Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/10/2000 - 04h37

Tarso Genro prevê que PT chegará à Presidência em 2002 ou 2006

Publicidade

CARLOS ALBERTO DE SOUZA e LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre

O prefeito eleito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), 53, prevê a chegada do PT ao poder em 2002 ou 2006. A seguir, trechos da entrevista coletiva concedida por Tarso no seu comitê central, um dia após a sua eleição.

Pergunta - O sr. criou um conselho político com personalidades de várias áreas. Qual vai ser, agora, a participação desse conselho?
Tarso Genro -
Vamos convocar uma reunião para o fim deste mês, para tratar de duas questões: discutir o perfil político do governo e trabalhar junto com o conselho uma norma que regule o seu funcionamento. O conselho político vai permanecer como conselho de governo e emitir sugestões e orientações. Vai funcionar como órgão consultivo.

Pergunta - Que análise o sr. faz sobre alianças para o governo do Estado e para a Presidência?
Tarso -
O PT e os partidos do campo da esquerda saíram vitoriosos, no primeiro e no segundo turno, porque fizeram votações expressivas em todo o país.

Passaram a governar centros políticos importantes como São Paulo e outras capitais do país.

Essas eleições têm, portanto, interferência na correlação de forças em direção a 2002. Mas não quer dizer que isso nos coloque desde logo em uma posição favorável. Coloca-nos em condições de criar condições favoráveis de disputa em 2002.

Pergunta - Por que o sr. acha que as pessoas votaram no PT?
Tarso -
Acho que a adesão a qualquer posição política, seja de esquerda ou de direita, é feita por meio de mediações. Algumas pessoas se aproximam da esquerda em razão da importância que nós damos para a ética na política e para a lutar contra a corrupção, daí se apropriam dos nossos valores. Outras se aproximam em razão de a esquerda ter uma preocupação social profunda. Tenho convicção de que a questão da ética na política é um instrumento fundamental para a agregação de qualquer projeto avançado, porque é impensável o desenvolvimento do projeto neoliberal sem corrupção. O projeto neoliberal não pode ser implementado sem corrupção. Em nenhum país do mundo isso aconteceu.

Pergunta - A questão da ética e da honestidade do partido, que pesam em uma eleição municipal, é suficiente para uma campanha presidencial?
Tarso -
A luta contra a corrupção, feita de maneira isolada e sem um compromisso programático, torna-se um projeto moralista vazio. É necessário que essa postura ética se combine com políticas concretas que correspondam a interesses da sociedade. Vou dar um exemplo concreto: para governar o país, teremos de ter o apoio de um setor empresarial forte e políticas para criar grupos econômicos nacionais fortes, inclusive para que o Brasil possa ser um país com força para disputar no plano da economia global.

  • Leia mais no especial Eleições Online.

    Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página