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02/09/2003

O que dizem os 76 jornais, revistas e colunistas sobre as "matérias pagas" pelo governo do Paraná em 2002

A seguir, em ordem de valores recebidos em 2002:
- VEÍCULOS (cidades onde são editados)
- valores faturados1
- trechos das entrevistas com representantes dos meios2

1- DIÁRIO DO ESTADO (Pinhais)

Veja documentos
Total faturado: R$ 753.720,00
O que diz o veículo:
Aristeu de Castro Fernandes Júnior (gerente da área gráfica; a proprietária do jornal, Eliane Rocil Souza Ribeiro, foi procurada diversas vezes, mas não respondeu à reportagem).
Folha - Como era a edição de "matérias pagas"?
Aristeu - A pessoa indicada [indicada para comentar] é ela [Eliane Rocil Souza Ribeiro]. Antigamente o governo do Estado passava diretamente a matéria para a gente [agora, seria por meio de agências]. Nós fazemos várias publicações. Entram algumas matérias pagas que não passam pelo meu conhecimento. Entre essas matérias e as outras, eles resolveram pagar por essas. Não tenho conhecimento como funciona esse setor. Se é pago ou se não é pago, se há como identificar ou não. Nós estávamos com 7 mil exemplares e baixamos para 5 mil neste ano.

2 - JORNAL DO ESTADO (Curitiba)

Veja documentos
Total faturado: R$ 742.000,00
O que diz o veículo:
Roney Rodrigues Pereira (diretor-superintendente)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas"?
Pereira - Sempre foi assim, inclusive em governos passados. Nem todas as matérias são identificadas. As não identificadas são de teor mais técnico. Por uma questão cultural, existe isso realmente. Talvez, identificar seja mesmo o mais correto. Convencionou-se que não seria. Os outros jornais também não identificavam. Sempre foi assim, inclusive nos governos passados. Não foi uma coisa trazida pelo governo Lerner. Estou no jornal há 20 anos. Lembro-me do governo Richa, Álvaro, Requião e do Lerner. Sempre foi assim. O governo sempre se utilizou da divulgação dessas matérias. Foi-se deixando e ninguém nunca se preocupou com esse detalhe. Acho correto e muito mais transparente ser identificado. Como era um processo de todos, nós também seguimos. Não foi uma coisa criada por nós.
Folha - "Matéria paga" é mais cara que anúncio?
Pereira - Matéria paga é mais cara. Está previsto na tabela em torno de 30%.

3- DIÁRIO DOS CAMPOS3 (Ponta Grossa)

Veja documentos
Total faturado: R$ 734.000,00
O que diz o veículo:
Wilson Oliveira (diretor e proprietário)
Folha - O seu jornal é associado à ANJ? Como é a inserção de matérias pagas?
Oliveira - Nós somos associados da ANJ. Nossa prática é cercar as matérias. Vou verificar se está havendo essa falha generalizada. Vamos identificar essas matérias quando for o caso.
Tiragem: 11 mil exemplares. Periodicidade: diária.

4 - REVISTA PANORAMA (Curitiba)

Veja documentos
Total faturado: R$ 660.000,00
O que diz o veículo:
Newton Dalla Bona (proprietário há 15 anos da "Panorama", revista que tem 52 anos de existência e é "a mais antiga do Brasil", segundo seu dono)
Folha - Como é a diferenciação entre "matérias pagas" e publicidade?
Dalla Bona - Tudo o que eu faço aqui eu faço através de nota fiscal de acordo com a tabela que funciona desde que saiu o real.
Folha - Na "Panorama" não há diferenciação gráfica entre uma notícia e uma "matéria paga"?
Dalla Bona - Mas na nota fiscal consta tudo o que foi feito.
Tiragem: 32 mil exemplares. Periodicidade: semanal.

5 - REVISTA ISTOÉ GENTE (São Paulo)

Veja documentos
Total faturado: R$ 500.000,00
O que diz o veículo:
Expedito Grossi (diretor de Projetos Institucionais da Editora Três)
Folha - O que são esses faturamentos da "IstoÉ Gente" para o governo do Estado do Paraná?
Grossi - São matérias de turismo que de vez em quando a revista faz. O governo comprou uma quantidade 'X' de 'reprints' do caderno para redistribuição lá.
Folha - Nas notas fiscais não diz que é um "reprint", mas serviço de "inserção", com o número da edição, o mês e o número de páginas. O que pode ter acontecido?
Grossi - Provavelmente, o histórico de fatura para simplificar deve ter colocado isso. No fundo, no fundo, não deixa de ser, pois é uma matéria que saiu na revista e não deixa de ser uma inserção. Não sei como a Loducca opera isso...É um 'reprint' da matéria.
Folha - Mas na nota fiscal diz claramente que é um pagamento pela publicação da "matéria" na revista. Isso pode ter acontecido?
Grossi - Não, não foi isso não. Foi com certeza 'reprint'. Eu não tenho nenhuma dúvida disso não.
Folha - O que é um "reprint"?
Grossi - É uma reimpressão daquilo que foi impresso.
Folha - Mas o que está nas notas fiscais é que são pagamentos para a inserção de "matérias pagas". Na nota de vocês não há menção a "reprint". O que houve? Um erro?
Grossi - Não diria que foi um erro. Deve ser a rotina burocrática do faturamento.
Folha - No caso da "IstoÉ Gente" não é possível inserir uma "matéria paga"?
Grossi - Nenhuma das nossas revistas vende matéria paga.
Folha - Nesses casos aqui fica ambíguo, pois são idênticos aos de outros mais de 70 veículos que venderam "matérias". Deve ter acontecido então um erro?
Grossi - Isso é rotina de faturamento aqui. Se você for descrever cada coisa do jeito que ela tem de ser descrita, detalhadamente, você vai precisar de quantidade de espaço no papel... Como hoje é tudo via computador, quanto menos burocracia tiver, mais simples fica.

6 - A CIDADE5 e /ou 6 (Cascavel)

Total faturado: R$ 475.076,00
O que diz o veículo:
Veículo desativado e não-localizado. Ninguém atende no telefone que consta na nota fiscal. No endereço da nota fiscal (r. São Paulo, 465, Cascavel) funciona agora um jornal chamado "Mercadão". Silmara, mulher do proprietário do "Mercadão", diz que "A Cidade" não circula "há uns seis meses". Silmara afirma que o "Mercadão" não tem ligação com o "A Cidade", que teria sido um negócio "de deputados".

7 - DIÁRIO POPULAR3 (Curitiba)

Total faturado: R$ 360.000,00
O que diz o veículo:
Priscila Benevides (editora do jornal)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas"?
Benevides - Essa parte do pagamento não chega para nós. A notícia chega e a gente publica de acordo com o interesse do leitor.

8 - FOLHA REGIONAL (Guarapuava)

Total faturado: R$ 300.000,00
O que diz o veículo:
Luiz Carlos Dias Júnior (editor geral)
Folha - O seu jornal aceita "matérias pagas"?
Dias Júnior - Aceitamos [matérias pagas]. [Mas] desde metade do ano passado não sai nada pago.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

9 - TRIBUNA DO NORTE3 (Apucarana)

Total faturado: R$ 270.000,00
O que diz o veículo:
Baltazar Oliveira (proprietário)
Folha - Qual é o procedimento para inserção de "matérias pagas"?
Oliveira - Depende do tipo de matéria, se não for matéria comprometedora, se for do interesse do cliente, pode ser publicada, normalmente.
Folha - Nesse caso não precisa ser identificada graficamente como matéria paga?
Oliveira - Não, desde que não comprometa a linha editorial do jornal.
Folha - O "Tribuna do Norte" é filiado à ANJ?
Oliveira - Somos.
Folha - No Código de Ética da ANJ há uma recomendação para que esse tipo de material seja identificado para o leitor...
Oliveira - A nossa linha é a seguinte: se a matéria é comprometedora, ou opinativa, nós cercamos. Mas quando a matéria é informativa, nós não vemos nenhuma necessidade se o cliente pedir para não cercar. Até porque é uma matéria informativa.
Folha - Mas o código de ética da ANJ manda fazer a identificação...
Oliveira - Nós divulgamos vários releases por dia, de órgãos públicos, de empresas. Se o release é pago, nós analisamos o conteúdo dele. Se o conteúdo dele é comprometedor e venha a influir junto aos nossos leitores, dando a entender que é uma opinião do nosso jornal, aí sim nós cercamos.
Tiragem: 10 mil exemplares. Periodicidade: diária.

10 - SÃO JOSÉ METRÓPOLE (São José dos Pinhais)

Total faturado: R$ 226.000,00
O que diz o veículo:
Ari Cruz (proprietário)
Folha - Como é a publicação de "matérias pagas"?
Cruz - Normalmente, as ordens que a gente tem é de não citar nomes. É para citar os feitos do governo.
Folha - Quem pagou pela publicação também não deve ser citado?
Cruz - Exato. Eu só me lembro que eu recebia autorização da [Secretaria de] Comunicação Social. A agência [de publicidade] produzia o material e eu publicava.
Tiragem: 3.500 a 7.500 exemplares. Periodicidade: diária.

11 - JORNAL DO OESTE (Toledo)

Total faturado: R$ 187.500,00
O que diz o veículo:
Márcio Pimentel (editor)
Folha - Qual o procedimento para o "Jornal do Oeste" aceitar matérias pagas?
Pimentel - Tem de estar dentro da nossa linha editorial. Ela é cercada.
Folha - Mas no ano passado houve casos de textos pagos sem identificação...
Pimentel - É, eu sei que algumas no ano passado foram publicadas assim...
Folha - Assim, como?
Pimentel - Sem estarem identificadas, mas agora não.
Tiragem: 2.500 (dias de semana) e 4.000 (domingos). Periodicidade: diária.

12 - O GUARANY (Ubiratã)

Total faturado: R$ 136.875,00
O que diz o veículo:
Luiz Carlos Lopes (editor de "O Guarany" e de "O Vale do Piquiri")
Folha - Há identificação gráfica da "matéria paga" ou sai no meio das notícias?
Lopes - A gente atende pedidos se a pessoa que está comprando espaço no jornal desejar um espaço, por exemplo, na página 3, ou um espaço nobre do jornal, a gente atende. Agora, se não for feito esse pedido, a gente faz pelo nosso critério.
Folha - E sai como notícia?
Lopes - Sai como notícia.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal (quartas-feiras).

13 - O VALE DO PIQUIRI (Ubiratã)

Total faturado: R$ 136.875,00
O que diz o veículo:
Luiz Carlos Lopes (editor de "O Guarany" e de "O Vale do Piquiri")
Folha - Há identificação gráfica da "matéria paga" ou sai no meio das notícias?
Lopes - A gente atende pedidos se a pessoa que está comprando espaço no jornal desejar um espaço, por exemplo, na página 3, ou um espaço nobre do jornal, a gente atende. Agora, se não for feito esse pedido, a gente faz pelo nosso critério.
Folha - E sai como notícia?
Lopes - Sai como notícia.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal (sábados).

14 - O PRESENTE (Marechal Cândido Rondon)

Total faturado: R$ 100.000,00
O que diz o veículo:
Arno Kunzler (proprietário)
Folha - Qual é o procedimento com "matérias pagas"?
Kunzler - A gente cerca ela. O único procedimento é que a gente cerca ela.
Folha - Sempre é cercada?
Kunzler - Sempre é cercada. Com uma única exceção.
Folha - Qual é?
Kunzler - Por exemplo, quando uma cooperativa quer divulgar uma notícia, não quer divulgar anúncio.
Folha - E "matérias" do governo do Estado?
Kunzler - Aí nesse caso são matérias produzidas por agências de notícias, que às vezes são ligadas ao governo, e às vezes, não. Nós divulgamos elas como notícia, não como matéria paga.
Folha - Mas nesse caso era pago, há uma nota fiscal e uma fatura mencionando os textos...
Kunzler - Aí eu não saberia te dizer...
Tiragem: 7.000 exemplares. Periodicidade: diária.

15 - A TRIBUNA DO POVO (Umuarama)

Total faturado: R$ 99.000,00
O que diz o veículo:
Vânio Pressinatte (editor)
Folha - Qual é procedimento para inserção de "matérias pagas" no jornal?
Pressinatte - Isso aí passa pela direção comercial, que encaminha para a gente.
Folha - Sai com alguma identificação gráfica de que é paga?
Pressinatte - Não, sai como matéria jornalística.
Tiragem: de 13 mil a 18 mil exemplares. Periodicidade: diária.

16 - DIÁRIO DA MANHÃ (Ponta Grossa)

Total faturado: 90.000,00
O que diz o veículo:
Céris Regina Vieira (editora)
Folha - Como é o procedimento para inserção de "matérias pagas"? Há alguma diferenciação gráfica?
Vieira - Não, normalmente segue o nosso padrão.
Folha - Se o governo do Estado paga para sair uma notícia, sai no padrão?
Vieira - Ah, sim. De acordo com a editoria: cidades, economia...
Tiragem: 5.000 exemplares (dias úteis) e 10 mil (domingos). Periodicidade: diária.

