fez no Parlamento israelense.
O chanceler também boicotou um encontro entre Lula e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
Lieberman, líder do partido ultra-nacionalista Yisrael Beitenu ("Israel, nosso lar", em tradução livre), é conhecido por suas posições duras com relação ao Irã e aos palestinos. O chanceler ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
No entanto, o chefe do protocolo do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yitzhak Eldan, conversou com a BBC Brasil na saída da visita de Lula ao Museu do Holocausto.
"Apreciamos o fato de o presidente ter vindo ao museu e plantado uma árvore em seu bosque. Mas nada substitui a visita ao túmulo de Theodor Herzl", declarou Eldan.
O embaixador disse, porém, que o episódio do túmulo não afetava o resultado final da viagem de Lula.
"Não diria que isso comprometeu o sucesso da visita. Houve muitos aspectos positivos, mas há ainda muitas pontes a serem construídas nessa relação. Esperamos que a passagem de Lula pelo museu faça o presidente entender melhor a nossa posição", declarou em entrevista à BBC Brasil.
No dia anterior, Eldan havia definido como "lamentável" o fato de o governo brasileiro ter recusado o convite de Israel para visitar o túmulo de Herzl. Porém, disse ele, o governo israelense não queria insistir no assunto para não comprometer "o sucesso da visita".
Repercussão
O incidente já está causando repercussão em alguns setores da sociedade israelense.
Em entrevista à BBC Brasil, o porta-voz da Agência Judaica, Michel Jankelowitz, classificou de "insulto" a recusa do convite.
"Lula entraria para a história como o primeiro chefe de Estado a se recusar a prestar essa homenagem a Israel", disse.
Para ele, a decisão compromete as ambições do governo brasileiro de participar das negociações de paz no Oriente Médio.
Lula tenta lançar o Brasil como mediador numa eventual retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos, que está congelado desde dezembro de 2008.
Leia mais sobre Israel
- Em meio a crise com Israel, enviado dos EUA adia visita ao Oriente Médio
- Secretário-geral da ONU diz que Israel deve renunciar a política de assentamentos
- EUA esperam resposta formal de Israel sobre processo de paz
- Porta-voz do Irã acusa Estados Unidos de estimularem "iranofobia"
Leia outras notícias internacionais em Mundo
- Vietnã libera padre dissidente preso para tratamento médico
- Dois homens atiram contra seguranças de centro espacial na Índia
- Duas explosões matam ao menos nove no Afeganistão
Especial
Livraria
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice