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30/03/2010 - 16h25

Sérvia debate pedido de desculpas por massacre na Bósnia

da BBC Brasil

O Parlamento da Sérvia começou a debater, nesta terça-feira, uma resolução condenando o massacre de Srebrenica em 1995 --o pior incidente da Guerra da Bósnia (1992-1995).

O texto contém um pedido de desculpas da Sérvia não ter feito mais para evitar a tragédia.

O massacre de cerca de 8 mil bósnios muçulmanos foi cometido por forças sérvias da Bósnia --aliadas ao então presidente sérvio Slobodan Milosevic.

Também nesta terça-feira, um tribunal rejeitou uma tentativa de parentes das vítimas de responsabilizar as Nações Unidas pelo massacre.

Encarando o passado

A resolução parlamentar está sendo debatida depois de Belgrado negar por anos que o massacre sequer tenha ocorrido, disse o correspondente da BBC na Sérvia Mark Lowen.

Segundo Lowen, o atual governo pró-ocidente sérvio acredita que a resolução poderá ajudar o país a ser visto de uma forma favorável no exterior, mostrando que está determinado a encarar o passado, buscando reconciliação regional e sua entrada na União Europeia.

A resolução foi criticada por muçulmanos da Bósnia e da Sérvia porque não descreve o massacre como um ato de genocídio. O episódio já foi reconhecido como genocídio pelo Tribunal Internacional para Crimes de Guerra da Antiga Iugoslávia, em Haia.

Os nacionalistas sérvios também fizeram ressalvas à resolução, afirmando que ela também deve denunciar os crimes cometidos pelos croatas e pelos bósnios muçulmanos durante o conflito.

Acredita-se que, apesar da oposição dos nacionalistas, a resolução tenha apoio o suficiente para ser aprovada.

Em uma tentativa de aproximar os nacionalistas, o governo prometeu outra resolução no futuro, condenando todos os crimes na antiga Iugoslávia.

Protetorado

O líder dos sérvios da Bósnia durante a guerra, Radovan Karadzic, está sendo julgado em Haia, mas o general sérvio da Bósnia acusado de ter planejado o massacre, Ratko Mladic, permanece foragido.

Vários sérvios da Bósnia foram condenados por seu papel nas mortes em Srebrenica, onde homens e meninos muçulmanos bósnios foram separados de suas famílias e executados a tiros.

Durante a guerra na Bósnia, Srebrenica foi designada protetorado da ONU, cuja segurança era mantida por tropas holandesas.

Por isso, os advogados dos parentes das vítimas também tentaram responsabilizar o governo holandês e a ONU por não terem evitado o massacre.

Mas a Corte de Apelações de Haia manteve nesta terça-feira a decisão de uma outra corte, que em 2008 afirmou a imunidade da ONU no caso --alegando que ela é essencial para que a organização continue a realizar seu trabalho no mundo.

 

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