17 - FOLHA DE IRATI (Irati)

Total faturado: 60.000,00
O que diz o veículo:
Nilton Pabes (proprietário)
Folha - Como é a publicação de "matérias pagas"?
Pabes - Às vezes, o cliente quer que coloque 'a pedido'. Às vezes, não.
Tiragem: 4.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

18 - JORNAL DE BELTRÃO (Francisco Beltrão)

Total faturado: R$ 50.000,00
O que diz o veículo:
Ivo Pegoraro (diretor)
Folha - Quando o governo do Estado coloca uma "matéria paga" sai como publicidade ou como notícia?
Pegoraro - Dá como notícia, né?
Folha - A cobrança é pela centimetragem?
Pegoraro - Sim.

19 - REVISTA MÓDULO (Cascavel)

Total faturado: R$ 45.000,00
O que diz o veículo:
Elenice Goetten (proprietária)
Folha - Como é a publicação de "matérias pagas"?
Goetten - Isso daí cabe o entendimento entre os órgãos que negociaram junto... Por exemplo, quem negociou com a revista... Isso aí foi tudo feito de maneira legal, entendeu?
Folha - Sim, é legal, mas o que eu gostaria que a sra. comentasse é o fato de não haver identificação de que se trata de um informe publicitário. Porque, pelo que está nesses documentos, vocês não colocam essa indicação, certo?
Goetten - É, geralmente é colocado...
Folha - Mas nesse caso não...
Goetten - É... Mas eu prefiro que você deixe a minha revista de fora da sua reportagem.
Folha - A revista será citada. O que eu gostaria é que a sra. comentasse o fato. A sra. quer comentar?
Goetten - Não, nenhum comentário.

20 - JORNAL DE CIÊNCIA E FÉ (Curitiba)

Total faturado: R$ 40.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. Recado deixado para o sr. Hélio em 24.jul.2003

21 - TRIBUNA POPULAR6 (Foz do Iguaçu)

Total faturado: R$ 35.000,00
O que diz o veículo:
Veículo desativado. Não há telefone disponível no serviço 102 para "Tribuna Popular", nome da empresa que consta da última nota fiscal, de maio de 2002. O telefone da nota fiscal (45-3025-5254) está desativado. O endereço que consta no documento (r. Marechal Deodoro, 1.891, sala 2, Foz do Iguaçu) é hoje uma residência particular. Uma mulher atendeu dizendo morar no local "há uns dois anos" e não soube dizer para onde teria se mudado "o jornal que parece que funcionava" naquele local.

22 - RC7 COMUNICAÇÃO (colunista Cesar Setti) (Curitiba)

Total faturado: R$ 31.250,00
O que diz o veículo:
Eliseu Ferreira da Silva (editor)
Folha - Como é a publicação "matérias pagas" para divulgar ações de governo?
Silva - O César até o fim do ano passado ele fazia. Hoje ele não faz mais. Ele era muito atrelado ao governo Jaime Lerner.

23- O PALMENSE (Palmas)

Total faturado: R$ 30.000,00
O que diz o veículo:
José Osmar Taques (proprietário)
Folha - O seu jornal publica "matérias pagas" junto com o noticiário?
Taques - Foram feitas algumas matérias do governo anterior. Divulgação de ações do governo.
Folha - Essas divulgações saem no meio do noticiário?
Taques - Isso mesmo.
Folha - Sai como se fosse uma notícia?
Taques - Como notícia, né?.
Tiragem: 4.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

24 - CORREIO DO VALE4(Apucarana)

Total faturado: R$ 25.000,00
O que diz o veículo:
João Franciso de Andrade (diretor)
Folha - Como são as "matérias pagas" no seu jornal? Saem como notícia?
Andrade - Da mesma forma, né?
Folha - Tem diferenciação gráfica para a "matéria paga"?
Andrade - Não. Segue a mesma ordem.
Folha - Segue o mesmo padrão gráfico das notícias do jornal?
Andrade - É, isso.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal.
Obs.: Claudilino dos Santos (editor de publicação homônima, o "Correio do Vale de Telêmaco Borba") também foi procurado pela Folha. Eis o diálogo:
Folha - Como é a publicação de "máterias pagas"?
Santos - Trabalhamos apenas com informe institucional. Qualquer matéria que tenha teor jornalístico a gente tem um tratamento diferenciado.
Folha - Como assim? Sai como notícia?
Santos - É, pode até ser.
Folha - Se for do governo?
Santos - Era uma maneira como o governo passado trabalhava. Confundia divulgação institucional como notícia normal. O leitor não conseguia perceber.
Tiragem: 5.400 exemplares. Periodicidade: duas vezes por semana.

25 - RGCE COMUNICAÇÃO (colunista Pedro Washington) (Curitiba)

Total faturado: R$ 25.000,00
O que diz o veículo:
Pedro Washington, 70 (colunista titular de uma coluna inserida em sete jornais no ano de 2002)
Folha - Como funcionava o pagamento das suas colunas?
Washington - É publicidade de matéria de interesse do governo na coluna.
Folha - Como assim? São assuntos que você divulga na coluna...
Washington - ...Que interessam ao governo.
Folha - Entendi...
Washington - Aqui no Paraná sempre foi muito comum isso. Você tem uma coluna valorizada e é como se fosse um 'merchandising' que hoje se faz na televisão.
Folha - Não seria mais apropriado colocar um anúncio sobre a coluna em vez de escrever um texto com o "merchandising" como é hoje?
Washington - Não.
A coluna de Pedro Washington era publicada em sete jornais diários em 2002 (hoje, apenas em 4). Principais jornais: "O Paraná" (Cascavel), "Diário do Noroeste" (Paranavaí); "A Gazeta" (Umuarama), "Diário do Norte" (Maringá) e "Gazeta do Iguaçu" (Foz do Iguaçu).

26 - JORNAL REGIONAL (Loanda)

Total faturado: R$ 24.000,00
O que diz o veículo:
Luiz Carlos Monteiro (proprietário)
Folha - Qual é o procedimento para inserção de "matérias pagas"? Textos do governo estadual são identificados como "matéria paga" ou saem no meio do noticiário?
Monteiro - Sai no meio do noticiário. Geralmente eu mesmo pegava a matéria no site do governo, e o dinheiro que eles mandavam para mim era através da Secretaria [Estadual de Comunicação], uma firma terceirizada. Era um dinheiro fixo. Se eu publicasse uma matéria, duas matérias, três matérias, era a mesma coisa.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: mensal.

27 - TRIBUNA DE CIANORTE (Cianorte)

Total faturado: R$ 16.000,00
O que diz o veículo:
Jedaias Pereira Belga (editor)
Folha - Como são as "matérias pagas"?
Belga - É tudo cercado.
Folha - Mas há uma nota fiscal com uma matéria como se fosse notícia pela qual está sendo cobrado...
Belga - Pode ser que tenha uma ou outra escapado aí, mas eu tenho até que verificar isso aí.
Tiragem: 6.500 exemplares. Periodicidade: diária.

28 - REVISTA CARGA & CIA (Curitiba)

Total faturado: R$ 15.500,00
O que diz o veículo:
Marcelo Motta (editor)
Folha - Como é o procedimento da revista em relação a "matérias pagas"?
Motta - Olha, nós não publicamos matérias pagas. Isso é regra geral. Nós temos anúncios do governo do Estado. Nós temos anúncios da Prefeitura de Curitiba. A revista cobre transporte de cargas e transporte de passageiros. Se por acaso acontece, entra como informe publicitário.
Folha - Há aqui um material da sua revista sem a indicação de que é informe publicitário. É sobre um porto...
Motta - Eu não sei como que aconteceu (...) Pode ter um pedido da área comercial [pois saiu um anúncio do porto na mesma edição].
Tiragem: 15 mil exemplares. Periodicidade: mensal.

29 - TRIBUNA DA REGIÃO (Goioerê)

Total faturado: R$ 14.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. Recado deixado com a sra. Nilza para o sr. José Ari em 24.jul.2003.

30 - O ESTADO DO PARANÁ3 (Curitiba)

Total faturado: R$ 12.400,00
O que diz o veículo:
Mussa José Assis (diretor de Redação)
Folha - O governo do Estado pode pagar para ter "matérias pagas" publicadas no "O Estado do Paraná"?
Assis - Existe, existe.
Folha - E aí sai como notícia?
Assis - Algumas caracterizadas como informe publicitário. Outras não-caracterizadas ou, quando não está caracterizada, com uma tipologia diferente.
Folha - Mas não fica claro que é uma publicidade?
Assis - Não, não fica claro. Não fica com aquele 'informe publicitário' em cima, cercado...
Folha - Isso não se faz?
Assis - Não.
Folha - Isso é uma política do jornal?
Assis - Do jornal.
Folha - O jornal está filiado à ANJ?
Assis - Está.
Folha - No código da ANJ há uma recomendação para que os associados diferenciem para o leitor o que é matéria paga. Nunca houve algum pedido da ANJ para que o jornal seguisse essa regra?
Assis - Não, não houve. Inclusive, Fernando, só para você saber, não é só em relação a material de governo que isso pode ocorrer. Pode ter perfeitamente a inauguração de um supermercado, por exemplo, que eles queiram que não caracterize isso como matéria paga.
Folha - Na sua avaliação, há algum problema para o leitor?
Assis - Conforme o tipo de matéria. Se é uma matéria mentirosa, você não dá.
Tiragem: 28 mil exemplares. Periodicidade:diária.

31 - FOLHA DE CAMPO MAGRO (Campo Magro)

Total faturado: R$ 12.000,00
O que diz o veículo:
Joceni Terezinha Gulhak (proprietária)
Folha - Como é a publicação de "matérias pagas" do governo do Estado no seu jornal?
Gulhak - Nós passávamos tudo via agência.
Folha - Como funcionava?
Gulhak - Nós pegávamos a matéria no site do governo do Estado. Porque é por licitação. São eles quem fazem o levantamento de valores.
Folha - Quem é licitada é a agência, certo?
Gulhak - Na realidade, é o governo que tem uma verba que ele repassa via agência para todos os jornais que passam por licitação para eles.
Folha - Mas vocês entraram na licitação?
Gulhak - Nós entramos na licitação através de um deputado.
Folha - As matérias entravam como notícia?
Gulhak - Como notícia.
Folha - Era uma notícia?
Gulhak - Isso. Nós, no caso, sempre dávamos uma página inteira para eles e destaque na capa, né?, quando eram matérias especiais.
Tiragem: 8.000 exemplares. Periodicidade: mensal (gratuita, circula em Campo Magro, região metropolitana de Curitiba, e no bairro curitibano Santa Felicidade).

32 - JORNAL LÍDER (Bandeirantes)

Total faturado: R$ 12.000,00
O que diz o veículo:
Isaurina Abdala (diretora comercial)
Folha - Recorda-se de "matérias pagas" do governo do Estado?
Abdala - Não.
Folha - Há notas fiscais mostrando as operações...
Abdala - Isso aí é um contrato que nós fizemos com o governo do Estado.
Folha - Então a sra. se lembra?
Abdala - Foi um contrato acertado em Curitiba, através de agência.
Folha - E daí publicava como se fosse notícia?
Abdala - Não, era cercado.
Folha - Mas não tem nenhuma indicação disso nas cópias que eu tenho mostrando para o leitor que se trata de "matéria paga". Isso não tem?
Abdala - Não.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

33 - FOLHA DO IGUAÇU (Capitão Leônidas Marques)

Total faturado: R$ 11.520,00
O que diz o veículo:
Pedro Santor (editor)
Folha - Há diferença entre "matérias pagas" e publicidade?
Santor - Há uma diferença. A publicidade fica em torno de 20% mais caro.
Folha - Há identificação gráfica?
Santor - Vem circulada.
Folha - No caso de matérias pagas do governo do Estado não havia esse "cercado". Há diferença?
Santor - Tem matérias que entram e não são pagas.
Folha - Mas as notas fiscais mostram "matérias pagas" não-diferenciadas graficamente do noticiário. O que aconteceu?
Santor - Pode ter acontecido. Mas nós trabalhamos sempre circundando a matéria.
Tiragem: 3.100 exemplares. Periodicidade: mensal.

34 - CORREIO DO IGUAÇU (ex-Correio Vizinhense) (Dois Vizinhos)

Total faturado: R$ 10.000,00
O que diz o veículo:
Delise Almeida (proprietária)
Folha - Há diferença de preço entre "matéria paga" e publicidade?
Almeida - Depende do que se trata, de quem é. Tem casos que matérias são tão boas que muitas vezes, mesmo que não pague, a gente usa elas. E tem umas que tem que cobrar, né?.
Folha - E "matérias pagas" podem sair no noticiário, como se fossem notícias?
Almeida - É, se não é uma matéria polêmica, muito direcionada. Se não, não.
Folha - No caso de notícias de inaguração de obras públicas?
Almeida - Até pode, mas... É isso aí não tem problema. Por quê?
Folha - Estou fazendo um levantamento sobre como são esses procedimento em jornais do Paraná. Na sua avaliação, é necessário diferenciar graficamente tudo o que é "matéria paga", separando esses textos do noticiário?
Almeida - Quando é matéria paga, a gente faz um cerco, mesmo que bem fininho, e colocamos 'informe publicitário'... O que é pago tem de ser identificado.
Folha - Mas algumas dessas matérias não foram identificadas assim...
Almeida - Muitas vezes, vou te dizer, muitas vezes a gente cobre tudo, e, depois que saiu como notícia, muitas vezes a gente vai lá e [fala]: 'Olha, a gente está cobrindo sempre as matérias de vocês, tudo, e nós precisamos de uma ajuda do governo. Não tem anúncio, não tem nada, e a gente está cobrindo'. E aí muitas vezes eles dão (...) Como a gente faz um trabalho muito forte, algumas vezes o governo dá para nós, pagam para nós uma... um anúncio, até para dar uma ajuda para o jornal. Então eles pedem: 'Olha, fatura umas matérias então aí, manda para nós'. Porque para esses jornais nossos do interior o governo faz muito pouco, quase nada, não gasta conosco. Muitas vezes é até através do prefeito. Aí o prefeito vai lá e reivindica para a gente. Aí tem de sair uma nota.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

35 - FOLHA DA REGIÃO (Toledo)

Total faturado: R$ 9.000,00
O que diz o veículo:
Rosselane Giordani (editora)
Folha - Como foi a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado em 2002? Saía junto com o noticiário?
Giordani - Sim.
Folha - Tem diferenciação gráfica ou sai como notícia?
Giordani - Olha, o que a gente faz é colocar na cabeça do jornal "Estado", que é uma editoria, né? São matérias retiradas da agência de notícias do governo do Estado.
Folha - Mas tem alguma indicação na página de que é um informe publicitário?
Giordani - Não.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal (quintas-feiras).

36 - A NOTÍCIA (Palotina)

Total faturado: R$ 8.000,00
O que diz o veículo:
Adair Verdeiro (área comercial)
Folha - Qual é o procedimento para inserção de "matérias pagas"?
Verdeiro - A gente manda uma proposta por fax, de acordo com cada página.
Folha - É necessário identificar graficamente que se trata de uma matéria paga?
Verdeiro - Depende do aspecto da matéria. Deve haver matérias em que se escreve que é 'a pedidos'.
Folha - E textos do governo do Estado? Precisa identificar que é pago?
Verdeiro - Não
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

37 - GAZETA DO IGUAÇU (Foz do Iguaçu)

Total faturado: R$ 8.000,00
O que diz o veículo:
Rogério Bonato (diretor de Redação)
Folha - Como é o tratamento para "matérias pagas"?
Bonato - Geralmente cercadas e com 'a pedido'.
Folha - E do governo do Estado?
Bonato - Desde que eu assumi a Direção do jornal eu digo para cercar e colocar que é informe publicitário.
Folha - Há aqui uma nota fiscal de junho do ano passado. Já era diretor?
Bonato - Eu, não, ainda não.
[mais tarde, Bonato telefonou para dizer que tinha se enganado].
38 - JORNAL IMPACTO5 (St. Antonio do Sudoeste) Total faturado: R$ 8.000,00
O que diz o veículo:
Veículo desativado - Milton José Ribeiro (ex-diretor do Jornal Impacto)
Folha - Como era a publicação de "matérias pagas"?
Ribeiro - Nós tínhamos um caderno com o título de Impacto Estadual. Duas páginas coloridas e duas em preto e branco, com chamada na capa. Era o trabalho que a gente fazia para o governo do Estado.
Folha - Saía também a informação de que aquelas páginas eram pagas pelo governo do Estado?
Ribeiro - Não.
Tiragem: 2.500 exemplares. Periodicidade: semanal.

39 - JORNAL INDÚSTRIA & COMÉRCIO (Curitiba)

Total faturado: R$ 8.000,00
O que diz o veículo:
Odoni Fortes (proprietário)
Folha - Como eram publicadas as "matérias pagas"?
Fortes - Nós, só anúncio.
Folha - Aqui há uma nota fiscal com uma matéria anexada...
Fortes - Não pode ser. Como? Matéria paga?
Folha - Está dizendo aqui... A matéria anexada é um artigo assinado pelo então governador Jaime Lerner, comentando um prêmio recebido por Fani Lerner e Carvalhinho...
Fortes - Não. Deve ter algum anúncio na edição.
Folha - Mas o que é isso, então? Algum engano?
Fortes - Pode ter um engano, mas da nossa parte, não. Um engano de quem fez o arquivamento da matéria (...) Posso mandar para você, se você quiser te mando, um comprovante, te mando a edição e sinalizo onde é que foi a matéria. Te resolvo o problema. Se a fatura está aí, a fatura está equivocada. Vou te mandar a matéria que está... pronto, te mando a página. É só você comparar. Não foi o editorial, não foi o artigo dele...
Folha - Foi um anúncio que saiu na edição?
Fortes - Foi um anúncio. Eu vou localizar e te mando por fax.
[A Folha forneceu o número do fax, mas nunca recebeu o material]
Tiragem: 9.500 exemplares. Periodicidade: diária (segunda à sexta).

40 - TERCEIRO MILÊNIO (Umuarama)

Total faturado: R$ 7.500,00
O que diz o veículo:
Luiz Carlos Frisson (proprietário)
Folha - Como era a publicação de "matérias pagas"?
Frisson - Era campanha publicitária. Sinceramente, não me recordo [de matérias pagas].
Folha - [descreve as "reportagens" publicadas e dá o número da nota fiscal. Frisson não soube explicar].

41 - JORNAL DO IGUAÇU (Foz do Iguaçu)

Total faturado: R$ 7.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. Recado deixado com a sra. Andréia (secretária), em 28.jul.2003, para a sra. Rossana Schmitz (editora) e/ou sr. Rodrigo Hauagge do Prado (proprietário).

42 - JORNAL RASCUNHO6 (Curitiba)

Total faturado: R$ 6.250,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. Os telefones da nota fiscal não funcionam. O serviço de auxílio à lista (102) não tem telefones para o endereço e nome da empresa que constam na nota fiscal.

43 - REVISTA DIVULGAÇÃO PARANÁ (Curitiba)

Total faturado: R$ 6.200,00
O que diz o veículo:
Alfeu Cezarini (proprietário e editor)
Folha - Há diferença de custo para publicação entre "matéria paga" e publicidade?
Cezarini - É diferente.
Folha - Qual é a diferença?
Cezarini - Essas coisas a gente não discute assim por telefone, valores, né?
Folha - Se o cliente quiser publicar uma "matéria paga" como notícia, pode?
Cezarini - Claro.
Folha - Houve notícias do governo do Paraná veiculadas como "matérias pagas"?
Cezarini - O governo não teve publicidade comigo no ano passado...
Folha - Mas algumas notas fiscais mostram que houve "matéria paga"...
Cezarini - Só pode ter uma.
Folha - Então, teve?
Cezarini - Uma matéria.
Tiragem: 10 mil exemplares. Periodicidade: mensal.

44 - GAZETA REGIONAL (Mandaguari)

Total faturado: R$ 6.000,00
O que diz o veículo:
André Decamini (editor)
Folha - Como se cobra matérias pagas?
Decamini - É cobrado como se fosse anúncio.
Folha - É publicado como notícia?
Decamini - Olha, eu não costumo publicar como notícia, não.
Folha - E matérias do governo estadual?
Decamini - Matérias do governo do Estado são matérias de interesse público. Saiu como jornalístico mesmo [...] Sai sem identificação.
Folha - Mas eram "matérias pagas"...
Decamini - Eu não tenho conhecimento desse contrato com o governo. É diretamente com o proprietário da empresa.

45 - JORNAL DA CIDADE (St. Antonio do Sudoeste)

Total faturado: R$ 6.000,00
O que diz o veículo:
Francisco Carlos Salvadori (proprietário)
Folha - Como foi a publicação de "matérias pagas" do governo do Estado em 2002? Saía junto com o noticiário?
Salvadori - Isso.
Folha - Havia alguma distinção gráfica ou era como notícia?
Salvadori - Não, era como notícia. Como notícia. A parte do governo vinha da agência. Essa que é a verdade. E saia a página normal.
Folha - Como notícia?
Salvadori - Não, como publicidade.
Folha - Mas eu vejo que aqui houve alguns casos em que há notas fiscais para "matérias pagas"...
Salvadori - Essa está errada... A gente buscava lá no site do governo.
Folha - Pode ter havido um engano, então?
Salvadori - Sim, pode ser. Matéria do governo só quando vem como publicidade.
Folha - Mas nesse caso específico aqui?
Salvadori - Pode ter havido um engano, ou alguma coisa assim.
Tiragem: 1.500 exemplares. Periodicidade: semanal.

46 - TRIBUNA DE CASCAVEL (Cascavel)

Total faturado: R$ 6.000,00
O que diz o veículo:
Dimas Gimenez (editor)
Folha - Há diferença entre "matéria paga" e publicidade, no preço ou edição?
Gimenez - Depende do tipo... A matéria paga precisa ter uma distinção. Mas uma matéria paga institucional é uma coisa. Isso é legal e é ético. Então ela se encaixa basicamente no mesmo preço da publicidade. Vamos supor, uma determinada instituição, uma associação de funcionários está fazendo um evento. É uma instituição. Agora, aquela matéria paga que deturpa os fatos a gente não faz. Isso não tem preço.
Folha - Há, no ano passado, "matérias pagas" do governo do Estado. Não saiu com diferenciação gráfica...
Gimenez - A gente fazia uma cobertura semanal, de uma página, dos acontecimentos que eram passados via agência [do Estado].
Folha - E o faturamento?
Gimenez - A fatura é do jeito padrão, você manda os jornais.
Folha - A publicação não vinha com uma indicação de quem estava pagando?
Gimenez - Não havia. Quando se tratava de anúncio, sim. Mas de matéria, saía de uma forma normal, comum.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal (segundas-feiras).

47 - FOLHA POPULAR5 (Campo Mourão)

Total faturado: R$ 5.100,00
O que diz o veículo:
Antonio Carlos Gonçalves (proprietário) - Jornal desativado
Folha - Como eram publicadas as "matérias pagas"?
Gonçalves - Eram bem poucas. Algumas só que saiam.
Folha - No noticiário, com a mesma tipologia?
Gonçalves - Isso aí, normal.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: quinzenal.

48 - JORNAL CAIÇARA (União da Vitória)

Total faturado: R$ 5.000,00
O que diz o veículo:
Delbrai Augusto Sá (editor)
Folha - Como era a publicação de "matérias pagas"?
Sá - A gente cobra por centímetro. Não tem restrição gráfica [sai como notícia].
Tiragem: 1.500 exemplares. Periodicidade: semanal.

49 - JORNAL O COMÉRCIO (União da Vitória)

Total faturado: R$ 5.000,00
O que diz o veículo:
Citamar Brittes (proprietária)
Folha - Havia no ano passado diferenciação entre as "matérias pagas" do governo do Estado e publicidade?
Brittes - Não havia diferenciação.
Folha - Publicava-se como se fosse uma notícia?
Brittes - Ãhã.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

50 - JORNAL PARANÁ SHIMBUM (Londrina)

Total faturado: R$ 5.000,00
O que diz o veículo:
Mahoko Kasuya (proprietária)
Folha - Seu jornal publica "matérias pagas" sem diferenciação gráfica do noticiário?
Kasuya - Isso.
Folha - Normalmente se faz isso ou não?
Kasuya - A gente nunca teve. Essa vez é que foi... Acho que um presente de Deus.
Folha - Foi uma exceção?
Kasuya - É, foi uma exceção.
Tiragem: 7.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

51 - PARANÁ REPÓRTER6 (Assaí)

O que diz o veículo:
Total faturado:
R$ 5.000,00
Veículo não-localizado. Na nota fiscal não há telefone nem endereço identificável.

52 - FAROL DOS BAIRROS (Curitiba)

Total faturado: R$ 4.500,00
O que diz o veículo:
Parreiras Rodrigues (editor e proprietário)
Folha - O "Farol" aceita "matérias pagas"?
Rodrigues - O procedimento é encaminhar a tabela e acertar o preço. Recebemos o conteúdo.
Folha - No ano passado houve "matérias pagas" pelo governo estadual. Como foi?
Rodrigues - Era coisa pouca.
Folha - Quando sai "matéria paga", tem diferenciação gráfica?
Rodrigues - Não. Sai como se fosse o material do jornal.
Folha - Sai no meio do noticiário?
Rodrigues - É, isso mesmo. O tradicional é fazer uma tarja, uma cerca, mas a gente não usa porque é esporádico, né?.
Tiragem: 10 mil exemplares. Periodicidade: mensal.

53 - FOLHA DO SUDOESTE (Francisco Beltrão)

Total faturado: R$ 4.500,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. Recados deixados com as sras. Desângela e Cristina para o proprietário Celso Antonio Zanata.

54 - AQUI SUDOESTE (Francisco Beltrão)

Total faturado: R$ 4.000,00
O que diz o veículo:
Janir Cella (proprietário)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado?
Cella - Eu tive contrato três meses com o governo do Estado.
Folha - Para quê?
Cella - Para publicar matérias, e alguma coisa de campanha.
Folha - Essas matérias eram produzidas pela Agência Estadual [do governo]?
Cella - Pela Agência Estadual.
Folha - E saíam no noticiário?
Cella - Saíam no noticiário.
Folha - Havia diferenciação gráfica ou saíam como notícia?
Cella - Como notícia.
Tiragem: 3.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

55 - FOLHA DE BACACHERI (Curitiba)

Total faturado: R$ 4.000,00
O que diz o veículo:
Francisco Garcez (proprietário)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado? Seu jornal publica "matérias pagas"?
Garcez - Sim, nós publicamos matéria paga sem necessariamente influenciar na linha editorial do jornal.
Folha - Não há diferenciação entre "matéria paga" e noticiário? Às vezes você disse que coloca "informe" e, "se não tiver enfoque político-partidário" sai como notícia, é isso?
Garcez - Pode ser.
Tiragem: 10 mil exemplares. Periodicidade: mensal.

56 - GAZETA DA CIDADE (Arapongas)

Total faturado: R$ 4.000,00
O que diz o veículo:
Paulo Augusto Costa (proprietário)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas" do governo do Paraná no noticiário?
Costa - Existia um recurso destinado aos jornais. Você colhia o material da Secretaria [de Comunicação] e publicava.
Folha - Depois faturava para a agência?
Costa - Faturava para a agência. Eles destinavam um recurso para a publicação de matérias.
Folha - Vocês colhiam o material no site do governo?
Costa - Isso. Eles indicavam quais eram as máterias que tinham interesse na divulgação e você divulgava.
Folha - Vocês publicavam essas "matérias" em conjunto com o noticiário do jornal?
Costa - Matéria normal. As que tinham interesse para a região a gente dava um destaque na capa. Não tinha um "x" de espaço. Tinha de ter uma média.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: duas vezes por semana.

57 - JORNAL OPINIÃO (Francisco Beltrão)

Total faturado: R$ 4.000,00
O que diz o veículo:
Jo Abdala (proprietária)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas"?
Abdala - Faz um ano que assumi o jornal. Quando eu comprei eu já não recebia a verba. Na época, talvez o outro dono tenha recebido. Mas comigo já entrou a época de política [eleitoral] e cortaram.
Tiragem: 3.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

58 - REVISTA A NOTÍCIA MAGAZINE (Curitiba)

Total faturado: R$ 4.000,00
O que diz o veículo:
João Batista Cottar (proprietário)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado?
Cottar - Pagavam uma verba mensal.
Folha - E vocês publicavam o quê?
Cottar - Publicávamos uma página de matéria. Quando era anúncio extra era outra coisa.
Folha - Era publicado como "informe publicitário"?
Cottar - Constava 'informe publicitário', sim.
Folha - Mas essa que estou olhando aqui não tem essa inscrição...
Cottar - Só se falhou uma vez ou outra.
Folha - O que eu tenho aqui é de março de 2002, com nota fiscal e a matéria publicada, sem a indicação de que é 'informe publicitário'...
Cottar - Foi uma falha, porque geralmente sai. O certo é 'informe publicitário'... [pensa um pouco] ...Olha... você está certo. Em uns três ou quatro que eu vi aqui realmente não consta [informe publicitário]. O que consta [informe publicitário] é na página da Prefeitura de Ponta Grossa.
Tiragem: 8.000 a 12 mil exemplares. Periodicidade: mensal.

59 - FOLHA NORTE DE LONDRINA (Londrina)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. Recado deixado em 24.jul.2003 com a sra. Marivone para o diretor Arthur Boligian.

60 - GAZETA DO CENTRO-OESTE (Campo Mourão)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Aroldo Tissot (proprietário)
Folha - Como é a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado?
Tissot - Nos oito anos do homem [Jaime Lerner] eu tive os últimos dois ou três meses, só. Porque tinha um amigo lá na [Secretaria de] Comunicação Social que eu cacei. Quer dizer, no meio do ano, porque depois já não teve mais no fim do ano. Foi em abril, maio e junho ou coisa parecida. E nem mais um centavo.
Folha - O que era publicado?
Tissot - Naquela época eles mandavam para eu publicar no e-mail, no computador.
Folha - Publicava a "matéria" no meio do noticiário?
Tissot - Como noticiário, normal, sem cerco, sem nada.
Tiragem: 2.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

61 - JORNAL VISÃO6 (Curitiba)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. Os números de telefone que constam na nota fiscal não funcionam. O número 41-677-7021 foi mudado. Novo número não é divulgado a pedido do cliente. Não consta número de telefone no serviço 102 para a empresa nem para o endereço anotado na nota fiscal.

62 - O JORNAL (Marechal Cândido Rondon)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Maria Inês Balco (proprietária)
[Informada sobre a reportagem, pediu que a Folha enviasse um e-mail com as perguntas. O e-mail foi enviado, mas Balco nunca o respondeu].

63 - TRIBUNA DO BAIRRO (Curitiba)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Mauro Ignácio (proprietário)
Folha - Seu jornal teve inserção de "matérias pagas" do governo do Estado no ano passado?
Ignácio - Tive algumas.
Folha - Publica no noticiário e cobra-se como publicidade?
Ignácio - Cobra-se como publicidade.
Folha - E sai com a tipologia do noticiário?
Ignácio - Isso.
Tiragem: 10 mil exemplares. Periodicidade: semanal.

64 - TRIBUNA HOJE6 (Cornélio Procópio)

Total faturado: R$ 3.000,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. Os números de telefone que constam na nota fiscal não funcionam. O número 43-524-3644 não atende. Novo número informado pelo serviço 102 (43-524-5312) toca a mensagem: "Este telefone se encontra desligado temporariamente".

65 - GAZETA DO BAIRRO (Curitiba)

Total faturado: R$ 2.500,00
O que diz o veículo:
Neide Schvabe (proprietária)
Folha - Como são as inserções de "matérias pagas" do governo estadual?
Schvabe - É junto com o noticiário.
Tiragem: 6.000 exemplares. Periodicidade: quinzenal.

66 - COSTA OESTE (Santa Helena)

Total faturado: R$ 2.000,00
O que diz o veículo:
Armando Eduardo Prata (proprietário)
Folha - A "matéria paga" pode sair no noticiário?
Prata - Pode ser. Depende do ponto de vista de cada jornal. Eu falo muito pouco sobre o governo do Estado.
Tiragem: 5.000 exemplares. Periodicidade: semanal.

67 - FOLHA DE GUARATUBA (Guaratuba)

Total faturado: R$ 2.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. A sra. Tálita anotou recado para o sr. Walber Nogueira, proprietário do jornal, em 31.jul.2003.

68 - FOLHA POPULAR DO PARANÁ6 (Fazenda Rio Grande)

Total faturado: R$ 2.000,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. Os telefones que estão na nota fiscal não atendem mais (estão desativados). Não há telefones disponíveis no serviço 102 para o nome da empresa nem para o endereço que consta na nota fiscal.

69 - NOSSA FOLHA (Medianeira)

Total faturado: R$ 2.000,00
O que diz o veículo:
Aldírio Paulo Pasei (proprietário)
Folha - Como eram as "matérias pagas" no ano passado? Eram como notícia?
Passei - Isso. Mas era notícia com sentido informativo, não político.
Tiragem: 2.700 exemplares. Periodicidade: semanal (quartas-feiras).

70 - TRIBUNA REGIONAL (Barracão)

Total faturado: R$ 2.000,00
O que diz o veículo:
Veículo procurado, mas não respondeu. A sra. Lenir anotou recado, em 4.ago.2003, para o sr. Sérgio Kollenberg, proprietário do jornal.

71 - FOLHA DE PALOTINA (Palotina)

Total faturado: R$ 1.500,00
O que diz o veículo:
Neri Giacomini (proprietário)
Folha - Como eram as "matérias pagas" do governo do Estado em 2002?
Giacomini - Vinha inauguração de uma ponte, vinha só propaganda. Não vinha matéria...
Folha - Mas alguns jornais publicam algumas matérias do Estado e depois faturam para a agência de publicidade...
Giacomini - Não, isso o nosso jornal não faz, não.
Folha - Você está seguro disso?
Giacomini - Absolutamente.
Folha - Porque eu tenho aqui...
Giacomini - Com o governo, não. Mas com algum deputado foi feito aí.
Folha - Então, mas o deputado faz para o governo?
Giacomini - Então, eu acho que sim, né? Aí, para algum deputado nós fizemos isso aí, sim.
Folha - Como funciona?
Giacomini - Eu coloco aí alguma notícia do Estado aí para justificar e era cobrado, sim. O deputado vem aí, faz o contato comigo, tipo R$ 1.500, R$ 2.000 por mês. E eu coloco a matéria do governo e meto a nota para ele. Aí a agência fatura um pouco em cima.
Tiragem: 3.000 exemplares. Periodicidade: semanal (sextas-feiras).

72 - JORNAL DA FRONTEIRA (Barracão)

Total faturado: R$ 1.500,00
O que diz o veículo:
Dionísio Cogo (proprietário)
Folha - A "matéria paga" sai publicada junto com o noticiário?
Cogo - Normalmente é junto. É cobertura jornalística normal de alguma ação do governo, como informações, como notícia.
Folha - Não há diferenciação gráfica do noticiário?
Cogo - É, sem. Normalmente, porque é alguma notícia que justamente tem o interesse para o nosso leitor, tem o interesse jornalístico.
Tiragem: 2.500 exemplares. Periodicidade: semanal (sextas-feiras).

73 - O LIBERAL6 (Campo Mourão)

Total faturado: R$ 1.500,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. Os telefones que estão na nota fiscal não atendem mais (estão desativados). Não há telefones disponíveis no serviço 102 para o nome da empresa nem para o endereço da nota fiscal.

74 - O REGIONAL (Piên)

Total faturado: R$ 1.500,00
O que diz o veículo:
Gilson de Jesus dos Santos (proprietário)
Folha - Como eram publicadas as "matérias pagas" do governo do Estado em 2002? Junto com o noticiário?
Santos - Nós no ano passado não tivemos exatamente nada do governo do Estado.
Folha - Nada?
Santos - Nada.
Folha - Eu vi que vocês tiveram pouco, mas teve algo, parece que bem pequeno...?
Santos - Foi, acho que um valor de 500 reais...
Folha - É, foi R$ 1.200 líquido...
Santos - Mil e duzentos?
Folha - É...
Santos - É..., se teve foi uma coisa ainda através da vice-governadoria, na época.
Folha - E quando é assim sai junto com o noticiário?
Santos - É, vem uma [ordem] determinando o espaço e até a matéria.
Folha - Sim, mas a tipologia usada é igual a do noticiário?
Santos - É, essa aí do ano passado foi.
Tiragem: 6.000 exemplares (gratuitos) Periodicidade: semanal (sextas-feiras).

75 - O TROMBETA (Capanema)

Total faturado: R$ 1.200,00
O que diz o veículo:
Benito Locatelli (proprietário)
Folha - Como foi a inserção de "matérias pagas" do governo do Estado em 2002?
Locatelli - As matérias a gente mesmo produzia por aqui e mandava o faturamento para as agências. Mas era coisinha pequena.
Tiragem: 3.000 exemplares. Periodicidade: semanal (sábados).

76 - JORNAL NOSSO LITORAL6 (Matinhos)

Total faturado: R$ 1.000,00
O que diz o veículo:
Veículo não-localizado. A nota fiscal da empresa Jornal Nosso Litoral S/C Ltda. não tem telefone. No serviço 102, a empresa Nosso Jornal apresenta um telefone (41-442-6137), na cidade de Guaratuba. Nesse único telefone não há resposta.
TOTAL GERAL R$ 6.418.466,00 Tiragem e Periodicidade: Os dados sobre tiragem e periodicidade, quando disponíveis, foram fornecidos pelos veículos.

Observações:
1 - 80% desse valor fica com o veículo e 20% são destinados às agências de publicidade que fizeram a inserção das "matérias pagas".
2 - Resumo das partes principais da entrevista do representante do veículo à Folha.
3 - jornais filiados à ANJ (Associação Nacional dos Jornais).
4 - o "Correio do Vale" de Apucarana tem um homônimo em Telêmaco Borba. A Folha obteve notas fiscais de matérias pagas pelo "Correio" de Apucarana, que confirmou as operações. No "Correio" de Telêmaco Borba, um editor também confirmou que o jornal aceita matérias pagas sem diferenciação no noticiário (mas a Folha não tem cópias das notas fiscais, o que pode significar que o material obtido é incompleto a respeito de todas as operações dessa ordem).
5 - veículo desativado.
6 - veículo não-localizado.

AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE

Três agências legalmente licitadas receberam 20% do total faturado
Quanto cada agência recebeu pela inserção de "matérias pagas":
Loducca R$ 1.000.975,00 (78,01% sobre o total das agências)
Master R$ 51.054,00 (3,98% sobre o total das agências)
Opus Múltipla R$ 231.120,00 (18,01% sobre o total das agências)

Valor total recebido pelas agências por conta da inserção das "matérias pagas" do governo do Paraná em 2002:
R$ 1.283.149,00(*)


(*) esse valor é aproximado devido a arredondamentos
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